Renan recebe reivindicações de centrais sindicais



Representantes de centrais sindicais entregaram na tarde desta terça-feira (9) ao presidente do Senado, Renan Calheiros, uma pauta com várias reivindicações. O encontro, na Sala de Audiências da Presidência do Senado, foi acompanhado pelo senador Paulo Paim (PT-RS). A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Nova Central Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Força Sindical e a Conlutas, entre outras centrais, estiveram presentes.

De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, as centrais sindicais pedem a derrubada do veto ao fim do fator previdenciário. Paulinho da Força disse que a derrubada pode abrir um canal de negociação com o governo. Segundo o deputado, o fim do fator previdenciário representaria um custo de R$ 3 bilhões. No entanto, acrescentou Paulinho, a desoneração da folha de pagamentos dada recentemente às empresas chega a R$ 18 bilhões.

- É uma questão de prioridade. Acho que não compromete nada dar três bilhões para os trabalhadores do Brasil - argumentou Paulinho.

Outra demanda apresentada foi a derrubada dos vetos à regulamentação da Emenda 29, que poderia garantir mais recursos para a saúde. As centrais sindicais ainda defendem a manutenção do veto que permite a transformação do trabalhador em pessoa jurídica.

Paulinho confirmou a intenção das centrais de realizar manifestações e paralisações na próxima quinta-feira (11), para cobrar do governo mudanças na política econômica, avanços na política salarial para aposentados e redução da jornada de trabalho. Ele acrescentou que haverá uma reunião com as centrais sindicais na sexta-feira (12) e, dependendo da sinalização do governo, poderá ser convocada uma greve geral.

- O governo terá muita dor de cabeça daqui até o final do mandato da presidente Dilma – alertou.

O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou o “movimento unitário” das demandas, já que todas as centrais sindicais participaram do encontro com Renan. Paim disse que os trabalhadores querem que “o Executivo se mova”. Ele acrescentou que o Congresso pode “apontar caminhos” em apoio às manifestações das ruas, para que o governo atenda “pelo menos em parte” as reivindicações apresentadas.

- O Executivo recebe os movimentos sociais, mas não negocia um ponto - lamentou o senador.

Responsabilidade fiscal

Renan Calheiros informou que está agendada para esta quarta-feira (11) uma reunião com as lideranças do Senado e da Câmara dos Deputados, em que será discutido um critério para priorizar a apreciação dos vetos. As reivindicações das centrais sindicais poderão constar da pauta da reunião. Ele disse que o Congresso precisa ter cuidado com a responsabilidade fiscal e acrescentou que o ideal é ter um critério consensual entre o Congresso e o governo na apreciação dos vetos.

Renan relatou que, em reunião com Dilma Rousseff, o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, a presidente da República manifestou preocupação de que a derrubada de algum veto comprometa as contas do governo.

- A reunião de amanhã é para buscar um consenso e eleger uma pauta prioritária. O processo legislativo só se conclui com a análise do veto - observou Renan.



09/07/2013

Agência Senado


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