Ricardo Santos sugere medidas para o crescimento econômico sustentado



Apesar de reconhecer os bons resultados obtidos pela economia brasileira em alguns setores no ano passado, com destaque para as áreas industrial e de serviços, o senador Ricardo Santos (PSDB-ES) aconselhou o governo a ter cautela com a taxa de crescimento prevista para 2001, em torno de 4%. É que, segundo ele, um crescimento acima desse percentual poderia comprometer a balança comercial, com reflexos negativos na capacidade brasileira de mobilizar os recursos externos necessários para o financiamento do balanço de pagamentos.

Ricardo Santos entende que o crescimento econômico brasileiro será sustentado caso o governo adote uma série de medidas, a começar pela reforma tributária, manutenção da política de austeridade fiscal, apoio das instituições financeiras públicas à substituição competitiva de importações e investimentos em ciência e tecnologia. A continuação da política de redução da taxa de juros, a expansão do crédito e as ações visando à eliminação do protecionismo dos países desenvolvidos foram outras sugestões apresentadas pelo senador.

- Trata-se de uma agenda de fôlego, cuja importância tem sido reconhecida pelo próprio governo e que merecerá apoio do Congresso Nacional - disse Ricardo Santos, certo de que este é o momento de se aprofundarem ações governamentais de natureza institucional em favor do desenvolvimento econômico brasileiro. O senador alertou, no entanto, que, a médio prazo, existem duas limitações ao crescimento econômico brasileiro: um possível desequilíbrio interno, que poderá gerar pressões inflacionárias, ou um desequilíbrio externo, isto é, uma crise com origem em nosso balanço de pagamentos.

Ricardo Santos também afirmou que a reativação econômica ocorrida no ano passado provocou um forte incremento nas importações, que passaram de US$ 49,2 bilhões, em 1999, para US$ 55,8 bilhões em 2000, ocasionando um déficit de US$ 700 milhões na balança comercial, "o que bem demonstra o crescente grau de integração do país ao mercado mundial".

05/04/2001

Agência Senado


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