Congresso poderá atrasar votação da LDO e evitar convocação extraordinária em julho, diz Ideli



A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse, nesta terça-feira (29), após reunião com o ministro do Planejamento, Guido Mantega, que os senadores estão trabalhando com a possibilidade de fazer um calendário alternativo para que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 seja adiada por 15 dias. A medida estenderia os trabalhos do Congresso até meados de julho, permitindo a votação de outras matérias consideradas importantes. Assim, com um calendário concentrado, a expectativa é de que seja eliminada a possibilidade de uma convocação extraordinária do Legislativo em julho, segundo a senadora.

Pelas regras vigentes, a LDO, que é enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril de cada ano, precisa ser aprovada pelos parlamentares até o dia 30 de junho. Enquanto a LDO não for aprovada o Congresso não poderá entrar em recesso no mês de julho. A LDO estabelece diretrizes para a confecção da lei orçamentária anual. O relator da LDO de 2005, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), já apresentou um substitutivo à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, que começa a examinar a matéria nesta terça-feira (29). Depois de votada na comissão, o projeto precisa ser aprovada em sessão conjunta do Congresso.

Ideli destacou que, além da convocação extraordinária, outra questão deve ser evitada pelos parlamentares: o recesso sem a votação de todas as matérias. Para ela, esse calendário alternativo que retarda a votação da LDO é o mais adequado e, para que ele ocorra, observou, é necessária a boa vontade de todos os líderes.

Sobre a reunião com o ministro Mantega, que falou sobre o projeto de parcerias público-privadas - conhecido como PPP - com os parlamentares da base governista, Ideli disse que foi positiva. Segundo ela, o ministro sanou as dúvidas dos senadores, principalmente sobre a preocupação de que um volume significativo de parcerias público-privadas realizadas por um governo pudesse inviabilizar a realização de outras por governos subseqüentes.

Ideli disse ainda que Mantega colocou de forma clara todas as garantias previstas no projeto, além de mostrar como é inviável que o atual governo realize os investimentos necessários no setor de infra-estrutura, responsável, segundo ela, pela sustentabilidade do crescimento econômico. O PPP é uma alternativa viável, com experiência comprovada em outros países, mas que necessita de adequação à legislação brasileira, disse ela.

- É uma alternativa plausível para que possamos ter um aporte de recursos em parceria entre o poder publico e o privado - ressaltou.

A PPP é uma das matérias em destaque que o Senado precisa aprovar ainda neste semestre. As outras, já destacadas pelo presidente da Casa, José Sarney, são a Lei de Falências, Lei de Biossegurança e a reforma do Judiciário.



29/06/2004

Agência Senado


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