REQUIÃO CRITICA USO DE TROPAS FEDERAIS PARA DEFENDER FAZENDA DOS FILHOS DE FH



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) voltou a atacar, nesta quarta-feira (dia 4), a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou o uso de tropas federais para proteger a fazenda pertencente aos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso, em Buritis (MG). A fazenda foi classificada de "símbolo nacional", na liminar concedida pelo ministro Nélson Jobim. Ele ironizou a liminar do STF, dizendo que, em breve, uma mudança no texto constitucional poderia colocar a propriedade entre os símbolos nacionais.

De acordo com Requião, que criticou o silêncio da imprensa, a fazenda de 1.046 hectares teria sido comprada por Fernando Henrique e pelo então caixa de campanha Sérgio Motta pela irrisória quantia de US$ 2 mil, com dinheiro não declarado e no objetivo de burlar o fisco. Posteriormente as terras teriam sido transferidas pelo valor de apenas US$ 20, lesando mais uma vez a Receita Federal.

Teresa Grossi, diretora de Fiscalização do Banco Central, e Carlos Eduardo de Freitas, diretor de Finanças Públicas e Regimes Especiais, também foram criticados pelo senador. Eles compareceram à audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para explicar a situação do Banestado, o banco do estado do Paraná, com privatização prevista para o dia 17 de outubro.

Requião considerou mentirosas as declarações de Carlos Eduardo, que não soube situar em que administração estadual o Banco foi lesado. Depois de pressionado, Carlos Eduardo admitiu que em 1995, início do governo de Jaime Lerner, o banco teria sido "assaltado por uma quadrilha". Quanto à Teresa Grossi, Requião afirmou que ela não deveria estar falando à CAE, e sim à Polícia Federal, explicando sua participação no escândalo dos bancos Marka e FonteCindam.

Roberto Requião também classificou de irresponsável a atitude do senador Ney Suassuna (PMDB-PI), presidente da CAE, que em sua ausência pediu desculpas aos diretores do BC por eventuais "excessos" dos parlamentares durante a audiência.

04/10/2000

Agência Senado


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