Requião denuncia "negociata" envolvendo Itaú e Goldman & Sachs



Com base em documentos do Banco Central recebidos anonimamente, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou nesta terça-feira (23) o que classificou como uma "negociata" ocorrida com a venda do Banco do Estado do Paraná (Banestado) ao banco Itaú. Segundo o senador, a empresa Goldman & Sachs, contratada pelo governo do estado para fazer a avaliação do Banestado, estabeleceu um preço muito baixo para a instituição financeira a ser privatizada. Os documentos mostram que, terminada a venda, a Goldman & Sachs comprou do Itaú, por apenas R$ 12,037 milhões, créditos (remanescentes do Banestado) no valor de R$ 537,6 milhões, ou o equivalente a 2,24% do valor das dívidas, contraídas por empresários paranaenses.

- Hoje, a Goldman & Sachs está executando a dívida pelo seu valor real, mais as multas e juros. O governador Jaime Lerner foi flagrado, pilhado, em mais uma incrível malandragem, prejudicando o povo e os empresários paranaenses. Sugiro a esses empresários que vão a juízo e exerçam seu direito de preferência. Por que o Itaú não ofereceu o mesmo negócio aos credores, quitar a dívida por 2,24% do seu valor real? Depositem 2,24% do débitos em juízo - sugeriu o senador.

Requião também defendeu a candidatura do senador Pedro Simon (PMDB-RS) à Presidência da República. Caso não se concretize a candidatura, Requião disse que tem simpatia pessoal por uma coligação com o PT, mas não descarta uma conversa com o PSDB, desde que gire em torno de um programa econômico nacionalista. "Devemos sim conversar com Serra, com Lula, e procurar o melhor caminho. Devemos discutir um programa de recuperação do país, um programa de salvação nacional. O Brasil vai muito mal, apesar da grande imprensa. Estamos a caminho da argentinização", assinalou.



23/04/2002

Agência Senado


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