Requião aponta superfaturamento em ponte do Paraná
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou em Plenário o que classificou como superfaturamento da obra recentemente inaugurada da ponte de Porto Camargo, no Paraná. Ele criticou ainda a ampla publicidade feita em jornais de todo o país pelo governo estadual e a presença, na inauguração, do presidente Fernando Henrique Cardoso.
- O que se festeja hoje é a corrupção e o sobrepreço. A construção dessa ponte não tinha que ser discutida aqui na tribuna do Senado da República. Essa discussão deveria ser travada numa delegacia de polícia, que iria apurar o superfaturamento e mandar os corruptos responsáveis pelo sobrepreço da obra para a cadeia - afirmou Requião.
O senador fez uma comparação entre a ponte de Porto Camargo e uma outra, cuja licitação promoveu quando governador do Paraná, ligando Guaíra a Mundo Novo, no Paraguai. Ambas estão sobre o mesmo Rio Paraná, observou, mas o preço de construção das duas obras foi bem diferente.
A ponte de Guaíra, disse Requião, custou ao governo do Paraná R$ 31 milhões. Como a obra tem 3.997 metros de extensão, cada quilômetro custou menos de R$ 10 milhões. A ponte inaugurada pelo governador Jaime Lerner, comparou o senador, teve o custo total de R$ 63 milhões. Uma vez que a nova ponte tem 2.926 metros, cada quilômetro custou aos cofres públicos do Paraná aproximadamente R$ 21 milhões.
Segundo Requião, a construção da ponte de Porto Camargo foi iniciada durante o período em que era governador do Paraná o senador Álvaro Dias (PDT-PR), sucedido pelo próprio Requião. Ao assumir o governo, recordou, a obra estava parada havia oito meses, provavelmente por pressão que os empreiteiros haviam feito por um reajuste. O senador disse que não retomou a construção para que o contrato caducasse e os preços pudessem ser rediscutidos.
21/03/2002
Agência Senado
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