Requião: CPMF é recessiva e discriminatória com os mais pobres
Por julgar que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é recessiva, discriminatória com os mais pobres e não tem justificativa para continuar a vigorar, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou seu voto contrário à prorrogação daquele tributo. Ele acrescentou que a crise que o Brasil vem enfrentando hoje representa "um grito" contra a CPMF e um alerta para o Senado.
O senador pelo Paraná informou que a CPMF retira da economia brasileira R$ 1,6 bilhão a cada 30 dias. Na sua avaliação, não serão políticas compensatórias "duvidosamente administradas às vésperas das eleições" que farão o Brasil retomar o crescimento e o desenvolvimento econômico. Requião salientou que a taxa de desemprego na Grande São Paulo, superior a 21%, "é maior que os 18,5% de desemprego que prenunciaram a quebra da Argentina".
- Estive na Argentina recentemente e vi o rancor do povo em relação à classe política, a agressão que sofrem parlamentares e juízes quando desavisadamente freqüentam restaurantes e são flagrados pela população. Os comensais tomam talheres e batem nos copos e pratos até que se retirem. Parece que o desespero do povo, a pobreza e o desemprego não refletem no Congresso Nacional argentino, como parece não refletir no Congresso Nacional brasileiro, ante essa insistência de cobrar mais um imposto - afirmou Requião.
04/06/2002
Agência Senado
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