Rigotto promete enfrentar déficit










Rigotto promete enfrentar déficit
Prevê parcerias com governo federal e municípios e busca conquistar apoio da maioria dos partidos

O candidato do PMDB ao governo, Germano Rigotto, anunciou ontem que enfrentará o déficit financeiro do Estado através de parcerias com municípios e o governo federal, além de organismos internacionais. 'A situação é difícil, já temos déficit de caixa R$ 1,3 bilhão, devendo chegar ao total de R$ 4,3 bilhões até o final do ano', avaliou.

Rigotto informou, porém, que não pretende atacar o atual governo em sua campanha para o 2º turno. 'Pretendo mostrar o meu projeto para o Estado, mais do que criticar o adversário', observou. Também comentou sobre os apoios à sua candidatura. 'Conquistamos a adesão de quase todos os partidos, priorizando o contato com os que não foram para o 2º turno', ressaltou. Segundo ele, o anúncio feito pela executiva estadual do PPS, que oficializou à tarde o apoio à sua candidatura, vem colaborar com o andamento do processo de negociação em torno de seu projeto de governo. O deputado estadual César Busatto acredita que, por ser de oposição, Rigotto representa o sentimento majoritário de profundas mudanças nos rumos do Rio Grande do Sul.

O candidato lembrou ainda que diversos contatos foram feitos ontem com representantes regionais do PDT, do PFL e do PL. 'Na próxima semana estaremos consolidando uma base de apoio ainda mais ampla, com a chegada de novas lideranças ou partidos', informou. Na sua avaliação, o apoio dos partidos ao seu projeto irá também facilitar o trânsito na Assembléia Legislativa, caso seja eleito. O candidato do PMDB passou a maior parte do dia no estúdio gravando programas de rádio e televisão.


PSB pretende governar com Tarso
Propõe ampliação da Universidade Estadual e vai reforçar campanha representado por Garotinho

Tarso Genro, que concorre pela Frente Popular ao Palácio Piratini, recebeu ontem o apoio oficial do PSB. A adesão do partido para o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva também foi oficializada. O presidente estadual do PSB, Beto Albuquerque, afirmou que o apoio à Frente Popular no 2º turno é a reaglutinação da força política que hoje governa o Rio Grande do Sul e que precisa ter continuidade para o projeto de desenvolvimento econômico e social do Estado. 'O Rio Grande não pode voltar para trás, temos conquistas importantes, como investimentos na infra-estrutura, nas áreas sociais e índices de crescimento da economia gaúcha', enfatizou. No ato, foi entregue o material de campanha do PSB com o slogan 'Sou Garotinho, Agora é Lula e Tarso' e documento no qual estão contribuições para o segundo governo da Frente Popular, como a ampliação da Universidade Estadual.

Tarso afirmou que, apesar de natural, o apoio foi além das expectativas. Ressaltou que o candidato à Presidência Anthony Garotinho, que fez 16% dos votos válidos no Rio Grande do Sul, gravou programa para o PT, e estará em Porto Alegre na última semana da campanha. 'Ele participará da reta final, do momento decisivo, que forma realmente opinião', salientou. O candidato avaliou que o apoio do PSB representa grande reforço e orgulha muito o partido.

Sobre o presidente regional do PSB, Tarso ressaltou que tem importante expressão política e votação no Estado. 'Beto, Caleb de Oliveira e Garotinho representam reforço extraordinário para o movimento de afirmação do nosso projeto e para a vitória no 2º turno', avaliou. Destacou que o projeto de desenvolvimento do Estado está ligado ao de Lula e o apoio do PSB estabelece um perfil nacionalista para a campanha. 'Vivemos um momento decisivo para a história do país. Queremos construir uma nova maioria social e política e o PSB simboliza a recomposição do núcleo orgânico que vai presidir o país e construir a mudança', argumentou Tarso.


PTB escolhe Rigotto e fica neutro à Presidência
O PTB irá apoiar a candidatura de Germano Rigotto, do PMDB, ao governo. Para a Presidência da República, porém, o diretório estadual do partido não pretende aderir a nenhum dos dois candidatos. 'A executiva nacional recomendou o voto a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, dando aos estados autonomia para decidir', explicou o deputado federal Edir Oliveira. A posição oficial será formalizada em reunião segunda-feira. Para Edir, não há nada de estranho em não apoiar nem José Serra, do PSDB, nem Lula. 'Nosso candidato era Ciro Gomes e nenhuma das propostas nos satisfez. Temos divergências ideológicas com Lula e políticas com Serra', acrescentou.

Mesmo sabendo da posição do PTB gaúcho, o vice-presidente estadual do PT, Paulo Ferreira, e o deputado Henrique Fontana se reuniram com o presidente estadual do PTB, Claudio Manfroi. 'Fomos confirmar a decisão de não seguir a direção nacional do PTB, que passou a apoiar Lula', explicou Ferreira.

Sobre o apoio do PTB a Rigotto, Edir observou que ele preenche espaço importante, dando fim à experiência do PT, que, na sua avaliação, apenas trouxe atrasos ao Estado. 'Rigotto não está fazendo um festival de promessas. Já tivemos exemplo da conduta política do PT. Na campanha de 1998, havia discurso menos radical, primando pelo diálogo. Depois de eleito, o governador começou a transparecer administração de idéias anacrônicas e intolerantes', avaliou Edir.


Deputados estão disputando recorde
Os deputados estaduais José Lacerda Neto, do PFL da Paraíba, e Humberto Reis da Silveira, do PTB do Piauí, estão disputando o título de político que tem mais tempo de vida parlamentar no Brasil. Os dois estão compilando informações para fazerem parte do livro dos recordes, o Guiness Book. O peefelista José Lacerda Neto tem 12 mandatos ininterruptos como deputado estadual. Já o petebista Humberto Reis da Silveira foi eleito pela primeira vez em 1947. Em 1997, Silveira comemorou 50 anos de participação na vida parlamentar do país em sua terra natal, próxima a Teresina.


Serra quer ampliar financiamentos
Sua meta é de 500 mil imóveis por ano, além de indicar o gaúcho Ponte para a Secretaria de Habitação

O candidato da aliança PSDB-PMDB ao Palácio do Planalto, José Serra, comprometeu-se ontem, em Belo Horizonte, a atingir a marca de 500 mil imóveis financiados por ano, ao longo do seu governo, caso seja eleito. Para isso, ele pretende aumentar o número de financiamentos para 200 mil unidades anuais. A meta do candidato tucano, que defendeu a concentração dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em habitação e saneamento, envolveria imóveis subsidiados e os adquiridos pela classe média.
Serra apoiou a proposta da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), onde fez palestra, de modificar o conselho curador do FGTS. Representantes do governo têm 50% das vagas, ficando a outra parte com a iniciativa privada e os trabalhadores. Os empresários querem composição paritária, com um terço das cadeiras para cada segmento. 'Seguiremos esse caminho', disse.

O presidenciável tucano afirmou ainda que deverá nomear para a Secretaria de Habitação, vinculada à Presidência da República, o atual presidente da CBIC, o gaúcho Luís Roberto Ponte. Serra salientou que nos próximos dias poderá anunciar outros nomes que integrarão uma eventual equipe sua. Ele reiterou que manterá o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, não apenas durante a transição, mas no cargo efetivo. Serra garantiu que pretende investir R$ 18 bilhões em saneamento básico nos quatro anos de administração. Com esses recursos, o candidato tucano estimou que seria viável aumentar de 80% para 100% o percentual de população urbana atendida por água tratada.


Lula pede que governo trate bem a economia
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, disse ontem que o governo está brincando de fazer terrorismo com a economia brasileira, que, segundo ele, é frágil. O petista lembrou a Carta aos Cidadãos, divulgada em junho deste ano, na qual o partido reitera os seus compromissos de respeito às regras e aos contratos firmados pelo atual governo. 'Volto a repetir que até 31 de dezembro Fernando Henrique Cardoso e a atual equipe econômica precisam tratar com carinho a economia brasileira. Não podem permitir que o dólar continue assustando a sociedade e não devem fazer terrorismo com a economia', declarou Lula.

As declarações do petista ocorreram durante sua visita à senadora eleita pelo Maranhão, Roseana Sarney, do PFL. Ele estava acompanhado de sua esposa, Marisa, e do senador do PT eleito em São Paulo Aloizio Mercadante. Lula afirmou que o país deve manter a tranqüilidade durante o que classificou como período de especulação. Salientou que 'só vamos resolver a situação quando o Brasil tiver um governo que negocie com bases melhores, recupere a capacidade produtiva do país e volte a gerar crescimento da economia'.
O candidato petista informou ainda que a partir de segunda-feira retomará a campanha eleitoral do 2º turno com uma série de viagens por todo o Brasil. 'Agora que as alianças já foram consolidadas, precisamos voltar para a rua. É muita viagem, temos oito candidatos do PT e seis aliados que estão disputando o 2º turno nos estados. Devemos ajudá-los e sermos ajudados', ressaltou.

Lula também se encontrou ontem, no Rio, com o ex-governador Anthony Garotinho, do PSB, que reuniu os principais líderes evangélicos para tentar evitar que anunciassem apoio a José Serra, do PSDB. O socialista se ofereceu ao presidenciável do PT para trabalhar como intermediário, quebrando resistências e animando os religiosos.


Alckmin diz contar com 574 prefeitos paulistas
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, disse ontem, em Bauru, São Paulo, que conta com o apoio de 574 prefeitos. Segundo ele, começou a campanha no 2º turno com 'grande confiança na vitória' porque terminou com o maior número de votos numa caminhada que inicialmente parecia difícil. 'Estou em busca de votos obtidos em 1º turno por quem concorreu comigo', declarou.


Cabos eleitorais cobram Collor pelos serviços
Depois de perder a disputa pelo governo de Alagoas para o governador Ronaldo Lessa, do PSB, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, do PRTB, enfrenta agora a fúria de credores que querem receber pelos serviços prestados ao seu comitê durante a campanha eleitoral. No fim da tarde de ontem, em frente ao comitê, cerca de 150 pessoas, entre pequenos empresários e jovens segurando bandeiras, gritavam 'Queremos nosso dinheiro'.


Câmara pode adiar posse do presidente
O presidente da Câmara, Aécio Neves, quer priorizar a votação da proposta de emenda à Constituição que adia a data da posse do presidente da República de 1º para 6 de janeiro e a dos governadores para 7 de janeiro. 'É difícil, mas tentaremos', disse. A aprovação depende do apoio, em dois turnos, de 60% dos integrantes da Câmara e do Senado. Na terça-feira, Aécio irá se reunir com os líderes partidários para decidir a agenda. A idéia é apressar a votação das medidas provisórias que trancam a pauta. Até o dia 15 de dezembro, deverá ser votado o Orçamento da União para 2003.


Geddel reúne deputados para mobilizar pró-Serra
Para conter dissidências no PMDB, o principal aliado do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima, está convocando a bancada de deputados para reunião na semana que vem, em Brasília. O objetivo é mobilizar os parlamentares e dobrar o engajamento na campanha. Serra já avisou aos dirigentes do PMDB que definirá seu palanque nos estados e não aceitará ambigüidades.


Lula e obras marcam a estréia
Os programas de rádio e de televisão da Frente Popular comprovaram ontem a tática de vincular no 2º turno da campanha de Tarso Genro com a do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. Na volta da propaganda gratuita, Lula deu seu depoimento e reforçou que 'Tarso representa o Rio Grande do presente e do futuro'. O candidato ao governo ressaltou que o presidenciável venceu o 1º turno no Estado e agradeceu pelos votos recebidos. 'Peço a todos que tentem convencer agora os indecisos', convocou. Também pediu que mesmo quem votou em outros candidatos acompanhe os programas eleitorais. O tempo maior da propaganda, 20 minutos diários até 25 deste mês, dois dias antes antes da eleição, foi indicado como garantia de igualdade para debater em alto nível com o adversário Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande. 'Essa é a tradição dos gaúchos', preveniu o candidato.

Tarso falou como administrador e prometeu ser um governador de diálogo. Depois citou obras de gestões do partido em Porto Alegre, como a Terceira Perimetral e a restauração do Mercado Público. O candidato a vice na chapa, Miguel Rossetto, destacou que o PT elegeu a maior bancada de deputados federais do país, 91 vagas, como reforço para o projeto nacional de Lula. Artistas globais, como Lucélia Santos e Paulo José, declararam apoio a Tarso. No desfecho, o coordenador da campanha, José Eduardo Utzig, que morreu terça-feira vítima de infarto, foi homenageado e apontado como 'uma estrela que traz fé e esperança' na atual batalha eleitoral.


Morte de Ulysses faz dez anos
Na tarde de 12 de outubro de 1992, um acidente de helicóptero pôs fim a uma das mais brilhantes carreiras políticas do Brasil, a do homem que ficou conhecido por liderar movimentos pela redemocratização do país, como o das Diretas-Já, e por ter presidido os trabalhos de elaboração da Constituição de 1988. O deputado federal Ulysses Guimarães morreu quando o helicóptero em que viajava, um Esquilo, caiu no mar, na altura de Ubatuba, pouco depois de decolar de Angra dos Reis, em direção a São Paulo.

Com Ulysses viajavam sua mulher, dona Mora, o empresário e ex-ministro da Indústria e Comércio Severo Gomes e a mulher dele, Maria Henriqueta, além do piloto. Morreram todos. O corpo de Ulysses nunca foi encontrado. No comando do PMDB, mais uma frente do que um partido, o que Ulysses sempre fez foi buscar a unidade. O espírito conciliador também foi fundamental com a morte do presidente eleito Tancredo Neves em 1985. Diante da polêmica sobre se deveria tomar posse ou se caberia ao vice José Sarney, cedeu o lugar num momento de tensão por causa da transição do regime militar para a volta dos civis ao poder. Severo Gomes, que apoiou o golpe militar de 1964, filiou-se ao MDB em 1978 e elegeu-se senador. Depois de sua saída do Senado, dedicou à Ação pela Cidadania.


PMDB afasta favoritismo na TV
O candidato ao governo da União pelo Rio Grande, Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS), disse ontem, no primeiro dia do retorno da propaganda gratuita no rádio e na televisão, que 'não há favoritos no 2º turno'. Admitiu que largou em vantagem com a votação de 41,3% dos eleitores no 1º turno, mas preveniu a militância e os partidos da sua coligação que o adversário Tarso Genro, do PT, merece respeito e tem um partido estruturado e que está no governo. Sugeriu um freio na empolgação, afugentando o clima do 'já ganhou'. Rigotto também qualificou a passagem para a segunda etapa como uma vitória conquistada. A maior parte do tempo dos programas em rádio e televisão, de 40 minutos em cada veículo, foi usada para relembrar o esforço da primeira fase da eleição. 'O resultado não pertence a uma pessoa, mas a todos que confirmaram a sua opção de mudar por meio de um projeto viável e consistente', sustentou o candidato do PMDB.

Rigotto garantiu que pretende fazer um governo, caso seja eleito, de unidade e acima de partidos. Depo is recorreu à evolução das pesquisas de intenção de voto para indicar sua disparada nas três semanas finais antes do 1º turno, que culminaram com a liderança no dia 6. Voltou a afastar ataques contra o candidato Tarso e prometeu bom nível. Os apoios do PPS, do PFL, do PPB e de alas do PDT foram listados como reforço na etapa final. Cenas de rua do 1º turno da campanha foram reprisadas, já que a agenda junto aos eleitores começará neste fim de semana.


Portaria exige retirada das placas eleitorais das ruas
O juiz eleitoral de Sorocaba Cesar Luis Pereira baixou ontem portaria fixando multas de R$ 5 mil a R$ 15 mil para políticos que não retirarem a propaganda eleitoral dos lugares públicos no prazo de 30 dias. A portaria abrange todo tipo de propaganda móvel, bem como pintura de muros e fachadas. O prazo começará a valer após intimação de candidatos, mas os partidos se anteciparam e farão mutirão de limpeza.


PPS não adere a ninguém na disputa em São Paulo
O deputado federal João Herrmann Neto, presidente de honra da executiva estadual do PPS, divulgou nota informando que o partido não apóia oficialmente nenhum dos candidatos ao governo de São Paulo no 2º turno, disputado pelo tucano Geraldo Alckmin e pelo petista José Genoino. Conforme a nota, a direção estadual do partido não está autorizada a realizar qualquer manifestação em nome do PPS, mas apenas em seus nomes pessoais.


Requião terá companhia de socialistas no 2º turno
O candidato do PMDB ao governo do estado do Paraná, Roberto Requião, recebeu ontem o apoio do PPS à sua campanha. No 1º turno, o partido tinha Rubens Bueno como candidato ao governo. 'Considero que ficou muito claro nesta campanha que temos nossas diferenças com a candidatura de Requião e o PMDB, mas agora há um novo momento com o 2º turno e a manifestação do meu partido foi cristalina', argumentou Bueno.


Schneider dá apoio à Frente Popular
Carlos Schneider, ex-candidato ao governo pelo PSC, declarou ontem apoio a Tarso Genro, da Frente Popular. O presidente estadual do PT, David Stival, recebeu a adesão no comitê central da Frente em Porto Alegre. Schneider disse que há convergências entre o programa de governo de Tarso e o do seu partido, como a revisão do pacto federativo, da matriz tributária e incentivos a pequenas e microempresas e à agricultura familiar. Lembrou ainda que o candidato da União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, não o procurou atrás de apoio no 2º turno. 'Foi uma desconsideração', reagiu. Schneider informou ainda que o PSC aderiu à campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.


Em S.Maria, Olívio ataca os neoliberais
O governador Olívio Dutra atacou ontem, em Santa Maria, os adversários que se unem em torno da candidatura de Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande. Para Olívio, o neoliberalismo 'é um tronco carcomido e oco por dentro, mas que tem muitos galhos'. Acrescentou que 'um deles não agüentou o tirão', referindo-se a Antônio Britto. Depois, comparou as lideranças que apóiam Rigotto a uma hidra, ser com um único corpo, mas com várias cabeças. No comitê central do PT em Santa Maria, Adelmo Simas Genro, presidente de honra do PSB no Estado, foi convidado para ser coordenador da campanha de seu filho, Tarso Genro, na região Centro.


Eleição divide prefeitura
A eleição do dia 6 estremeceu as relações na Prefeitura de Erechim. O prefeito Elói Zanella, do PPB, e o vice-prefeito Luiz Antônio Tirello, do PTB, vêm trocando farpas. Tirello concorreu a deputado federal, fez 33.014 votos e não se elegeu. Ele não teve o apoio do PPB, que preferiu João Augusto Nardes e Francisco Turra, ambos eleitos. Ressentido, Tirello disse que o PPB não existe. 'Veja quantos votos fez o Celso Bernardi em Erechim', afirmou numa alusão aos 1.870 votos do candidato. 'Todas as cobranças caíram sobre mim. Em vez de somar, o fato de ser vice-prefeito me prejudicou', queixou-se. Zanella reagiu, afirmando que o PPB é importante, tanto que detém o mais alto cargo público no município e bancada de cinco vereadores. 'O partido existe porque os quatro candidatos que apoiou, Jerônimo Goergen, Wilson Covatti, João Augusto Nardes e Francisco Turra, elegeram-se', constatou o prefeito.


Guanaes diz que cobrará posições
O publicitário da campanha de José Serra, Nizan Guanaes, afirmou ontem, em São Paulo, que o comando do PSDB cobrará posições claras do PT a respeito das questões econômicas. Segundo Guanaes, se os adversários têm críticas, é importante que participem dos debates, pois tudo que Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a Ciro Gomes ou Anthony Garotinho pode agora estar dirigido diretamente para Serra. As declarações de Guanaes foram feitas após ele deixar a residência do presidente Fernando Henrique Cardoso, em Higienópolis. 'O presidente sempre teve participação importante nesta campanha. Muitos acontecimentos foram viabilizados por ele', disse o publicitário de Serra.


Itamar ajuda nas campanhas
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, reúne-se hoje com a coordenação de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República. Apoiando o partido desde o 1º turno, Itamar poderá participar também das campanhas de José Genoino, que concorre pelo PT ao governo de São Paulo, e Roberto Requião, que disputa no Paraná pelo PMDB, conforme informou Lula ontem, em Belo Horizonte. O encontro de hoje, em São Paulo, deverá reunir também governadores eleitos pelo PT no 1º turno. Itamar vai ao Rio amanhã participar da Feira da Providência e a Brasília na terça-feira, onde manterá encontros políticos.


Para Alencar, crise cambial é política
O candidato a vice da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, afirmou ontem que a solução para a crise cambial é política e não técnica. 'Por princípio, perante a nação, a responsabilidade pela política econômica é do presidente da República. O presidente do Banco Central é um delegado dele. Por isso, não pode ser transferida a ele qualquer responsabilidade maior', avaliou. Segundo Alencar, um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva coibirá a especulação financeira com comportamento governamental. 'O governo irá se voltar para a produção e o trabalho. Não administrará o sistema financeiro ao bel-prazer dos bancos, pois isso é que está errado', ressaltou o candidato a vice.


Pastores não decidiram
Pastores de todo o país, que fazem parte da Assembléia de Deus A Missão se reunirão na segunda-feira, em Brasília, para decidir qual candidato à Presidência da República vão apoiar no 2º turno. A Missão é a corrente majoritária da Convenção Geral das Assembléias de Deus, que congrega, junto com a corrente dissidente Madureira, cerca de 8 milhões de fiéis em todo o país. Na quinta-feira, os dirigentes de Madureira declararam apoio ao tucano José Serra. Porém, o deputado distrital eleito, Peniel Pacheco, do PSB, integrante da Assembléia de Deus A Missão, adiantou que a maior parte dos pastores dessa facção pretende apoiar o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. O conselho político da Igreja em Brasília decidiu ontem auxiliar a campanha do candidato Geraldo Magela, do PT, que concorre ao governo do Distrito Federal com o atual governador peemedebista, Joaquim Roriz.


Pefelistas sugerem votos para o PT
O PFL do Maranhão oficializou o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no 2º turno. O presidente regional do PFL, José Sarney Filho, em reunião com a bancada estadual eleita, descartou a possibilidade de trabalhar pela candidatura de José Serra, do PSDB, como orientou a direção nacional do seu partido. O presidente regional do PMDB, Remi Ribeiro, também disse ontem que as principais lideranças do partido estão orientando que os seus eleitores votem em Lula. Porém, o diretório regional não se posicionará oficialmente.


Polícia investiga crime eletrônico
Os técnicos em informática da campanha do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, identificaram os endereços eletrônicos de onde surgiram duas mensagens ofensivas ao candidato divulgadas via Internet. O anúncio foi feito ontem pelo porta-voz da campanha, André Singer. Segundo ele, os endereços já estão sendo investigados pela Delegacia Especializada em Crimes Eletrônicos de São Paulo na tentativa de localizar os proprietários dos computadores. Se encontrados, os responsáveis serão denunciados por crime eleitoral, falsidade ideológica e crime contra a honra que, segundo Singer, podem resultar em penas de até cinco anos de reclusão.


Presidente defende que haja debates
O presidente Fernando Henrique Cardoso declarou ontem que os brasileiros precisam ficar atentos quanto às promessas dos candidatos ao Palácio do Planalto. Ele defendeu também a realização de debates entre os dois candidatos à Presidência da República no 2º turno. Durante a solenidade de inauguração do Rodoanel Mário Covas, que interligará cinco das dez rodovias que chegam a São Paulo, o presidente ressaltou que obras do gênero demonstram a atitudes de pessoas que falam, mas fazem. 'Se for para mudar para pior, é melhor deixar assim. Até porque não está tão mal como dizem', afirmou. Fernando Henrique disse ainda que torce para que o Brasil prossiga sendo bem administrado. 'Precisamos continuar sonhando que o país ficará em mãos competentes, sem mesquinharias, mas com muito trabalho', salientou.


Roseana recebe visita do petista
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve reunido ontem pela manhã com assessores no comitê nacional da campanha em São Paulo. À tarde, ele visitou a senadora eleita pelo Maranhão Roseana Sarney, do PFL, que se recupera de cirurgia para retirada de nódulos no seio no hospital Sírio Libanês. O petista também enviou felicitações ao ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, pela conquista do Prêmio Nobel da Paz. 'Nós, brasileiros, lembramos com gratidão sua atuação na presidência dos Estados Unidos, que beneficiou nosso povo na luta que travamos pela democracia na segunda metade da década de 70', disse Lula na carta.


Silveira está próximo do PPS
Passado o 1º turno das eleições, começam as acomodações dos que não estão mais na disputa. Candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, o ex-prefeito de Niterói, na região metropolitana, Jorge Roberto da Silveira, do PDT, está praticamente decidido a deixar o partido e ingressar no PPS do ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes. Os dois partidos, mais o PTB, integraram a Frente Trabalhista, que lançou Ciro candidato à Presidência da República. Silveira ficou em terceiro lugar na disputa vencida pela candidata Rosinha Matheus, do PSB.

Silveira recebeu 1,1 milhão de votos, 14,3% do total. Embora Silveira tenha defendido, durante toda a campanha, a liderança do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, ele dificultou a formação de uma aliança com o PPB estadual. Brizola decidiu concorrer ao Senado e insistiu que a segunda vaga fosse do PDT, reservada para um fiel colaborador, Carlos Lupi. Com isso, foi tornada inviável a coligação com os pepebistas, que queriam disputar o Senado com o pastor Manoel Ferreira. O PPB coligou-se com Rosinha e foi decisivo para garantir mais tempo na televisão para ela.

O pastor Manoel, Brizola e Lupi não conseguiram se eleger, mas o sacerdote protestante da Assembléia de Deus foi o mais bem colocado entre os perdedores. Ficou em terceiro lugar, com 1,7 milhão de votos. Brizola terminou em sexto, com 1,2 milhão de votos e Lupi ficou na nona colocação, com 182 mil votos.


Texto muda regra da eleição em 2006
A Comissão Especial da Reforma Política, instalada pela Câmara em maio de 2001 para debater mudanças no sistema eleitoral brasileiro, deverá apreciar um novo texto sobre o tema após o 2º turno das eleições. O relator da matéria, deputado João Almeida, do PSDB, informou que o seu parecer está pronto e traz mudanças importantes, que poderão ser adotadas já em 2006. Além de abordar temas como fidelidade partidária, cláusula de barreira e voto distrital, considerados polêmicos, o texto trata da organização dos partidos políticos. O parecer prevê ainda que somente os que elegeram deputados federais e senadores terão direito à propaganda política gratuita no rádio e na TV.


Artigos

Paradoxo
Carlos Adílio Maia do Nascimento

Metade da humanidade, ou seja, 3 bilhões de pessoas, vivem sem saneamento básico. No Brasil, esses números estão sempre piores do que a média mundial. A organização Mundial da Saúde (OMS) informa que morrem anualmente 5 milhões de pessoas por falta de água para beber ou por doenças transmitidas por água de má qualidade. Esse vergonhoso pano de fundo serve de cenário para o início do século XXI, que deverá marcar a era da alta tecnologia, da elucidação dos grandes mistérios da vida, proporcionada pelos avanços da engenharia genética e pelo desvendar dos mapas da biodiversidade.

Avança rapidamente o irreversível processo da globalização, que tem se caracterizado pela assunção, cada vez maior, das oportunidades por parte dos mais poderosos, sem contrapartidas relevantes na solução dos problemas: agravam-se a pobreza, a miséria e a exclusão decorrentes da má distribuição da renda mundial, e isso tem se constituído em um fenômeno presente e progressivo na maioria dos países. Parece que as grandes conquistas da ciência não acontecem para benefício dos homens. Em plena idade das luzes e da comunicação universal, vemos crescer o fantasma da guerra e da destruição. A natural essência humana perde importância para modelos econômicos e discutíveis paradigmas de crescimento. O domínio da razão perde espaço para concepções e interesses escusos. Os sinais de incerteza são evidentes no comportamento dos setores da atividade econômica e social, muitas vezes com resultados desastrosos. Esse grave momento histórico torna necessária uma profunda reflexão no sentido de reavaliar nossos valores éticos e morais.

Os fundamentos da sociologia e do humanismo devem ser avocados para orientarem a formulação de uma nova filosofia de desenvolvimento universal, que seja realmente antropocêntrica, trazendo aumento da qualidade de vida para todos os homens, em um planeta sadio e produtivo, que possa ser assegurado para as atuais e futuras gerações. Os grandes interesses corporativos, que têm cada vez mais orientado, se não conduzido os destinos da história, devem necessariamente adotar uma postura mais humanista. Somente assim, poderá ser comprovada a ambiciosa pretensão da espécie humana, de ser a detentora do monopólio da inteligência.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

UM, DOIS, TRÊS
1) A assessoria do candidato Germano Rigotto saiu em busca de mais informações sobre a duplicação da fábrica da Ford na Bahia, anunciada no meio desta semana. Quer deixar a carta na manga para caso de necessidade. Estão sendo produzidos 600 veículos por dia na unidade de Camaçari.

2) Os deputados Cezar Schirmer, Mendes Ribeiro Filho e Vieira da Cunha se reunirão 2a-feira para tratar não só do apoio do PDT ao PMDB, mas sobre a sucessão na Prefeitura de Porto Alegre. Querem madrugar para 2004.

3) Cresce o coro pró-reforma política e a próxima legislatura do Congresso Nacional não terá como escapar. Fidelidade partidária, cláusula de barreira e voto distrital serão os primeiros temas na longa pauta de discussões.

NÃO CORRE, VOA
Anthony Garotinho ligou ontem para um am igo em Porto Alegre dizendo que voltará a concorrer ao Planalto em 2006. Mais: seja quem for o presidente, fará oposição sistemática para ganhar espaços.

PARA SE VINGAR
Candidato do PDT ao governo do Paraná, Álvaro Dias, espera aval da direção nacional para apoiar Serra. Sabe que não terá. Porém, quer se vingar do PT, que ficou ao lado do adversário Roberto Requião.

OPORTUNISMO
O ditado consagrado diz: 'Hay gobierno, soy contra'. Alguns, por conveniência, mudam para 'há governo, sou a favor'. O PTB nacional inova. Diante do desempenho de Lula nas pesquisas, consagra: 'Será governo, sou a favor'. Desde a redemocratização, sempre deu jeitinho de saborear fatia do poder. Por largo tempo, esteve com FHC, a quem elogiava. O setor gaúcho, ressalte-se, nunca participou desse banquete.

NOVO JOGO
Pesquisa Câmera 2: você concorda que o 2º turno é um novo jogo e não uma prorrogação? Respostas: 60% responderam sim e 40%, não.

ANTICONVENCIONAL
Sérgio G'ergen, deputado estadual eleito pelo PT, visitou ontem a Assembléia usando chinelos e sem gravata. Antecipou que admite calçar sapato no inverno. Quanto à gravata, só em ocasião especial. Poderá repetir a rebeldia do deputado federal Aloízio Paraguassu, que insistia nas sandálias e recusava gravata. Tornou-se famoso. A cada entrada no plenário era uma confusão.

NO COMEÇO DA NOITE
O Palácio Piratini convocou todos os detentores de cargos de confiança para reunião 2a-feira, às 19h, no armazém 7 do cais do porto, com a presença do governador Olívio Dutra. Dá para se imaginar o assunto.

CHANCE
O PT quer trazer Brizola ao palanque de Tarso Genro. Talvez explique o apoio, no 1º turno, à candidatura que privatizou o patrimônio público. Sempre é tempo para isso.

VAI E VOLTA
O vereador Wilton Araújo, que se elegeu pelo PMDB, assumirá como titular na bancada do PPS com a ida de Fernando Zachia à Assembléia. Setores do PMDB agora tentam trazê-lo de volta. Não será pacífica.

PANFLETEANDO
Dois garotos entregaram quinta-feira ao deputado federal Júlio Redecker, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, panfletos de um sindicato com afirmações improcedentes contra ele e o deputado Rigotto. A distribuição era feita por menores. O deputado chamou representante do Conselho Tutelar. Caracteriza-se a exploração do trabalho infantil.

APARTES
Maluf aguarda convite para subir no palanque de Lula. Disse ontem que não vê motivo para ficar fora.

Deputado estadual Luiz Fernando Schmidt, do PT, reelegeu-se somando 34% dos votos válidos de Lajeado.

Terminará dia 21 o prazo para emendas ao orçamento do Estado.

Na propaganda que recomeça 2a-feira, Lula e Serra deveriam falar sobre causa e efeito da subida do dólar.

Com a viagem de João Verle a São Paulo, vereador José Fortunati assume prefeitura hoje e amanhã.
Por todo o país, espalha-se espécie nada raro: o neopetista de 2º turno.

PL gaúcho contraria orientação nacional e anunciará às 11h de 2ª-feira apoio à candidatura Rigotto.

Deu no jornal: 'Novos impasses afastam acordo com FMI'. Argentina vai sendo cozida em fogo baixo.

Outra: 'Serra desafia adversário a debater dólar'. Aí fica mais caro.

Ex-governador Anthony Matheus demonstra: é Lula desde garotinho.


Editorial

A RETA FINAL DA CAMPANHA

Toda a expectativa do eleitorado se concentra no embate entre os candidatos que chegaram ao segundo turno para a Presidência da República e para os governos estaduais. No plano nacional, temos Luiz Inácio Lula da Silva versus José Serra e, em nível estadual, a polarização se dá entre Germano Rigotto e Tarso Genro.

O novo processo que ora se inicia é de contornos imprevisíveis, uma vez que, como se tem costumado dizer, é um novo jogo, com bola ao centro e novos contendores. No dia 27 de outubro, teremos concluído nosso ciclo de escolha de novos governantes, completando a lista nos estados, definindo o pleito no Rio Grande do Sul e chancelando o novo mandatário no cargo mais importante da Nação.

Há toda uma gama de movimentos nessa nova campanha eleitoral. Cálculos e mais cálculos, alianças, acertos de primeira e de última hora. Há ainda a expectativa de se saber para onde migrarão os votos que foram dados aos candidatos que concorreram no primeiro turno. Fica difícil de saber, pois nada garante que os votos migrarão exatamente de acordo com a vontade dos dirigentes partidários. Além disso, há as questões regionais, que às vezes em nada se assemelham àquelas que foram gestadas para a eleição presidencial ou para outros estados. Nesses casos, voluntarismo e realidade não andam juntos.

O início do horário eleitoral gratuito certamente vai despertar um renovado interesse a partir de agora, na reta decisiva. Isso porque ficou mais enxuto, possibilitando ao eleitor acompanhar seu conteúdo, sem a infinidade de propostas do primeiro turno, facilitando a objetividade da escolha. Também porque esse mesmo eleitor sabe de sua responsabilidade diante dos destinos do país, sendo ele o protagonista da escolha. Assim, certamente ele não vai se furtar de participar ativamente naquilo que lhe é devido fazer.

Dessa forma, diante da realidade peculiar de um segundo turno, é preciso conter o sentimento de 'já ganhou'. Os próprios candidatos recomendam cautela aos seus eleitores. Tudo recomeça, numa nova guerra de sedução ao eleitor. É hora de debater propostas, ir às ruas, apresentar programas, ratificar compromissos assumidos e semear outros, de modo a garantir apoios e votos. Na maior eleição da história do país, Sua Majestade, o eleitor, é quem dará a última palavra.


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10/12/2002


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