REPRESENTANTES DE CLUBES QUEREM APOIO NA FORMAÇÃO DE ATLETAS



Na audiência pública da comissão mista destinada a analisar a medida provisória que institui a cobrança de taxas dos bingos, representantes de clubes esportivos defenderam a necessidade de serem dadas garantias aos clubes que formam atletas desde a infância. "Nós os formamos desde pequenos e quando um se destaca, é levado", disse o conselheiro do clube Atlético Paulistano, Alexandre Husny. Outro ponto consensual na reunião foi a crítica à obrigatoriedade de os clubes se tornarem empresas para desenvolver atividades esportivas, determinada pela Lei Pelé.
O presidente do Sindicato dos Clubes de São Paulo, Arlindo Virgílio Machado Moura, citou o exemplo dos saltos ornamentais como modalidade que dificilmente se manteria como empresa. "Essa obrigatoriedade até serve para o futebol, mas não tem como se manter em outras atividades", disse.
Quanto aos bingos, Arlindo Machado se disse favorável a todos os instrumentos que tragam recursos para o esporte, mas lembrou a necessidade de fiscalização para garantir o sucesso. O presidente do sindicato dos clubes de São Paulo sugeriu algumas modificações na legislação, segundo ele já enviadas ao Congresso Nacional, incluindo o fim do limite de idade para os atletas semi-profissionais nos esportes que não sejam o futebol.
O presidente do Esporte Clube Pinheiros, César Roberto Leão Granirei, afirmou que, mesmo bem intencionado, o bingo hoje não atende aos objetivos previstos. Granieri também defendeu a necessidade de se apoiar os clubes na formação de atletas.
O presidente do Minas Tênis Clube, Sérgio Bruno Coelho, foi outro que criticou a falta de garantia aos clubes na formação de atletas. "Por 10, 12 anos investimos em um atleta e vem uma empresa e o leva sem nenhuma recompensa para nós", disse, afirmando que o Minas, por isso, se enquadra no ramo de educação, com 65 mil associados e 9 mil alunos.
Sérgio Bruno Coelho defendeu que as entidades esportivas tenham incentivos como os existentes para a cultura. Para ele, os esportes sem ser o futebol devem ter uma lei específica regulando-os. O representante do Minas é contrário a MP. Para ele uma mesma empresa pode patrocinar mais de um clube, "só não pode ser dona dele".
O conselheiro do clube Atlético Paulistano, Alexandre Husny, destacou a dificuldade dos clubes se adaptarem à Lei Pelé, principalmente os pequenos. "A Lei Zico não deveria ter sido modificada, deixando aos clubes a opção de se tornarem ou não empresas", defendeu.

24/02/2000

Agência Senado


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