Renan: "Não pedi nenhum parecer"



O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que não pediu nenhum parecer ao consultor legislativo do Senado Marcos Santi. Ele leu carta com o pedido de afastamento de Santi do cargo de secretário-geral adjunto da Mesa, em que o servidor afirma que não concedeu entrevistas a veículos de comunicação.

Conforme notícias divulgadas pela imprensa, Santi teria pedido demissão porque o corpo técnico do Senado estaria sendo pressionado a agir favoravelmente ao presidente do Senado em seu processo no Conselho de Ética.

Renan fez a declaração da cadeira da presidência da Mesa do Senado, durante a sessão plenária, depois de questionado pelo senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB.

- Nunca permiti que usassem a máquina do Senado para beneficiar ninguém, muito menos seu presidente. Eu não conheço o senhor Marcos. Ele não estava com nenhuma demanda neste processo. Não pedi parecer a ninguém. O senador Leomar Quintanilha pediu um parecer à Consultoria Geral do Senado, mas esse servidor não foi demandado em nenhum momento - sustentou Renan Calheiros.

O presidente do Senado lembrou que, desde a instauração do processo contra ele no Conselho de Ética, passou tudo que se refere à investigação ao 1º vice-presidente, senador Tião Viana (PT-AC).

- Pedi inclusive que o Ministério Público me investigasse para que eu apresentasse as provas da verdade, fazendo uma inversão do ônus da prova - afirmou.

A seguir, já com a sessão sob a presidência de Tião Viana, o senador José Agripino (RN), líder do DEM, defendeu a votação aberta, sem voto secreto, dos relatórios do caso Renan no Conselho de Ética.

Renan Calheiros disse ver virtudes no voto aberto, mas observou que sua concordância maior é "com a Constituição e o regimento" do Senado.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse ter conversado com o consultor Marcos Santi, o qual teria dito que não sofreu "uma pressão direta". Conforme o senador, a Consultoria e a Advocacia do Senado foram orientados "a produzir peças de determinadas formas".

Já o senador Renato Casagrande, relator do caso Renan, disse que o consultor afirmou, a ele e à relatora Marisa Serrano, que se sentiu pressionado e, por isso, decidira pedir demissão.

Por sua vez, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) sustentou que "todo esse tumulto" foi provocado "novamente pela permanência do senador Renan na cadeira" de presidente.

- O Senado todo deve ir amanhã ao Conselho de Ética para garantir que seus integrantes votem com suas consciências - afirmou.

José Nery (PSOL-PA) opinou que Renan Calheiros "insultou todos os senadores" ao dizer que o seu processo "é esquizofrênico". Wellington Salgado (PMDB-MG) ponderou que o funcionário assinou a demissão afirmando que não deu entrevistas à imprensa e protestou: "Agora, parece que nem o que está escrito vale mais". Romeu Tuma, que é corregedor do Senado, informou ter tomado depoimento do consultor Santi e pedido a degravação para apresentá-la aos senadores.



29/08/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Jefferson Péres reafirma parecer contra Renan

CCJ aprova envio ao Plenário de parecer contra Renan

Renan aceita 31 emendas em parecer sobre a anistia

Relator do segundo processo contra Renan apresenta parecer

Parecer sobre segunda representação contra Renan vai ser apresentado na terça

Apresentação de parecer sobre relação de Renan com Schincariol será adiada