Requião: "Argentina capitulou ao FMI"
O senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, afirmou nesta segunda-feira (4) que a "Argentina capitulou ao FMI", pois adotou o câmbio livre, como vinham propondo os técnicos do Fundo Monetário Internacional e autoridades do governo dos Estados Unidos.
- Não sei se este é ou não o caminho para solucionar a crise argentina, mas o pacote anunciado no domingo pelo governo dá suporte ao sistema bancário. No final, a população pagará pelo salvamento dos bancos, como aconteceu no Brasil - acrescentou.
Além da liberação do câmbio, o governo argentino determina que sejam "pesificadas", a partir desta quarta-feira (6), todas as dívidas junto aos bancos e os depósitos bancários. As dívidas serão transformadas em peso à razão de um dólar por um peso. Já os depósitos em dólares serão convertidos pela taxa de 1,40 peso. No câmbio livre, porém, o dólar já vinha sendo negociado a 1,80 peso, tendo atingido picos de mais de 2 pesos em janeiro.
Para Requião, à primeira vista o pacote econômico argentino adota "a velha fórmula" de se cortar gastos e investimentos, ao mesmo tempo em que estimula as exportações. "Cortar gastos públicos não cria empregos e eles esperam compensar a retração dos investimentos pela reativação das exportações", avaliou.
04/02/2002
Agência Senado
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