Requião aponta avanço em Mercosul e retrocesso no sistema eleitoral



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) comentou em Plenário, nesta quinta-feira (dia 11), fatos recentes do cenário político-econômico brasileiro que marcaram um "avanço" na negociação do Mercosul e um "retrocesso" no sistema eleitoral brasileiro. Enquanto aplaudiu os esforços do Brasil e da Argentina para solucionarem suas pendências comerciais, Requião lamentou a quebra do regime de urgência, na Câmara dos Deputados, na tramitação de projeto de sua autoria que prevê a impressão de comprovante do voto eletrônico.

Na condição de presidente da Comissão Mista do Mercosul, o senador do Paraná acompanhou reunião entre as equipes econômicas brasileira e argentina com empresários em São Paulo. E destacou a decisão de se formar uma comissão tripartite para estabelecer, dentro de 15 dias, um processo de seguranças e salvaguardas comerciais entre os dois países.

"A disposição do Brasil de reverter sua posição de tripudiar sobre a situação argentina é digna de elogios", afirmou. Ao render homenagens ao presidente Fernando Henrique e ao Ministério das Relações Exteriores pelo feito, Requião declarou que não será possível permitir que haja qualquer empecilho, como os interesses da indústria interna, à união do Brasil e da Argentina para superação da presente crise.

Quanto aos entraves à aprovação da impressão do voto eletrônico, o senador peemedebista responsabilizou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim, pela supressão do regime de urgência na Câmara. No seu ponto de vista, o fato inviabilizou todo o esforço do Senado para agilizar a criação de um sistema eleitoral mais confiável no Brasil.

"Em vez do entendimento, o ministro Jobim preferiu interferir para quebrar a urgência e, assim, a aprovação da matéria foi retardada", disse. Requião também creditou ao presidente do TSE a responsabilidade pela demora da votação do projeto no Congresso, afirmando que "o processo eleitoral no Brasil deixou de ser confiável porque o tribunal impediu as mudanças". Por ter recebido mais de dez emendas após a quebra da urgência, o projeto não deve ser votado a tempo de a nova regra ser adotada na eleição de 2002.

11/10/2001

Agência Senado


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