Roberto Cavalcanti quer renegociação da dívida de industriais nordestinos



O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse nesta quinta-feira (27) que os industriais que, na década de 1990, tomaram emprestados recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) atravessam sérias dificuldades para honrar suas dívidas com o Banco do Nordeste, responsável pela administração do FNE. Para o senador, em vez de promover o crescimento da indústria nordestina, aqueles financiamentos hoje representam entrave ao pleno desenvolvimento do potencial industrial da região.

Roberto Cavalcanti explicou que, na época em que os empréstimos foram realizados, as condições de pagamento e a forma de indexação dos saldos devedores pareciam aceitáveis. Mas, ao longo dos anos, esses critérios teriam sofrido distorções e o resultado foi o surgimento de dívidas impagáveis, em muitos casos superiores ao próprio faturamento das empresas.

- Entre janeiro de 1989 e julho de 1994, o Brasil teve cinco moedas diferentes. Cada mudança de moeda vinha acompanhada pelas respectivas mudanças de rumo na política econômica, o que, por sua vez, provocava movimentos bruscos e inesperados nos indicadores e indexadores econômicos mais importantes. Tudo isso afetava tanto as finanças da indústria quanto o perfil dos financiamentos que essas indústrias haviam contratado - assinalou.

Para o senador, é preciso renegociar aqueles financiamentos para tirar a indústria nordestina do "sufoco e recolocá-las nos trilhos do desenvolvimento".O senador acrescentou que o mais difícil de entender é a indiferença generalizada com a situação dos industriais nordestinos. Ele observou que o setor responde por quase 30% do PIB brasileiro e concentra mais de 20% da força de trabalho.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse, em aparte, que não consegue entender certas ações que o governo federal repete há décadas. Ele citou o caso da pecuária em Roraima, que utilizou financiamentos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento da Região Norte (FNO). Segundo ele, pelos menos 70% dos pecuaristas que tomaram empréstimos quebraram.

- É inacreditável que um fundo composto com recursos oriundos do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), não seja de fato voltado para incentivar a eliminação das desigualdades - afirmou.



27/05/2010

Agência Senado


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