Rigotto promete facilitar negócios










Rigotto promete facilitar negócios
Uma das medidas será a ampliação do Sistema Simplificado de Pagamento de Impostos aos serviços

Durante visita à 11a Feira Internacional de Integração Industrial (Mercopar), ontem em Caxias do Sul, o candidato ao governo do Estado da coligação União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, defendeu a ampliação do Sistema Simplificado de Pagamento de Impostos (Simples), a desburocratização e a tributação diferenciada como pilares para o desenvolvimento dos pequenos negócios no Rio Grande do Sul. Afirmou que o Simples foi um dos poucos avanços que o país teve nos últimos anos no campo tributário e que a concretização do modelo estadual consta em seu programa de governo. 'Eu fui um dos batalhadores pelo Simples no Congresso Nacional e hoje defendo que haja ampliação a setores que não foram contemplados, como o de serviços', acrescentou.

Rigotto defendeu também o fortalecimento do Banrisul e a ampliação de linhas de crédito para os pequenos empresários. 'Quero o Banrisul estatal e valorizado para que funcione como apoio financeiro às políticas de desenvolvimento do meu governo', afirmou. A desburocratização foi outro ponto acentuado pelo candidato do PMDB. Anunciou que pretende concretizar na administração a menor informalidade para garantir maior arrecadação.

Segundo Rigotto, as reivindicações dos empresários gaúchos de pequeno porte não são corporativas, mas absolutamente realistas. Disse que quer ter o Sebrae como parceiro no seu governo para desempenhar tarefas visando ao desenvolvimento mais justo do Estado. Ele recebeu do presidente do conselho deliberativo do Sebrae, Eudes Missio, documento com reivindicações dos empresários.


Morte muda a campanha de Tarso
PT não escolherá substituto para Utzig na coordenação e pede que os filiados redobrem a mobilização

A morte do coordenador da campanha de Tarso Genro, José Eduardo Utzig, abalou o PT gaúcho e nacional. Os compromissos agendados pelos candidatos ao Palácio Piratini, à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao governo de São Paulo, José Genoino, foram parcialmente cancelados. Sem Utzig, a campanha de Tarso assume outro rumo a partir de hoje. Cezar Alvarez, que integra a coordenação, disse que seu lugar não será substituído e pediu que os filiados redobrem o trabalho. 'Estamos diante de uma morte lamentável e só conseguiremos fazer frente a esta perda com o esforço de cada integrante do partido', salientou.

Às 8h de ontem, Utzig tinha encontro com o presidente estadual do PT, David Stival. 'Falamos por telefone às 22h30min de terça-feira, quando combinamos tratar de reformulações necessárias na campanha devido à alteração do adversário no 2O turno', revelou Stival. Poucos horas antes da morte, Utzig também conversou com o presidente regional do PDT, Pedro Ruas, e líderes do PL e do PSB. O apoio dos socialistas a Tarso, que ocorreria ontem às 13h, foi adiado. Lula e Genoino chegaram a Porto Alegre às 14h30min. O presidenciável comentou que Utzig foi uma espécie de general da vida política do PT e da campanha de Tarso. 'É uma perda muito grande. Amanhã temos de levantar a cabeça e trabalhar para realizar o seu sonho', afirmou.

O governador Olívio Dutra lamentou a perda, chamando-o de grande combatente das questões sociais. 'Os esforços para a concretização do sonho de Utzig e de todos do PT serão redobrados', garantiu. Tão logo tomou conhecimento da morte de Utzig, Olívio esteve em sua residência para levar o pesar do governo do Estado à família. 'A perda de Utzig representa uma dor terrível. Perdi um amigo de muitos anos, mas o dever determina que minha campanha seja retomada amanhã (hoje)', comentou Tarso, muito abatido.


Rigotto destaca perfil de diálogo
O candidato ao governo do Estado Germano Rigotto, do PMDB, compareceu ao velório de José Eduardo Utzig às 10h de ontem acompanhado do vice da sua chapa, Antonio Hohlfeldt. 'O Rio Grande do Sul e o PT perderam uma pessoa de diálogo, com conteúdo e bagagem de conhecimento incrível', salientou. Para Rigotto, a morte de Utzig é irreparável à política gaúcha. Antes de deixar a Câmara Municipal, Rigotto compareceu ao ambulatório onde a mulher do candidato Tarso Genro, do PT, a médica Sandra Krebs Genro, recebia atendimento devido à oscilação da pressão arterial. Na ocasião, solidarizou-se com o adversário na disputa.

O presidente regional do PPB, Celso Bernardi, também esteve na Câmara. 'Estou retribuindo solidariedade como forma de gratidão. Esses episódios nos dão uma lição, ensinando que temos de ser menos egoístas e aceitar os desígnios de Deus', ressaltou, ao referir-se à morte do pai na semana passada.


Utzig começou presidindo a UNE
Amigos, familiares, colegas e políticos de diversas legendas partidárias acompanharam, na manhã de ontem, o velório do sociólogo José Eduardo Utzig, no salão Adel Carvalho da Câmara de Porto Alegre. Ele morreu aos 42 anos, por volta das 23h30min de terça-feira, em sua residência, no bairro Higienópolis, vítima de ataque cardíaco fulminante. Utzig era um dos principais interlocutores do candidato ao Palácio Piratini Tarso Genro. Natural de Tapera, foi presidente da União Nacional dos Estudantes. Mais tarde, atuou como chefe de gabinete do deputado federal José Genoino e de Tarso em sua primeira administração na prefeitura de Porto Alegre. Na mesma gestão, exerceu o cargo de secretário de Captação de Recursos e até 2002, na segunda administração de Tarso, foi secretário da Fazenda. Utzig deixa uma filha, Elisa, de 8 anos, e a esposa, Ana Carolina Escosteguy. Tinha duas irmãs e um irmão. O pai, Silvério, está com 77 anos, e a mãe, Elira, 67 anos. 'Ele morreu lutando', afirmou Silvério.

O ex-prefeito e deputado estadual eleito Raul Pont contou que conheceu Utzig no tempo de secundaristas. 'Nossa trajetória é bem mais antiga do que o PT. Éramos militantes e participamos da construção do partido em São Paulo', sustentou. Segundo Pont, será difícil encontrar alguém à altura de Utzig. 'A campanha continua com a certeza de que não pouparemos esforços para concretizar o seu sonho, que era o de ver Tarso no Palácio Piratini', assinalou. O candidato a vice, Miguel Rossetto, estava inconsolável: 'Passamos por um momento de muita tristeza e dor'. O deputado e cunhado de Utzig, Ronaldo Zülke, procurou permanecer ao lado da família devido ao estado de comoção que tomou conta de todos.


Deputado distrital eleito foge para não ser preso
Pedro Passos, eleito deputado distrital pelo PSD com o apoio do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, do PMDB, está foragido. A ordem de prisão por grilagem de terras, suspensa em cumprimento à lei eleitoral, voltou a vigorar após a votação. Mesmo sabendo que o prazo terminava ontem, a Polícia não conseguiu impedir a fuga. Passos é acusado de comandar um dos maiores esquemas de grilagem no DF.


Serra critica: PT resiste a debates
Lembra que no confronto não há guia nem trilha emocional e questiona se há o que esconder

O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, afirmou ontem estranhar a resistência do PT em participar de debates na televisão. 'Não estou entendendo. Será que existe algo a esconder?', questionou. O presidenciável disse que há três tipos de PT. 'Um é o da TV, o outro está no governo e o terceiro se vincula ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Em debate, não há guia nem trilha emocional.

É a pessoa que está lá', lembrou. Serra ressaltou que a postura de Luiz Inácio Lula da Silva representa a resistência em informar a população.

O presidenciável tucano destacou que há três convites para debates na TV e outros promovidos por jornais. Segundo ele, tais encontros serão úteis para confrontar idéias sem elaboração prévia. 'Não basta ter intenções, é preciso mostrar como resolver problemas', observou. Pretende perguntar a Lula, por exemplo, sobre como pretende baixar o dólar e fazer a economia crescer sem comprometer a estabilidade do real.

O tucano participou de reunião com lideranças do PSDB na residência do presidente do PMDB, Michel Temer, em Brasília. Serra agradeceu a decisão da executiva do PFL de recomendar apoio a ele no 2O turno. Na sua opinião, essa estrutura político-partidária, incluindo o PMDB, o PPB e o PFL, é muito importante para a sua candidatura, já que a campanha é curta. O candidato tucano disse acreditar, porém, que o importante não é apenas a soma desses partidos. 'É preciso alcançar mais a sociedade e chegar aos municípios', concluiu. Ele recordou que durante a sua gestão no Ministério da Saúde desenvolveu muitos programas voltados para as cidades.

O presidenciável criticou ainda as administrações do PT na área da segurança pública. Na avaliação de Serra, é preciso conferir qual a proposta do partido para o tema, reafirmando que considera significativo o debate com Lula na televisão sobre as propostas de ambos relativas a vários assuntos, como a questão da segurança pública. 'Temos de unificar ou não as polícias? Vamos favorecer a impunidade? Esses aspectos devem ser debatidos. Como iremos resolver esses problemas?', questionou Serra.


Mercadante admite conversar com o PSDB
O PSDB pode fazer parte de um eventual governo do PT, informou ontem o coordenador econômico do PT e senador eleito por São Paulo, Aloizio Mercadante. Ele informou que o partido pretende conversar com setores do PSDB que têm uma visão mais crítica do que acontece no país e possuem representatividade na sociedade. Porém, a participação na administração petista dependerá de negociações depois do resultado das eleições do dia 27.

Mercadante afirmou que as elites tradicionais do país precisam ser superadas em seus compromissos e nas transparências, mas em princípio não haverá exclusões, afirmou, comentando uma possível aliança com o senador Antônio Carlos Magalhães, do PFL baiano. 'Queremos um grande acordo nacional porque a situação econômica do país é grave e só com diálogo superaremos as dificuldades', ressaltou. O senador eleito comentou ainda que são bem-vindos os apoios de Ciro Gomes, Roberto Freire, Leonel Brizola e Paulo Pereira da Silva, anunciados nos últimos dias.

Durante um seminário sobre crescimento econômico realizado no anfiteatro da USP, Mercadante havia dito que a esquerda 'não pode mais ficar sonhando e deixar a direita governar, ACM e Jader Barbalho, por exemplo'. Na saída, repórteres lhe perguntaram se ACM, cujo apoio foi buscado e obtido por Lula, deve agora ficar no banco de trás ou ser excluído. 'Não queremos excluir ninguém neste novo período da vida nacional', respondeu o petista. Jader também renunciou para não ser cassado e foi reeleito pelo PMDB do Pará. Segundo Mercadante, 'queremos manter o diálogo e construir um grande acordo nacional e é negociando e construindo um acordo que superaremos as imensas dificuldades que estão aí'.

O PT quer conversar com o PSDB, pois possui setores mais criteriosos. 'Aqui mesmo, no seminário, isso ocorreu', explicou, referindo-se às divergências em relação ao modelo de crescimento baseado em atração de investimentos externos, num estudo apresentado por ex-integrantes de governos tucanos.


PDT tende hoje a liberar apoio no Estado
A executiva estadual do PDT se reúne hoje, às 9h, para definir a posição no 2º turno. Alguns deputados estaduais e federais do partido que se encontraram ontem vão defender o apoio a Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande, decidindo que não subirão ao palanque do presidenciável José Serra. Da mesma forma, farão campanha para Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e se oporão a Tarso Genro no Estado. Porém, a tendência é que o PDT libere os filiados. A reunião que ocorreria ontem com o presidente nacional Leonel Brizola foi cancelada. Ele esteve por 30 minutos em Porto Alegre no final da tarde, antes de seguir para Montevidéu. O presidente estadual Pedro Ruas antecipou a sua opção pessoal e detalha hoje ao diretório e à executiva a linha a ser seguida.

O deputado Vieira da Cunha considerou improvável a aproximação caso Rigotto mantenha a vinculação com Serra. 'Quanto mais próximo do tucano, mais distante estará do PDT', condicionou o deputado ante a crítica dos trabalhistas ao governo de Fernando Henrique Cardoso. O deputado Giovani Cherini acredita que o apoio terá de passar por um exame profundo. A direção nacional do PDT liberou os filiados para fazer as escolhas locais, enquanto segue com Lula. No Estado, a solução evitou resistências a uma reconciliação com o PT. Desde outubro de 2000, os partidos estão rompidos. 'O PDT é oposição ao governo FHC e a Olívio Dutra', preveniu Vieira.

O cancelamento do encontro com Brizola foi visto como prudente pelo deputado federal Enio Bacci. 'Isso evitou novos atritos', concluiu ele. O colega na Câmara dos Deputados Pompeo de Mattos informou que a via Rigotto foi defendida e descartou 'caça às bruxas' para quem preferir Tarso Genro, da Frente Popular.
O coordenador da campanha do peemedebista, Alberto Oliveira, argumentou que as eleições nacional e regional são independentes, mesmo com o alinhamento entre os dois projetos, e prometeu respeito aos pedetistas que votarão em Lula. O interesse de Oliveira é em conquistar mais um aliado local.


Alckmin tentará mudar opinião do vice da Frente
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à reeleição, disse ontem que tentará fazer o presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, mudar seu voto para a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva para o tucano José Serra. Ele recebeu o apoio de sindicalistas ligados à entidade e à Social Democracia Sindical. Alckmin considerou a adesão a mais relevante até o momento na campanha.


Jornal dos EUA vê idéias contra Alca
O diário Chicago Tribune, um dos mais importantes da imprensa norte-americana, informou ontem, em editorial, que um dos problemas do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva é a sua oposição à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), vista por ele como um movimento para 'anexar' as economias do Brasil e de outros países latino-americanos. 'É o tipo de retórica que justifica a suspeita de investidores', avaliou o jornal, acrescentando que 'o único meio de o Brasil ganhar realmente dinheiro é através de maior comércio e mais exportação'. Sob o título 'O Brasil dá uma guinada à esquerda', o Tribune observou que o que acontece no país é importante para os EUA.


Vencedor do 1º turno vai abrir o programa eleitoral
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, abrirá segunda-feira o horário eleitoral gratuito do rádio e da televisão por ter vencido o 1º turno. Ele retomará amanhã a gravação dos programas. O porta-voz da sua campanha, André Singer, declarou que dois programas já estão prontos. O marqueteiro contratado pelo PT, Duda Mendonça, deverá seguir a mesma linha adotada no 1º turno.


Arraes antecipa que PSB estará unido à oposição
Uma reunião prévia entre os presidentes do PT, José Dirceu, e do PSB, Miguel Arraes, selou aliança para o apoio ao presidenciável, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no 2º turno. Arraes espera que a adesão a Lula seja aprovada hoje por unanimidade no encontro da executiva nacional do PSB em Brasília. Anthony Garotinho deverá participar. Segundo Dirceu, a aliança não pressupõe negociação em torno de cargos em um eventual governo do PT.


Garotinho só quer evitar o PT do Rio
O candidato derrotado do PSB à Pres idência da República, Anthony Garotinho, declarou ontem seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na disputa pelo 2º turno das eleições. Porém, avisou que quer distância do partido no Rio, com o qual tem graves divergências. O ex-governador anunciou uma fórmula para evitar essa aproximação: os socialistas farão uma campanha separada. 'Serão dois palanques. Se Lula estiver no Rio, o PT organizará um comício e o PSB outro', disse Garotinho, após reunião com o presidente do PSB, Miguel Arraes. 'Vamos fazer um palanque separado. Vai ser mais saudável', reforçou Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, eleita governadora no 1º turno.


GREVE
O deputado Freire Júnior, que foi candidato do PMDB ao governo de Tocantins, chegou ontem ao plenário da Câmara para dar apoio ao deputado Paulo Mourão, do PSDB, que faz greve de fome desde terça-feira para denunciar supostos crimes eleitorais que teriam sido cometidos na campanha. Freire Júnior disse que também foi prejudicado, pois o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não apreciou as suas representações. Segundo ele, vai hoje ao Tribunal Superior Eleitoral pedir a suspeição do TRE. Também quer que o presidente da Câmara, Aécio Neves, instale comissão sobre o caso.


Lula começa campanha em reunião com Itamar
A primeira viagem que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fará neste 2O turno será para Minas Gerais, para onde segue hoje. Irá se encontrar, em Belo Horizonte, com o governador Itamar Franco e possivelmente com o governador eleito, Aécio Neves, do PSDB. Lula também deve fazer uma caminhada pelo Mercado Público da cidade, segundo a assessoria de imprensa do presidenciável. De Porto Alegre, Lula retornou ontem para São Paulo.


SURPRESA
Um verdureiro de 60 anos, conhecido como Ceará, foi a grande surpresa da eleição para deputado estadual no Maranhão. Manoel Souza Viana se elegeu pela Frente Trabalhista com 16.242 votos, quase sem fazer campanha. Morador da cidade de Bacabal, a 250 quilômetros de São Luís, Ceará nunca saiu do município para fazer campanha. Com doações individuais de R$ 10,00, feitas por comerciantes locais e a venda de camisetas com seu nome por R$ 4,00, imprimiu santinhos. Isso foi o suficiente para reunir os votos de protesto de Bacabal e das cidades vizinhas.


Evangélicos vão se mobilizar mais
A partir da próxima segunda-feira, o Comitê Evangélico Pró-Luiz Inácio Lula da Silva intensificará a campanha por todo o país, dando prioridade aos 14 estados em que haverá 2º turno. Amanhã, os integrantes do comitê deverão se reunir em São Paulo para definir a estratégia de atuação até o dia 24. O comitê tem uma coordenação conjunta, que reúne parlamentares do PT e do PL, entre eles a senadora Marina Silva e o deputado Walter Rodrigues, do PT, e os deputados bispo Rodrigues e Magno Malta, do PL. Na avaliação do comitê, se Anthony Garotinho, do PSB, cuja base eleitoral é evangélica, ficasse neutro, não atrapalharia a campanha nas igrejas e junto às lideranças.


Presidir a Câmara provocará disputa
Ao conquistar a maior bancada na Câmara, o PT ganha o direito de indicar o candidato oficial à presidência da Casa. Porém, para garantir a eleição, precisará de 257 votos, o que exigirá negociações com partidos da base aliada, pois a tendência de centro-esquerda terá, no máximo, 200. As presidências da Câmara e do Senado deverão ser negociadas em conjunto pelos partidos com representação nas duas Casas. Em troca de apoio da base aliada na Câmara, o PT e os demais partidos de centro-esquerda poderiam se comprometer com um candidato único porque PMDB e PFL fizeram o mesmo número de senadores: 19. Os 14 votos petistas seriam decisivos para a eleição do presidente do Senado.


PT quer conquistar Maluf como eleitor
Antes de iniciar a busca pelos cerca de 4 milhões de votos que Paulo Maluf, do PPB, obteve no 1º turno, o comando da campanha do candidato do PT ao governo de São Paulo, José Genoino, quer transformar o ex-adversário em eleitor. Segundo o presidente estadual do partido, Paulo Frateschi, as articulações nos bastidores não são pela aliança com o PPB no estado, mas por manifestação pública de Maluf contra o governo e a candidatura à reeleição de Geraldo Alckmin, do PSDB. 'Toda a sociedade sabe das diferenças que temos com o ex-prefeito e que uma aliança formal não é possível. Porém, queremos um gesto político e público de Maluf contra Alckmin', enfatizou Frateschi.


Rio teve o menor número de nulos
O Rio foi o estado com menor índice de votos nulos para presidente da República. O Rio Grande do Sul teve o menor percentual de abstenção: 13%. Os recordistas de faltosos foram os estados do Nordeste, com destaque para a Bahia: 25,31% e o Maranhão, 23,96%. Apenas 4,33% dos eleitores, ou 376.933 pessoas, anularam o voto. O percentual de votos em branco no Estado, 1,85%, está entre os seis menores do país. O Rio também teve baixo índice de abstenção: 14,68% do eleitorado não compareceram às urnas. Apenas três estados tiveram percentual inferior. Passadas 63 horas do fim da votação na maior parte do país, o TSE totalizou às 8h de ontem os votos das eleições para presidente.


TSE conclui a contagem de votos
Com um dia e meio de atraso, a Justiça Eleitoral concluiu na manhã de ontem a apuração dos votos dos 94.779.615 eleitores brasileiros que compareceram às urnas no último domingo. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, esperava concluir a apuração de todos os votos na noite de segunda-feira. Ele deve proclamar hoje o resultado oficial das eleições.

Vítima, como milhares de eleitores, das filas enfrentadas no domingo, o presidente do Supremo Tribunal federal, Marco Aurélio de Mello, detectou vários problemas de organização na votação. Ex-presidente do TSE, Mello avaliou que algumas seções estavam superlotadas. Apesar dos problemas, ele acrescentou que o sistema eletrônico de votação e a apuração de todos os votos em três dias são excepcionais. 'Desde 1996, quando inauguramos as primeiras urnas eletrônicas, não tivemos impugnação séria contra o sistema', salientou.

O vice-presidente do TSE, Sepúlveda Pertence, considerou as eleições bem-sucedidas. Avaliou que a adoção de terminais secundários em seções com muitos eleitores deverá ser discutida.


Tucana contará com PDT e PPS
As principais lideranças do PDT e do PPS do Mato Grosso do Sul declararam ontem apoio à candidata Marisa Serrano, do PSDB-PMDB, que disputa com José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, o 2º turno das eleições. O atual vice-governador, candidato derrotado na coligação PDT-PPS, Moacir Kohl, já havia manifestado adesão à tucana. Essa iniciativa provocou divisão no PDT, que, em âmbito nacional, está com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Kohl disse que seu partido está dividido desde o 1º turno por conta de vários prefeitos terem aderido à candidatura de Zeca do PT em lugar de apoiarem sua campanha. Apesar do apoio de Kohl à candidata tucana, a tendência é que o pedetista apóie Lula.


Amin pede licença do governo de SC
O governador Esperidião Amin, do PPB, que busca a reeleição ao governo de Santa Catarina, tenta a licença do cargo para se dedicar à campanha do 2º turno. Ele disputará o governo contra o candidato do PMDB, Luiz Henrique da Silveira. Amin encaminhou ontem à Assembléia Legislativa o pedido de licenciamento até o dia 27, data marcada para o 2º turno das eleições. Porém, por falta de quórum, o pedido de afastamento mais uma vez não foi votado. A oposição prometeu não impedir o licenciamento por entender que ele já deveria ter sido solicitado no 1º turno. O PT pretende definir domingo, em Rio do Sul, a quem dará apoio no segundo turno. O candidato do partido ao governo de Santa Catarina, José F ritsch, conquistou 819.043 votos.


Aníbal diz que ataque diminuirá
O presidente nacional do PSDB, deputado federal José Aníbal, disse ontem que no 2º turno o eleitor terá condições de comparar melhor e decidir entre os dois candidatos. 'Antes havia três contra um. O senador José Serra tinha que, ao mesmo tempo, defender-se de ataques muitas vezes duros e levianos e de outro lado afirmar suas posições, as suas metas e seus propósitos', lembrou Aníbal. A idéia agora, segundo o presidente do PSDB, é fazer com que o candidato José Serra associe melhor o que ele está propondo e o que já foi feito pelo atual governo.

Aníbal não vê dificuldades na busca de novos apoios e alianças à candidatura de José Serra para o 2º turno das eleições à Presidência da República. 'O grande desafio foi passar para o 2º turno e agora o eleitor precisa entender a importância desta etapa para que ele possa avaliar os dois caminhos que se oferecem para o Brasil', afirmou o dirigente do partido.

Para Aníbal, o 2º turno é uma nova eleição e não um desdobramento da primeira etapa. 'Como exemplo clássico podemos lembrar 1998, em São Paulo, quando Mário Covas, do PSDB, passou o 2º turno mesmo Paulo Maluf, do PPB, estando em primeiro lugar, muito distanciado', afirmou. Aníbal declarou ainda que Maluf teve inclusive o apoio de um candidato que obteve 15% dos votos. 'Isso não virou aritmética. Não somou. O eleitor trabalhou na perspectiva de uma nova eleição e o resultado foi a vitória de Covas', afirmou Aníbal, referindo-se à eleição ao governo de São Paulo. 'Eleição é química e não aritmética', ressaltou o presidente do PSDB.


CARGOS
O PPB confirmou apoio no Distrito Federal a Geraldo Magela, do PT, com a garantia de que o partido terá cargos num eventual governo. Os pepebistas obtiveram a promessa do PT de que pastores da Igreja Assembléia de Deus que controlam o partido participarão da administração.


Líder do governo defende o tucano
O líder do governo no Congresso Nacional, deputado Arthur Virgílio, do PSDB, reassumiu o posto na tropa de choque do presidente Fernando Henrique Cardoso, após ter sido eleito senador. Ele esteve com o presidente no Palácio da Alvorada ontem e saiu da reunião atacando o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Virgílio adiantou que está à disposição de FHC e que nenhum comentário de Lula que possa atingir o candidato José Serra, da aliança PSDB-PMDB, ficará sem resposta. Ele aproveitou para criticar as últimas declarações do candidato do PT, que disse que o presidente em seu governo fez apenas duas entrevistas com a área social e duas com governadores. Segundo Virgílio, FHC já se reuniu 20 vezes com os governadores.


Multas em SP são de R$ 5,9 milhões
A Justiça Eleitoral de São Paulo aplicou R$ 5,9 milhões em multas por causa da propaganda irregular. A Coordenação de Fiscalização de Propaganda instaurou 7.287 procedimentos de investigação durante a campanha e aplicou até terça-feira 207 multas. As autuações da Justiça Eleitoral de São Paulo foram por propaganda irregular e antecipada, colagens de cartazes e pichações, direitos de resposta e falhas na realização de pesquisas eleitorais. Os campeões foram os candidatos a deputados federal e estadual Kleber Amâncio Costa e Tsuyoshi Sérgio Yamato. Cada um foi condenado a pagar R$ 2,2 milhões. Os candidatos ao governo estadual Geraldo Alckmin, do PSDB, e José Genoino, do PT, também foram multados.


Partidos avaliam urnas eletrônicas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fará seção pública de amanhã a domingo para que representantes de partidos políticos analisem programas de informática e o sistema de lacre das urnas eletrônicas que serão utilizadas no 2º turno. A reunião será realizada no auditório do 2º andar do edifício-sede do TSE, das 9h às 12h, segundo o site do tribunal. A vistoria do período antecedente ao 1º turno foi realizada entre 5 e 9 de agosto e 4 e 11 de setembro. Nesta nova vistoria, a ordem dos nomes dos candidatos nas urnas onde houver disputa para governo estadual e Presidência obedecerá à mesma seqüência do 1º turno.


Quércia, Delfim e Maluf devem pagar
Orestes Quércia, do PMDB, que perdeu a disputa para o Senado, foi multado nove vezes pela Justiça Eleitoral de São Paulo por afixar faixas em postes de iluminação pública e em sinais de trânsito. Ele terá de pagar R$ 63.802,50. O deputado eleito Delfim Netto, do PPB, o derrotado Nelo Rodolfo, do PMDB, e Paulo Maluf, do PPB, que ficou em terceiro na disputa para governador, são alguns dos que figuram na lista de condenados pela Justiça Eleitoral por propaganda irregular. Para o corregedor Álvaro Lazzarini, o saldo da propaganda e da fiscalização é positivo. Segundo ele, muitas multas foram evitadas pois os partidos obedeceram à ordem da Justiça Eleitoral de retirar a propaganda irregular em 24 horas.


Rosinha pretende usar mais a PM
A Polícia Militar (PM) deverá voltar a protagonizar as principais ações de segurança pública no Rio de Janeiro se depender de medidas já anunciadas pela governadora eleita Rosinha Matheus, do PSB. A governadora Benedita da Silva, do PT, vinha prestigiando a Polícia Civil. Rosinha prometeu triplicar o efetivo do Batalhão de Operações Especiais, pôr mais equipes do Grupamento Especial Tático Móvel nas ruas e reestruturar a Polícia Rodoviária Estadual. Na administração do PT, foram os delegados que negociaram a rendição dos amotinados durante a rebelião de Bangu 1. Menos de uma semana depois, mais de mil homens da Polícia Civil realizaram a bem-sucedida operação que resultou na prisão do traficante Elias Maluco no Morro do Alemão.


Temer acha que PFL estará junto
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, afirmou ontem que o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, admite a participação de integrantes do PFL no seu eventual governo, assim como a de todos os partidos que o apoiarem no 2º turno das eleições. 'Há lideranças experientes que estão apoiando Serra, de modo que, em caso de vitória, haverá uma partilha com o governo', disse Temer. O presidente do PSDB, deputado José Aníbal, afirmou que o fundamental é que o PMDB e o PFL estão ao lado de Serra. 'O presidenciável tem dito que governaremos juntos. Fernando Henrique teve governo de coalizão e não podemos prescindir de uma base parlamentar', afirmou Aníbal.


Artigos

Duda-dá
Percival Puggina

Muito tem sido dito e escrito sobre a metamorfose de Lula. Afinal, o presidenciável que há anos pilota a Arca de Noé das esquerdas patrícias subitamente se exibe ao eleitor nacional em fatiota social-democrata, como terceira via de uma eleição que transcorreu sem primeira nem segunda. E há quem leve a sério esse Tony Blair de Garanhuns que, graças ao engenho e arte de Duda Mendonça, cresce na bolsa de apostas eleitorais enquanto os demais mercados, com justa preocupação, despencam.

Tenho prestado enorme atenção ao Lula do Duda. Em recente entrevista, ele falou a palavra 'concomitantemente' e, extasiado consigo mesmo, interrompeu a fala para festejar, como um avanço cultural, a inclusão do vocábulo em seu repertório. Mas não é uma tremenda metamorfose? Que diabos, se Lula pode dizer 'concomitantemente', pode, também, achar que o plebiscito da Alca foi uma tolice e que os compromissos externos do Brasil devem ser honrados.

Mas a principal evidência dessa mudança reside na adesão de Antônio Carlos Magalhães e José Sarney à campanha do petista. Esses dois monstros sagrados da política nordestina, bem conhecidos do eleitor brasileiro por sua pouco virtuosa participação nos escalões do poder regional e nacional, jamais se aproximariam de Lula se ele realmente não tivesse mudad o. Você poderia imaginar um e outro, mãos dadas com o petista, cantando Lula-lá? Pois está provado que com Duda-dá. A ação do publicitário sobre seu fiel cliente produziu nele um desarranjo das estruturas filosóficas que acabou por seduzir e atrair as velhas raposas da política brasileira.

Quando me dei conta disso, fiquei convencido de que Lula mudou para pior. Eu preferia, sinceramente, a sinceridade do velho Lula. E fico pensando: o que farei, agora que ACM e Sarney votarão em Lula, com as muitas cartas que recebi de leitores que sustentavam a integridade petista batendo num e noutro desses dois? Só espero que nenhum me apareça, agora, para dizer que quem mudou foram ACM e Sarney. Não, não vão me enlouquecer!


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

VIRADA NO PDT
Ao longo dos anos, o máximo que o PDT gaúcho ousou foi provocar, e raramente, Leonel Brizola. Ontem, pela primeira vez, foram além: o comandante sentiu-se irritado com deputados que se elegeram domingo e decidiram botar o peso de seus votos na balança. A partir de agora, não aceitam decisões de cima para baixo, a começar sobre rumos do partido no 2º turno. Brizola desistiu de participar de reunião marcada para Porto Alegre, preferindo apenas fazer escala e conversar por meia hora no aeroporto com o presidente regional Pedro Ruas. Da sala de embarque, ligou ao deputado Vieira da Cunha. Depois, seguiu para Montevidéu onde quer refletir. Convocará líderes para encontro no Uruguai ou voltará para bater na mesa e medir forças.

PT PREFERE PMDB
O PT anunciou ontem apoio formal à candidatura de Roberto Requião, do PMDB, ao governo do Paraná, desprezando Álvaro Dias, do PDT. Pedro Ruas soube da notícia à noite e fez um silêncio enigmático.

EM NEGOCIAÇÕES
Os acenos do PT ao PTB para obter apoio no 2º turno da eleição estadual incluem várias secretarias. Foi o suficiente para deixar assessores trabalhistas na Assembléia, ontem à tarde, em alvoroço.

NÃO DESFILARÁ
1) Antes das eleições, o prefeito do Rio, César Maia, apostou que desfilaria nu em passarela na zona Sul se Rosinha Garotinho ganhasse no 1º turno. Ontem, o colunista ligou à assessoria da governadora eleita para saber se a promessa será cobrada. Rosinha disse que dispensa em nome do bom gosto e do respeito à ordem pública; 2) acordo garante a presidência da Petrobras para o PSB em caso de vitória de Lula.

VOCAÇÃO
A coordenação da campanha de Tarso Genro e lideranças do PT se reúnem às 8h de hoje para uma tarefa dolorosa: redistribuir as tarefas de José Eduardo Utzig. Assessor de confiança de Tarso, deixa como grande exemplo a vocação para o diálogo e o entendimento. De outra forma, a política tem algum sentido?

LOTADA
A sede do diretório metropolitano do PMDB nunca recebeu tantos filiados como ontem em sua história recente. Definiram esquema de ocupação de esquinas e feiras livres. Mais: grupo terá encontros diários para avaliar ataques ao candidato Germano Rigotto e rebater na hora.

SÃO MINORIA
PT, PC do B, PPS, PSB e PDT somarão 185 deputados federais e 20 senadores. Não será o suficiente para garantir a maioria nas votações.

LANCE FUTURO
A Câmara Municipal volta hoje a ter sessão plenária depois das eleições. Nos bastidores, assunto passa a ser sucessão da mesa diretora. Como o PPB rompeu acordo no começo deste ano, o cargo que lhe caberia fica vago. Está, portanto, tudo zerado. Reginaldo Pujol, do PFL, mapeado para assumir a presidência em 2004, poderá ter posse antecipada.

COINCIDÊNCIA
O candidato a deputado federal Luiz Antônio Tirello, do PTB, não se elegeu, mas não esquecerá os votos que fez. Somou 33.014 votos, ficando na 4a suplência. Suprimindo o zero, a votação foi o inverso do seu número 1433. Tirello, suplente da senadora Emília Fernandes, não teve chance de assumir. Atualmente, é vice-prefeito de Erechim. Candidatos à Câmara de outras regiões obtiveram 21 mil votos ali. O Alto Uruguai não conseguiu eleger nenhum.

APARTES
Candidatos eleitos começarão no fim de semana indispensáveis roteiros para agradecerem os votos obtidos.

Deputado Vieira da Cunha não esconde: dispõe-se a concorrer à Prefeitura de Porto Alegre em 2004.

Campeãs de votos à Câmara dos Deputados pelo Rio: Denise Frossard (PSDB) e Jandira Fregali (PC do B).

Reportagem do New York Times ontem: 'Brasil pode ter seu primeiro presidente da classe operária'.

Com Wilton Araújo como vereador titular, 1O suplente do PPS na Câmara passa a ser Paulinho do Rubem Berta.

Rádios do Rio fazem leilão para garantir a contratação de Anthony Garotinho. Pode pedir o que quiser.

João Batista Marçal coordena comitê Pró-Lula e Tarso em Viamão.

Deu no jornal: 'Alianças movimentam o xadrez eleitoral'. O certo é que acabará em um xeque-mate.

Outra: 'Rosinha deverá ter indicados de Garotinho em seu governo'. Tudo acertadinho com muito jeitinho.


Editorial

AMOR DO POVO PELA DEMOCRACIA

Seria repetir um velho chavão, aliás nem sempre certo, dizer que o espetáculo cívico do dia 6 foi a vitória do povo. Em verdade, o povo, em todas as latitudes e longitudes do país, portou-se de maneira exemplar. Não há notícia de que tenha havido qualquer deslize do eleitorado no que se refere à eleição propriamente dita. Tudo transcorreu de maneira perfeita, em que pesem alguns defeitos das máquinas de votar, em números insignificantes se comparados com o total. A Justiça Eleitoral brasileira saiu-se airosamente da experiência com o novo equipamento, que a torna pioneira universal em matéria de tecnologia. Basta lembrar que nos Estados Unidos, país tecnologicamente mais adiantado do mundo, a última eleição presidencial foi marcada por aqueles problemas de contagem final que retardaram a publicação oficial dos números e, o pior, deixaram nuvens de incerteza quanto ao declarado vencedor do pleito. A presteza, aqui, foi absoluta, para gáudio nosso. Em 24 horas, estava decidido um turno.

Nossa gente, mesmo que não venha a ter exata consciência disso, ama a democracia política. É a forma de governo que melhor vai com sua maneira de ser, com seus modos descontraídos e sua devoção à liberdade. Se é um fato histórico que em determinados momentos compactuamos com ditaduras, assim nos desviando do roteiro democrático, essa conduta tem explicações: em 1937, o povo foi amassado por uma poderosa massa de propaganda num instante em que o mundo vivia a pletora do nazifascismo na Alemanha e na Itália. No seu intróito, diz a carta de apresentação do Estado Novo: 'Atendendo ao estado de apreensão criado no país pela infiltração comunista (...) Atendendo a que, sob as instituições anteriores, não dispunha o Estado de meios normais de preservação e de defesa do país, da segurança e do bem-estar do povo', etc. E aí foi implantada a ditadura. Depois, em 1964, os militares se consideravam mais aptos que os civis para governar. E implantaram seu regime. Em ambas as vezes, houve a prévia intoxicação popular no sentido de mudança radical. Mas que não afetou o amor do brasileiro pela democracia, como se viu dia 6.


Topo da página



10/10/2002


Artigos Relacionados


Rigotto promete enfrentar déficit

Manual de agrotóxico promete facilitar acesso a avaliação ambiental

Comissão de Desburocratização do Senado vai tentar facilitar os negócios no Brasil

Brasil recebe 18ª Bolsa de Negócios Turísticos do Mercosul em busca de oportunidades de negócios

PTB, PL e PFL com Rigotto

Rigotto lidera no Sul