Reunião da CCJ é marcada por manobras destinadas a atrasar a votação



Por horas seguidas, senadores dos partidos de oposição ao governo (PFL, PSDB e PDT) usaram de todos os artifícios permitidos pelo Regimento Interno para atrasar a votação da reforma previdenciária na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). E, com isso, obrigar o governo a negociar.

A principal manobra foi a apresentação de relatórios alternativos ao parecer do relator oficial da matéria, senador Tião Viana. Até às 22h, ainda estava sendo lido o relatório paralelo do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) - com mais de 50 laudas - e restavam ser lidos, ainda, os dos senadores Demostenes Torres (PFL-GO) e Efraim Morais (PFL-PB).

Para a leitura dos três primeiros relatórios paralelos foram necessárias mais de oito horas, sempre intercaladas por dezenas de pedidos de questão de ordem e de esclarecimentos ou observações. O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, foi de longe o autor do maior número de indagações ao presidente da CCJ, senador Edison Lobão (PFL-MA). Para ele, nada justificava a pressa com que a CCJ estava discutindo e votando a reforma da Previdência.

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), chegou a dizer que não entendia as razões da obstrução do líder do PSDB. Os senadores do PFL também usaram todos os motivos possíveis para interromper o andamento das leituras - reclamaram várias vezes do barulho na sala de reuniões, da falta de intervalo para almoço (o que acabou ocorrendo) e do adiantado da hora.

- Eles podem obstruir à vontade, mas temos um acordo de líderes, inclusive do PFL e do PSDB, para que a votação termine de qualquer forma na terça-feira (30) - informou Mercadante.



24/09/2003

Agência Senado


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