Roberto Cavalcanti compara governo Lula a 'novo rico'



Ao comentar o crescimento de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse que para o Brasil manter um crescimento econômico sustentável a médio e longo prazo é preciso que haja igual aumento da capacidade de poupança e investimento, que hoje é de apenas 18% do PIB. Ele afirmou que 22% seria o patamar ideal para manter o crescimento da economia em 9% ao ano.

Roberto Cavalcanti afirmou, em discurso nesta quinta-feira (10), que a carga tributária e o nível de eficiência da educação são gargalos que impedem o Brasil de alcançar esse patamar de 22% de poupança. O senador classificou como "comportamento de noveau riche [novo rico]" a atitude que começa na sociedade brasileira e contamina o aparato governamental, que passa a gastar, emprestar e perdoar dívidas, quando o país ainda precisa resolver inúmeras desigualdades e oferecer serviços públicos eficientes.

O senador disse se sentir incomodado com a resistência do governo de economizar o dinheiro público, cortando supérfluos para sobrar mais para as demandas básicas da sociedade. Ele assinalou que enquanto o Brasil esbanja, países ricos como a Alemanha cortam gastos em 80 bilhões de euros, preservando apenas educação e pesquisa.

- Todo o vigor da nação é desviado para tapar os rombos provocados pela gastança desenfreada e aqueles provocados pelas políticas monetária e fiscal. Não podemos nos esquecer que permanecemos ostentando o incômodo título de país campeão de juros e detentor de uma das cargas tributárias mais infames do planeta. Desvestimos o santo representado pelas carências básicas da população em educação, saúde e segurança pública para cobrir o santo das prioridades equivocadas - lamentou.

O senador Mão Santa (PSC-PI) disse, em aparte, que o Brasil tem mais analfabetos e mais casos de violência do que países vizinhos mais pobres e frisou que "a festejada riqueza econômica" do Brasil precisa se refletir no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).



10/06/2010

Agência Senado


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