Requião destaca Declaração de Fortaleza



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) leu em Plenário nesta terça-feira (19) a íntegra da Declaração de Fortaleza, documento elaborado durante seminário externo promovido pela Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul - que preside - na capital cearense. O seminário, segundo o senador, foi "um contraponto" ao seminário do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizado concomitantemente, também em Fortaleza.

- Há necessidade de que o contraditório se estabeleça, de que idéias claras que se opõem à Alca e assumam com clareza a defesa de um projeto do Mercosul, pelo menos neste momento do desenvolvimento e da conjuntura política do Brasil, do Cone Sul e do mundo, se coloquem perante a opinião pública - afirmou o senador.

O documento, assinado por representantes dos parlamentos brasileiro, paraguaio, uruguaio, chileno, venezuelano, andino e latino-americano, traz, entre suas principais conclusões, a urgência da reforma das instituições financeiras internacionais, no intuito de diminuir "a extrema vulnerabilidade das economias em desenvolvimento frente aos impactos perversos da volatilidade dos fluxos de capital internacional".

Na Declaração de Fortaleza, os parlamentares também afirmam que as instituições internacionais de apoio ao desenvolvimento não podem dar cobertura e respaldo "a processos autoritários de administração de seus recursos que privilegiem grupos minoritários, concentrando renda e poder e enfraquecendo a democracia". E concluem ainda que os parlamentos nacionais e regionais "devem incluir em suas agendas debates e medidas sobre as políticas específicas aplicadas pelas entidades financeiras internacionais e as dificuldades de sua adequação à realidade latino-americana".

Roberto Requião afirmou que o seminário "teve repercussão extraordinária" no Ceará, onde contou com a cobertura jornalística de 150 emissoras de rádio e a totalidade da imprensa local. O parlamentar lamentou, entretanto, que o seminário "foi soberba e galhardamente ignorado pela imprensa nacional, que se dedicou única e exclusivamente à cobertura do seminário do BID".

- Omissão, desinteresse ou deliberado encobrimento de uma discussão importante para o Cone Sul, para a América Latina e, principalmente, para o Brasil? -perguntou o senador. Para o parlamentar, ao se ausentar da cobertura do seminário, a TV Senado também falhou. Mas o representante do Paraná no Senado afirmou ter enviado à TV Senado "todo o encaminhamento do trabalho e dos debates", para que a emissora possa transmitir as discussões "como faz com todas as comissões do Senado".

Requião destacou a importância da TV Senado na cobertura dos eventos e do pluralismo brasileiro.

- A TV Senado é o buraco no fim do túnel. É a possibilidade última de que grandes debates nacionais sejam realizados com o conhecimento do povo. A TV privada cobre o que quer e, principalmente, não cobre o que não quer - afirmou o parlamentar, salientando que a participação de grupos estrangeiros com até 30% do capital das empresas de radiodifusão terá, como contrapartida, que os interesses desses grupos não sejam contrariados ou sequer discutidos.



19/03/2002

Agência Senado


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