Requião quer que Jader desista de sua candidatura



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu nesta segunda-feira (dia 29) a desistência do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) de sua candidatura à Presidência do Senado. Para Requião, na forma como está ocorrendo, a disputa pelo cargo mais importante da Casa está levando o PMDB a constrangimentos. Ele entende que o PMDB, partido que tem direito à indicação do presidente por ser majoritário na Casa, deve encontrar um candidato de consenso que garanta a liberdade de atuação das minorias no Senado e faça reformas regimentais, como promover o fim do voto de liderança.

- Precisamos de um programa para o Senado, de um presidente que pacifique o processo eleitoral. A possível eleição de Jader arranha a imagem do Congresso e do partido - disse.

Para Requião, o argumento usado para convencer os senadores do PMDB de que devem votar em Jader Barbalho porque o senador teria sido vetado pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), resulta não em um voto no candidato Jader por uma proposta para a direção do Senado e sim em um voto contra Antonio Carlos Magalhães. Roberto Requião disse que não querer condenar Jader Barbalho nem absolvê-lo, uma vez que "existem acusações públicas e sérias contra ele", mas acredita que Jader, numa posição ética, deveria se afastar da disputa, deixando livre o PMDB para se reunir com outros partidos e escolher um representante de consenso.

O senador Roberto Requião criticou a posição do Partido dos Trabalhadores, que pretende lançar um candidato próprio para o cargo. Na sua avaliação, afirmando não compactuar com a eleição de Jader e não votando em um candidato de Antonio Carlos Magalhães, o PT estará ajudando a eleger Jader.

- Do ponto de vista da opinião pública, o PT poderá ficar com a imagem do partido que não entrou na negociação, mas está agindo por omissão - disse.

Convocação

Roberto Requião disse ainda que a atual convocação é "uma absurda imposição regimental". Ela acontece para permitir o reexame das medidas provisórias (MPs), instrumentos que o senador condena. Para Requião, o governo não legisla com o Congresso e sim com MPs, evolução dos decretos-leis usados durante a ditadura militar. "As MPs são mais perniciosas ainda do que os decretos-leis, por serem mais amplas", afirmou. Requião disse que o que o preocupa não é a convocação e sim a raiz do problema: a existência das MPs.

29/01/2001

Agência Senado


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