Rigotto pede mobilização para ir ao 2º turno









Rigotto pede mobilização para ir ao 2º turno
Cautela e humildade, mas acima de tudo muito trabalho foi o que pediu ontem o candidato da União pelo Rio Grande ao governo do Estado, Germano Rigotto, aos militantes dos partidos que integram a aliança e aos apoiadores. 'Este momento exige muita concentração e pés no chão', advertiu ele por considerar que o primeiro desafio da campanha ainda está por ser vencido no próximo domingo, quando acontecerá o 1º turno das eleições. Segundo Rigotto, o trabalho de todos os envolvidos no processo será necessário até o final. 'Precisamos estar mobilizados permanentemente a partir de agora', acrescentou. O candidato do PMDB prefere não responder às provocações dos adversários. Declarou que primeiro deve consolidar a sua posição e conquistar o direito de disputar o 2º turno.

Acompanhado do senador Pedro Simon e dos candidatos ao Senado Vicente Bogo, do PSDB, e Odacir Klein, do PMDB, Rigotto participou pela manhã de carreata que percorreu pontos movimentados de Porto Alegre. Na avenida João Pessoa, houve bloqueio da pista por manifestantes de outros partidos que quase impediram a passagem dos carros que acompanhavam Rigotto. Partidários do PPB, do PPS e do PT faziam bandeiraço no local. O trânsito ficou lento por alguns minutos. O candidato se disse impressionado com a mobilização, a motivação e a adesão à sua candidatura. Segundo ele, isso tem ocorrido não apenas em Porto Alegre, mas também no interior do Estado. No sábado à noite, em Uruguaiana, Rigotto fez comício em praça pública. Defendeu tratamento diferenciado para as regiões e as políticas de desenvolvimento que respeitem a realidade local.


Tarso e Rigotto antecipam disputa
Questionado sobre posição quanto ao governo federal, deputado diz que votou contra vários projetos

O debate de ontem à noite entre os candidatos ao governo, na TVE, ficou polarizado entre Tarso Genro, da Frente Popular, e Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande. Eles foram os mais questionados pelos adversários. Tarso vinculou a candidatura de Rigotto ao governo federal e criticou sua posição na reforma da Previdência Social. O peemedebista reagiu, defendendo a administração Fernando Henrique Cardoso, salientando os avanços obtidos no país, mas também afirmando que houve equívocos e que todas as vezes que discordou das posições da União votou contrariamente no Congresso a projetos do governo. 'Em muitos casos meu voto foi decisivo contra projetos da União que entendi não serem corretos e também denunciei o boicote do governo contra a votação da reforma tributária', disse o candidato do PMDB.

Tarso criticou o governo federal, dizendo ter projeto excludente. Vinculou sua candidatura à de Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo surgimento de novo bloco político no país capaz de realizar mudanças sociais necessárias. Também observou que não foi o atual governo o responsável pela saída de empresas do Estado, ao lembrar que na gestão anterior empresários optaram por migrar para outras regiões do país.

Celso Bernardi, do PPB, defendeu valorização do ensino como forma de combater o desemprego. Antônio Britto, do PPS, salientou que suas prioridades, se eleito, serão segurança e emprego.


Bernardi aposta nos indecisos
Durante caminhada que fez ontem pela manhã, no Brique da Redenção, em Porto Alegre, o candidato do PPB ao governo do Estado, Celso Bernardi, disse que esta semana o partido deve trabalhar para conquistar o voto dos indecisos. Acompanhado dos candidatos a vice Denise Kempf e ao Senado Hugo Mardini, Bernardi comentou que número significativo de eleitores ainda não definiu em quem votar e é sobre esse universo que a militância deve centrar sua atenção nestes últimos dias. 'Já mostramos nas eleições de 2000 a força do partido, fazendo o maior número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Por isso, acredito que domingo confirmaremos nas urnas que é a hora de o PPB retornar ao Palácio Piratini', acrescentou. Lembrou que o forte do partido está nos pequenos municípios gaúchos e será a partir desses locais que o PPB irá reagir para obter sucesso no dia 6 de outubro, mesmo fazendo campanha modesta e com pouco espaço na televisão e no rádio.

O candidato aproveitou o último final de semana da campanha para participar de comícios em cidades localizadas nos dois extremos da fronteira Sudoeste e que fazem divisa com a Argentina e com o Uruguai. No sábado, ao meio-dia, em Uruguaiana, Bernardi visitou a exposição internacional de animais que acontecia no Parque de Exposições Agrícola e Pastoril e integrou ato com candidatos a deputado. À noite, em Jaguarão, esteve em outro comício na praça Doutor Alcides Marques.


Lula faz em Porto Alegre comício de encerramento
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje, a partir das 18h, no Largo da Epatur, em Porto Alegre, o último comício de campanha. O PT optou pelo Estado devido ao histórico eleitoral de Lula. Em 1998, ele obteve 42% dos votos dos gaúchos. Segundo o vice-presidente do PT e coordenador da campanha do presidenciável, Paulo Ferreira, ainda há no Rio Grande do Sul espaço para crescer. Haverá shows musicais de 12 artistas e grupos regionais e da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, com banda e bailarinos.


Paim: reajuste melhora economia
Paulo Paim, candidato ao Senado pela Frente Popular, disse ontem que, se o Congresso Nacional aprovar o projeto de sua autoria que tramita na Câmara, garantindo ao trabalhador brasileiro salário de 100 dólares, além de melhorar a distribuição de renda e aumentar o poder aquisitivo da população, irá contribuir para garantir a tão esperada melhoria para a economia do país. Paim avaliou que as políticas econômicas do governo Fernando Henrique Cardoso em nada ajudaram para o desenvolvimento social.

Como sintoma da crise, o deputado citou os dados do IBGE, que divulgou recentemente a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, revelando que não houve melhora na distribuição de renda. A pesquisa mostra que a renda média do trabalhador caiu 10,3% nos últimos cinco anos e os mais pobres foram os mais atingidos, com redução de 11,6% entre 1996 e 2001. A camada menos favorecida ganhava em média R$ 69,00 em 1996 e, em 2001, o rendimento foi reduzido para R$ 61,00. Paim avaliou que, por mais que o governo anuncie investimentos, os resultados têm sido pífios. 'Sem distribuição de renda e geração de emprego não haverá desenvolvimento social sustentável', completou o candidato ao Senado.


Político escapa da morte em acidente
Afilhado político do governador Jarbas Vasconcelos, o candidato a deputado estadual Raul Henry, do PMDB, de 38 anos, escapou da morte na madrugada de ontem. O avião bimotor em que estava caiu logo depois da decolagem do aeroporto de Arcoverde, no sertão pernambucano. O candidato ficou preso pelo cinto de segurança e foi salvo pelo piloto, que retornou à aeronave para retirá-lo. Dois minutos depois do socorro o avião explodiu. Ex-vice-prefeito do Recife e ex-secretário estadual de Educação, Henry teve problema nos olhos e fraturou a clavícula, mas passa bem. Além dele, do piloto e do co-piloto, viajavam no bimotor dois assessores e um fotógrafo, que sofreram queimaduras.


Discutido incentivo a empresas
Segurança pública, finanças, desenvolvimento econômico e o Orçamento Geral do Estado para o próximo ano dominaram as considerações de 11 dos 12 candidatos ao governo que participaram ontem à noite do debate realizado na TVE. Tarso Genro, da Frente Popular, ressaltou que a Ford deveria ter permanecido no Estado, observando, porém, que optou pela Bahia por modificações feitas pelo governo federal que favoreceram a ida da empresa para a região Nordeste. Celso Bernardi, do PPB, e Germano Rigotto, da União p elo Rio Grande, criticaram a peça orçamentária e os baixos recursos para investimentos. Bernardi salientou que houve redução na verba para segurança pública e que não há previsão de aumento salarial para o funcionalismo.

Respondendo aos ataques, Tarso observou que o orçamento possibilitará mais investimento na área social, o que, segundo ele, nunca foi valorizado por outras administrações. Disse que o governo conseguiu reduzir o estoque da dívida de R$ 20 bilhões para R$ 19 bilhões, além de elevar recursos para investimentos, previstos em R$ 1,75 bilhão. Júlio Flores, do PSTU, pregou a extinção do Fundopem no Estado. Aroldo Medina, do PL, salientou que a criminalidade virou comércio.


Bogo diz que Serra se sairá bem no RS
Vicente Bogo, que concorre ao Senado pelo PSDB, avaliou ontem que o presidenciável José Serra está agindo corretamente ao ter cautela neste momento da eleição. Bogo disse que ele está para obter índice histórico de aprovação no Rio Grande do Sul, já que as pesquisas indicam que quase 30% do eleitorado votará nele, superando o desempenho do presidente Fernando Henrique Cardoso no Estado. Bogo atribui a boa receptividade de Serra ao crescimento de Germano Rigotto e ao trabalho que desenvolveu como ministro da Saúde. 'O importante agora é manter essa situação para não frustrar expectativas e garantir a vaga ao 2º turno. Depois haverá outra eleição', comentou. Para Bogo, a disputa seguinte se dará em ambiente político diferente.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
11h30min: Caxias do Sul.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
14h: gravação de programa eleitoral gratuito. 20h: comício final da Frente Popular com Luiz Inácio Lula da Silva.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
8h30min: Palestra para o Sindilojas e a Câmara dos Dirigentes Lojistas. 18h: caminhada em Rio Grande.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ:
gravação de programa eleitoral gratuito. Tarde: Alvorada e Cachoeirinha.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
10h: entrevista para rádios do Interior.


Tarso promete governar com PDT
Ao receber apoio de trabalhistas de Bagé, afirma que isso representa avanço nas transformações do RS

O candidato da Frente Popular Tarso Genro prometeu sábado incluir o PDT no seu futuro governo ao considerar que será impossível administrar o Estado sem a aliança das forças populares. Ao receber o apoio formal do PDT de Bagé, o candidato também não poupou críticas ao adversário Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande, a quem se referiu como nova alternativa que a direita está tentando criar. Segundo Tarso, Rigotto foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso no Congresso Nacional e teve participação importante nas reformas previdenciárias que tantos prejuízos causaram aos trabalhadores.

O candidato esteve em Bagé no final da tarde e participou de carreata, acompanhado de lideranças como o prefeito Luiz Fernando Mainardi, do PT, o presidente do PDT e vice-prefeito, Jucelino Rosa dos Santos, e o ex-prefeito Luis Alberto Vargas, também do PDT. Na sede dos trabalhistas, recebeu o apoio formal do partido à sua candidatura. Jucelino dos Santos disse que a adesão a Tarso é um gesto de rebeldia dos pedetistas, seguindo o que a maioria dos filiados já está fazendo no Estado. O candidato da Frente Popular destacou que teve recepção histórica e garantiu a formação de pacto de governo com o PDT. Segundo ele, isso representa o avanço nas transformações que estão ocorrendo no Rio Grande do Sul e que precisam ser concretizadas no país 'para acabar com o modelo neoliberal que há 12 anos vem levando o povo ao desemprego e promovendo a exclusão social'.

Tarso admitiu que a luta não será fácil, nem para ele nem para Luiz Inácio Lula da Silva, e conclamou os filiados e os simpatizantes do PT a mobilizarem seus familiares e seus amigos a votarem nos candidatos da Frente Popular e do PDT no Rio Grande do Sul e em Lula para mudar as relações de forças no Brasil.
Ontem à noite, Tarso participou de comício na Restinga, em Porto Alegre, onde lembrou as melhorias realizadas no bairro por meio do Orçamento Participativo, desde a primeira administração do PT na prefeitura. Ressaltou que os seus adversários se opõem ao modelo de administração porque, segundo ele, 'gostariam que tudo fosse decidido pelas elites de dentro dos gabinetes'. Emília Fernandes e Paulo Paim, que concorrem ao Senado, também estiveram na manifestação e criticaram os adversários na disputa pelas duas vagas.


Lula se queixa de preconceito
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, reclamou ontem que sofre preconceito e comparou o sentimento com o vivido por Jesus Cristo. 'Quem foi mais revolucionário do que Jesus na história da humanidade? A mesma elite que não nos aceita hoje reagiu contra ele', afirmou o candidato durante o encontro realizado por evangélicos na Primeira Igreja Batista de Santo André, em São Paulo. O pastor Jesse Jackson, líder religioso e político norte-americano, compareceu e afirmou que Lula se equipara a Martin Luther King e Nelson Mandela.

Lula disse sofrer ao longo de sua trajetória política preconceito por ser nordestino e pobre, além de não ter diploma e não saber outros idiomas. Segundo ele, o presidente da República precisa falar menos línguas e conhecer mais o coração e a mente do povo que quer governar.

No evento promovido pelo Movimento Evangélico Pró-Lula, o candidato afirmou que os protestantes brasileiros sempre tiveram receio de votar no PT. 'Quando o partido nasceu, havia uma história de que era da Igreja Católica. Alguns evangélicos tinham a preocupação de que o PT fecharia as suas igrejas', comentou. Garantiu que o partido nunca foi ligado nem buscará estar a nenhuma igreja específica. 'É um partido plural, de todas as religiões, para representar o conjunto da sociedade brasileira', destacou.

Segundo o pastor Geziel Antônio dos Santos, o Movimento Evangélico Pró-Lula foi criado em 1989, quando o petista disputou a sua primeira eleição presidencial. Ele informou que o movimento está presente atualmente em todos os estados e nas capitais brasileiras.

Ao assegurar aos evangélicos que não fechará nenhuma igreja, Lula declarou que em seu governo dependerá da colaboração de representantes da sociedade civil organizada para concretizar as políticas sociais. Acrescentou até que haverá a necessidade de abrir novas igrejas com o objetivo de matar a fome do povo.


Collor promove ato sobre impeachment
Fernando Collor de Mello, do PRTB, candidato ao governo de Alagoas, decidiu ontem lembrar os dez anos da votação do impeachment, que resultou no seu afastamento da Presidência da República em 1992. Ele promoveu 'caminhada cívica' pelas principais praias da zona urbana de Maceió, reunindo partidários e lideranças políticas que apóiam a sua candidatura. O governador Ronaldo Lessa, do PSB, candidato à reeleição, participou de carreata a dois quilômetros da concentração de Collor. Para evitar novos confrontos, a Polícia Militar de Alagoas mobilizou vários batalhões. Sábado à noite, caras-pintadas atacaram com rojões, paus, socos e pontapés os correligionários de Collor, deixando seis feridos sem gravidade.


Serra diz que não basta ter metas
Vai apresentar aos eleitores durante campanha do 2º turno alternativas para os problemas do país

O candidato da aliança PSDB-PMDB ao Palácio do Planalto, José Serra, declarou, durante comício em Curitiba, Paraná, sábado à noite, que pretende chegar ao 2º turno da eleição para explicar ao eleitor como resolver a situação econômica do país. 'A população não quer ouvir apenas sobre os problemas, mas as soluções. É preciso ter metas e também saber de que maneira concretizá-las', salientou. Cit ou a necessidade de gerar mais empregos e melhorar os salários.

A deputada federal Rita Camata, do PMDB, candidata à vice-presidência na chapa de Serra, disse ontem, em São Paulo, que a aliança estará no 2º turno das eleições. 'A pesquisa que vale é o voto no próximo domingo', ressaltou. Ela e o tucano foram à missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi. Rita explicou que a sua confiança se deve à acolhida que recebeu no cumprimento da agenda de campanha por vários estados. A respeito da sua atuação, a candidata disse que trabalha com muita disposição. 'Essa foi a minha marca em quatro mandatos de deputada federal. Faço as coisas por paixão. Acredito que sempre dou o máximo que posso', assegurou. Rita afirmou que tem percorrido o Brasil inteiro, fazendo o possível para divulgar o programa de governo da aliança PSDB-PMDB. 'Creio que a história de vida de Serra, a sua competência e experiência são importantes para a reflexão', ponderou.

O coordenador político da campanha da aliança PSDB-PMDB, deputado Pimenta da Veiga, garantiu estar certo de que a eleição presidencial não será decidida no domingo e que Serra estará no 2º turno. Ele minimizou o resultado de levantamento do instituto Datafolha, que aponta Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, com 49% dos votos válidos. 'Temos indicação de pesquisas que nos dão margem segura de que haverá 2º turno', salientou Pimenta da Veiga.


Candidatos do Rio pedem votos na orla
Os principais candidatos ao governo do Rio de Janeiro foram ontem para a orla marítima, em busca dos votos dos indecisos. Jorge Roberto Silveira, da Frente Trabalhista, foi o único a optar pelo litoral de Niterói. Na Praia de Icaraí, o candidato recebeu cumprimentos, foi abraçado e beijado por simpatizantes. Rosinha Matheus, do PSB, Benedita da Silva, do PT, e Solange Amaral, do PFL, preferiram o lado carioca da Baía de Guanabara. Elas caminharam pela orla, do Flamengo ao Leblon, em horários próximos acompanhadas de militantes dos partidos. O encontro entre os rivais, porém, ocorreu sem incidentes e de forma bem-humorada. 'Democraria é isso', resumiu uma eleitora.


Guanaes acha que uso da mentira ajuda Garotinho
Nizan Guanaes, marqueteiro da campanha do presidenciável José Serra, atribuiu ontem a subida de Anthony Garotinho, do PSB, nas pesquisas de intenção de voto ao uso abusivo da mentira. Segundo Guanaes, Garotinho não diz a verdade e falta cobrança às suas contradições. 'Garotinho está há dois meses falando em salário mínimo de R$ 280,00 e ninguém contesta. E a casa a R$ 1,00?', indagou. Para Guanaes, o candidato subiu nas pesquisas pegando votos de Ciro Gomes, da Frente Trabalhista.


Ciro nega chance de deixar disputa
Ciro Gomes, que concorre ao Palácio do Planalto pela Frente Trabalhista, rechaçou ontem, indiretamente, as afirmações do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, sobre as reflexões em torno da sua possível renúncia. 'O programa do PT não dá conta de desativar esta bomba-relógio', disse, referindo-se às dificuldades econômicas do país. Acrescentou que tem a missão de seguir com a campanha para debater no 2º turno sobre o melhor projeto para a mudança do Brasil. Antes disso, Ciro recebeu o abraço de Brizola, durante a Feira Nordestina de São Cristóvão, no Rio.


Presidente da Venezuela avalia influência do Brasil
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem que as eleições brasileiras influenciarão no processo de mudanças da América Latina e do mundo. 'Seja qual for o resultado, terá impacto forte', salientou Chávez em seu programa de rádio. Em seguida, leu nota sobre a pesquisa do Datafolha, em que Luiz Inácio Lula está a um ponto percentual de vencer no 1º turno. 'Vai me passar', comentou Chávez, que conquistou a Presidência em 1998 com 56% dos votos e foi reeleito com índice semelhante em 2000.


FHC fecha conta de Minas com Itamar
O presidente Fernando Henrique Cardoso se reúne hoje com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, no Palácio da Liberdade, para oficializar o fechamento das contas do estado com a União, o que garante os recursos a fim de quitar o 13º salário do funcionalismo. Fernando Henrique não visitava a capital mineira para evitar confrontos com o ex-aliado. Nas vezes em que foi ao interior do estado participar de solenidades, Itamar enviava representante. Depois do encontro, FHC irá para Contagem, onde subirá no palanque do presidenciável do PSDB, José Serra.


Garotinho apela por votos da Frente
Anthony Garotinho, candidato à Presidência pelo PSB, apelou ontem aos eleitores de Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, para que transfiram seus votos e permitam que ele dispute o 2º turno. 'Sou o único candidato com condições de concorrer com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT', justificou, durante a caminhada que fez em Copacabana, no Rio, acompanhado de sua mulher, Rosinha Matheus, candidata do PSB ao governo do estado. Participaram crianças da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã. 'Vencerei no 1º turno e após o dia 6 trabalharei por Garotinho', disse Rosinha.


Ruth critica estatismo antiquado
A primeira-dama Ruth Cardoso disse ontem que os programas sociais dos adversários do presidenciável José Serra, da aliança PSDB-PMDB, são de um 'estatismo antiquado' e apenas o tucano tem perfil adequado ao que chamou de nova democracia. Ela participou de encontro promovido pela equipe de campanha de Serra, em São Paulo. Para Ruth, a idéia de que o Estado define, comanda e orienta todos os trabalhos caiu com o Muro de Berlim. 'Isso não existe mais. O engajamento da sociedade e de organizações não-governamentais permite chegar a resultados mais positivos', explicou.

Na avaliação de Ruth, a evolução mundial mostrou que é inviável a visão de que cabe ao Estado resolver todas as questões relativas ao cidadão. Segundo ela, o modelo concretizado por Fernando Henrique Cardoso é similar ao adotado nos países escandinavos, com o poder público cumprindo a sua função. 'Não estou falando de Estado menor, mas do que trabalha junto com a sociedade, garantindo a manifestação das pessoas, a liberdade e a participação', esclareceu a primeira-dama.


Artigos

Olho na missa e no padre
Emerson Rogério de Oliveira

Os regulamentos que disciplinam os homens fardados e as leis que punem os bandidos necessitam de uma revisão. Os primeiros proíbem os militares de falar em política dentro dos quartéis, de criar sindicatos e de exercer outras atividades de trabalho para aumentar o seu salário. Excluído do contexto, e sem representantes no parlamento, o segmento fardado fica à mercê das madrastas decisões políticas. Quanto à punição dos bandidos, as leis apresentam tantas brechas e liames que se tornam frágeis, não surtem os efeitos esperados e muito menos tranqüilizam a sociedade, pois é um tal de prende e solta bandido, que preso não é problema resolvido, é, antes, problema maior do que bandido solto. O crime organizado, de dentro do presídio, por celular, mensageiros e Internet, encomenda pizza para o jantar, distribui drogas, negocia mísseis, determina execuções e invasões, impõe toque de recolher e até o funcionamento do comércio, por enquanto, o carioca.
À medida que o poder paralelo se instala e se fortalece de forma assustadora, o poder militar, enfraquecido pelas navalhadas no orçamento, acha-se à porta de um centro de tratamento intensivo. No Exército, o corte foi tão feio que causou surpresa e manifestações mesmo de alguns políticos cassados em 64 e gerou uma nota corajosa do seu comandante, o general Gleuber Vieira. Mesmo assim, as Forças Armadas mantêm-se atentas na sua missão de defender o território, a soberania, as instituições e a de manter a ordem.

As opiniões de alguns generais e as fotos e imagens de ex-ministro do Exército, ao lado de presidenciáveis atrás de votos, veiculadas com manchetes sugestivas, a vagar o entendimento de que ali está a voz dos militares é, no mínimo, ingenuidade de alguns interesseiros e de certos setores da imprensa. A família militar tem mais de 4 milhões de votos e quase ninguém a representá-la no parlamento, sofre o ranço de muitos políticos revanchistas, a indiferença, por conveniência de uns, e o abandono, por covardia de outros. Esse universo de votos inexplorados, que em cada eleição são pulverizados e se perdem por aí, haverão de se concentrar um dia e os militares terão os seus tribunos. Até lá, ao empunhar essa poderosa arma individual que é o voto, há que se ter um olho na missa e outro no padre.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

APETITOSA SALADA
1) Luiz Inácio Lula da Silva se revela um excelente chef de cozinha eleitoral montando apetitosa salada de votos de todas as hortas e pomares.

2) O PT adia debate interno sobre proposta de Lula feita a empresários e banqueiros em São Paulo, semana passada: na hipótese de ser eleito, vai procurar os adversários José Serra, Anthony Garotinho e Ciro Gomes para tratar da constituição do novo governo. Nos planos do candidato está a proposta de criar acordo nacional, o mais amplo possível. Não é difícil imaginar como reagirão vários segmentos do partido vinculado à origem sindical.

3) Se Lula vencer, os banqueiros já têm nome para sugerir ao Ministério da Fazenda: o ex-presidente mundial do BankBoston, Henrique Meirelles.

PRECISA MUDAR
Os debates em que candidatos perguntam a candidatos já se esgotaram. Assuntos se repetem e ódio transborda o cálice por maior que seja. Questões objetivas do governo ainda estão por ser abordadas.

NA DEFENSIVA
A tática de Germano Rigotto, que agora se torna alvo em função das pesquisas, é muito clara. Faz dos debates extensão dos programas de TV e não ataca os adversários. Leva só no banho-maria.

ESPORTE DA MODA
1) A assessoria de Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou artigo ao jornal Clarín, de Buenos Aires, explicando a identificação da Argentina como 'republiqueta'; 2) o jornal La Nación publicou ontem artigo de Mariano Grondona, sob título 'Uma republiqueta ou uma nação invertebrada?', referindo-se 'à prática do esporte da moda de insultar a Argentina'. Cobra fato de seus conterrâneos não terem se indiginado.

NA DEPENDÊNCIA
O que poucos duvidam: PFL, PMDB e PSDB continuarão controlando dois terços do Senado e da Câmara dos Deputados. Mesmo que a oposição venha a aumentar suas bancadas. O desafio do futuro presidente será conseguir maioria simples de 257 deputados federais e 41 senadores. Sem negociar, nada feito.

LIMITES
Sem aval do Congresso, o presidente da República não pode criar imposto, aumentar alíquotas do Imposto de Renda, nomear presidente do Banco Central, modificar estrutura do sistema financeiro, demitir e mudar aposentadorias de servidor.

ISENÇÃO PARA TÁXI
A Câmara dos Deputados votará, até o final do ano, projeto que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados automóveis, quando adquiridos por motoristas de táxi.

PARA QUE SERVEM?
O jornal Financial Times publicou ontem em editorial com título: 'Para que servem mesmo os analistas de mercado?' Segue batendo forte: 'Quem precisa de analistas? Eles custam muito dinheiro aos bancos, e a torrente de anotações de pesquisa que produzem é desperdiçada.

DO LEITOR
Da Califórnia, Jacques Vissoky destaca parágrafo do editorial do San Francisco Chronicle: 'Washington e Wall Street olham para o Brasil como turistas de primeira viagem em pânico: inquietos no caos, incapazes de apreciar a parte boa da alegre agitação e inseguros sobre coisas não americanas. Qual o remédio? Relaxar, divertir-se, conhecer e trabalhar com as pessoas, ficar mais um pouco. Deixe a eleição transcorrer, trabalhe com o próximo presidente e seja mais uma voz nos esforços do Brasil para se aprumar'.

APARTES
Não convém a certos candidatos passarem por vitrines de lojas de calçados onde expõem salto alto.

Faltam quatro dias para o fim da propaganda eleitoral em rádio e TV. Tempo para chuvas e trovoadas.

Candidatos não correm mais, voam. Até domingo, pouco sono e mão disponível para muitos apertos.

Surge na Argentina e fronteira com Brasil o movimento de sem-terra.

Não será surpresa se Itamar fizer afago hoje em FHC. É do seu estilo.

Partidos que apóiam Ciro Gomes criticam: ele elegeu a 'familiocracia'. Isto é, todo o poder para sua família.

Última semana de campanha e recomendação dos assessores não difere: evitar qualquer tropeço.

Imperdível: Câmera 2, a partir das 22h30min de hoje, na TV Guaíba.

Deu no jornal: 'Para FMI, Brasil sai logo da crise'. Bem..., tomara.

É semana de conferir quem tem café no bule entre os que concorrem a Câmara dos Deputados e Assembléia.


Editorial

UM DIA PARA OS IDOSOS

Causou espécie a publicação, na imprensa, da notícia em que uma mãe apelou ao poder Judiciário para que este retirasse de casa o filho que ameaçava sua integridade física. Ante o risco iminente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, através de um de seus desembargadores, em acertada decisão, determinou que a autora tivesse a proteção reivindicada. Decisões semelhantes já são constatadas em estados como São Paulo e Minas Gerais.

O caso citado acima serve como exemplo de um conjunto de situações em que os idosos são desrespeitados em seus direitos mais elementares. Depois de toda uma vida produtiva, após muitas vezes terem ajudado familiares e zelado por outras vidas, recebem como contrapartida um tratamento indigno por parte daqueles que o cercam. Agressões físicas e verbais, desconsideração, discriminação no mercado de trabalho, proventos aviltados são alguns dos problemas facilmente constatáveis. Enquanto isso, a rede de proteção, incluindo entidades assistenciais e delegacias dos idosos, apesar de alguns avanços, ainda é insuficiente para responder às demandas. É preciso que o Estado aprimore seu sistema de apoio, de modo que possa agir com medidas preventivas e coibir os abusos quando verificados.

O grau de maturidade e de coesão de uma sociedade pode ser medido pelo tratamento dispensado aos idosos. Eles são a reserva moral e ética, a experiência acumulada, a sabedoria serena. Se ela os valoriza por isso, então temos uma normalidade em nossas relações afetivas. Se isso não ocorre, estamos num caminho perigoso, em que os valores espirituais estão sendo deixados de lado.

O Brasil é um país no qual a proporção de idosos aumenta rapidamente. Eles são hoje 14,5 milhões de brasileiros, 8,6% da população. Em 2020, serão 30 milhões, cerca de 13% da população. Tais números indicam que o país, ao olhar para esse contingente populacional, estará olhando para si mesmo, justificando-se a necessidade de aprimorar as políticas sociais a ele destinadas.

O dia 1º de outubro foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional das Pessoas Idosas. A data é sem dúvida relevante. É de se esperar que ela sirva de motivação para que reflitamos sobre os idosos com o apreço que lhes devemos.


Topo da página



09/30/2002


Artigos Relacionados


Rigotto e Tarso disputam o segundo turno para o Governo do Estado

Tarso e Rigotto devem disputar 2º turno

Rigotto pede apoio do Senado para negociar dívidas estaduais com o governo

Mozarildo pede mobilização da sociedade para ajudar roraimenses

Paim pede a Rigotto que conceda audiência aos professores em greve

Paim pede mobilização da sociedade para aprovar fim do fator previdenciário e 'desaposentadoria'