Roberto Cavalcanti volta a protestar contra abusos das administradoras de cartões de crédito




O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) protestou mais uma vez nesta terça-feira (31) contra o poder das administradoras de cartões de crédito. Segundo ele, duas das grandes bandeiras estão "duopolizando" o mercado no Brasil e dando ensejo a uma série de abusos, que permitiram o seu enriquecimento acelerado e o seu crescente poder econômico.

- Tenho a firme convicção de que denunciar esses abusos é nosso dever e combatê-los é obrigação do governo federal. Estamos falando de um mercado que cresceu 20% ao ano nos últimos dez anos. Estamos falando de um setor que movimentou R$ 535 bilhões e faturou mais de R$ 40 bilhões no último ano, somente no Brasil - afirmou.

Roberto Cavalcanti observou que a taxa de juros cobrada pelas administradoras é a mais alta do mundo, nunca inferiores a 10% ao mês. Para ele, essa situação pode ser classificada como "extorsão". Ele disse que, antigamente, as desculpas eram a instabilidade econômica, a alta inflação e os altos índices de inadimplência, mas hoje a economia está estabilizada e a inflação está sob controle há 15 anos.

- Os juros mensais do cartão de crédito, porém, continuam na casa das dezenas. Duas empresas dividem o butim e criam empecilhos à admissão de novas concorrentes nesse lucrativo mercado - afirmou.

O senador ainda citou notícia segundo a qual uma menina com apenas três anos de idade recebeu uma proposta de adesão de uma grande rede de cartões de crédito. Ele indagou como uma administradora teve acesso ao nome completo e ao endereço de uma criança e disse que o caso é extremamente preocupante no que diz respeito ao sigilo de dados e a questões de natureza constitucional.

- A que revelações nos levaria o rastreamento dos dados pessoais de Juliana, obtidos pela empresa de cartões de crédito? Por que vias a empresa conseguiu o nome completo e o endereço da criança? - questionou.



31/08/2010

Agência Senado


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