Requião propõe trocar dívidas dos estados por investimentos



Em discurso da tribuna nesta sexta-feira (15), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu a conversão da parte da dívida dos estados junto à União em investimentos em obras de infraestrutura e no custeio de serviços prestados à população, como saúde e educação.

– Os estados deixam de amortizar seus débitos e o valor desses débitos transforma-se em investimento. Com isso, movimenta-se o círculo virtuoso da economia, pois investimentos condicionam demandas, emprego e consumo – frisou.

O senador sugere que, através de lei complementar ou medida provisória, a União estabeleça convênios com os estados, que então investiriam as parcelas da dívida em obras de infraestrutura, como construção e reforma de postos de saúde, escolas, hospitais, rodovias, ferrovias e portos, entre outros.

Pelas regras em vigor, o senador avalia que estados e municípios precisariam de duzentos anos para saldar suas dívidas com a União e considera os compromissos impagáveis. Para ele, a União não perderia ao abrir mão de receber parcela da dívida, pois os recursos continuariam a ser investidos no país.

– A União apenas robustece a capacidade de investimento dos estados, espalhando obras pelas vinte e sete unidades da federação, obras que neste momento a União, travada, não consegue realizar – disse.

Além desse investimento, o senador sugere que os recursos sejam usados na contratação, por meio de concurso, de médicos, professores, engenheiros e policiais, fortalecendo o papel dos estados no desenvolvimento do país.

O parlamentar apresentou sua proposta como ponto de partida para a retomada do crescimento. Conforme observou, as sugestões resultam de informações reunidas em debates promovidos nas últimas semanas pela Representação Brasileira do Parlamento do Mercosul, presidida por Requião.

Após ouvir especialistas sobre os efeitos da crise mundial sobre os países sul-americanos, o senador também defendeu novos esforços para a integração do Mercosul.

– Se incluída a Venezuela, somos um mercado com mais de 280 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto que alcança quase três trilhões de dólares, sem considerar a zona de influencia do Mercosul, que engloba praticamente todos os países da America do Sul – disse, ao afirmar que a saída para a crise está na retomada da articulação com os países vizinhos.



15/06/2012

Agência Senado


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