Roberto Cavalcanti alerta consumidor para endividamento nos cartões de crédito
Em pronunciamento, nesta quinta-feira (25), o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) aconselhou os consumidores brasileiros a não se endividarem e a tomarem cuidado no uso dos cartões de crédito. Ele assinalou que a mistura de festas de fim de ano, compras e cartões de crédito pode ser muito perigosa para as finanças e render "arrochos" no ano seguinte.
- São 365 dias para se arrepender de ter embarcado nas campanhas sedutoras de crédito fácil com as quais as operadoras bombardeiam os consumidores do país, especialmente nesta época de consumo acelerado - alertou.
Cavalcanti salientou que os juros embutidos nessas operações de crédito podem chegar a "inacreditáveis" 500% por ano e agora se somam às diferenciações de preços praticadas pelo comércio nas operações com cartões. Ele disse que, contrariando o Código de Defesa do Consumidor e o conceito adotado pelo Plano de Contas em Contabilidade Nacional em todos os países do mundo, a compra no cartão em parcela única é computada como "crédito à vista", levando o comércio a anunciar preços para pagamento em dinheiro e, com acréscimos, para pagamento com cartão.
Segundo o senador, a responsabilidade pela diferenciação onerosa para o consumidor é das operadoras de cartões, "verdadeiras vilãs da economia nacional", que cobram taxas extorsivas e utilizam truques para driblar a legislação e lobbies agressivos para fugir do controle do sistema financeiro.
- Ancoradas pela liberdade irrestrita, só possível graças à ausência de regulamentação, as operadoras decidiram agora que podem postergar o pagamento que é devido aos lojistas. O reembolso vem ocorrendo com prazos superiores a 30 dias. E, claro, sem as correções aplicadas nas faturas dos usuários dos cartões. Trata-se de um verdadeiro atentado contra o capital de giro dos comerciantes que, sem saída, passam a conta para o consumidor, embora sujeitos a multas e autos de infrações - denunciou.
Cavalcanti disse que os únicos que saem ilesos neste processo são justamente os responsáveis, as operadoras de cartões, e que o Banco Central adiou mais uma vez o processo de regulação. Para ele, nem Papai Noel poderia ser mais generoso, pois as operadoras não são limitadas por regras nem censura.
25/11/2010
Agência Senado
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