Requião: país não tem capacidade para investir porque recursos vão para pagamento da dívida
Ao comentar a marcha de prefeitos a Brasília, realizada nesta semana, em defesa da regulamentação da Emenda 29/2000 para assegurar mais recursos à área da saúde, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou, em Plenário, nesta sexta-feira (16), que a manifestação não levaria a nada, porque a maioria dos recursos arrecadados no país é destinada ao pagamento dos juros da dívida e não a investimentos em áreas importantes.
- Mais uma vez a mobilização em busca do milagre. Como se a regulamentação da Emenda 29 fosse a panaceia universal para resolver os problemas da saúde. Certamente não é por aí. Estamos tomando a rama pela floresta - afirmou o senador
Em sua opinião, o problema básico dos investimentos do Brasil hoje nos municípios, nos estados e na União está na rigorosa e absoluta falta de recursos. Isso acontece, segundo o senador, porque, embora haja uma arrecadação pesada, que vai a até 35% do produto interno bruto (PIB), a maioria desses recursos é destinada ao pagamento dos juros da dívida interna e da dívida externa.
- Esses juros chegam a R$ 260 bilhões. Assim, a Federação é sacrificada pelo financiamento da dívida e não tem capacidade para investir - acentuou Requião.
Para o parlamentar, o Brasil precisa de uma intervenção radical na raiz do problema que reside no modelo econômico em vigor no país.
- A raiz do problema está no modelo econômico que privilegia rentista, banqueiro e o capital em detrimento do crescimento econômico nacional - afirmou o senador pelo Paraná.
E sem capacidade para investimento, segundo o senador, o Brasil acaba estimulando a inovação tecnológica e o desenvolvimento de outros países, porque opta por empréstimos a longo prazo com juros altos, na compra de produtos fabricados nessas nações.
- Empregos lá e endividamento aqui, com impostos que já chegam a 40% da renda do brasileiro - assinalou o senador.
16/09/2011
Agência Senado
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