ROBERTO FREIRE QUER QUE A REFORMA APONTE NOVOS RUMOS PARA O PAÍS



"Se a reforma ministerial significar uma mudança de rumo da atual administração, será bom para o governo e poderá ser bom para o país", disse o senador Roberto Freire (PPS-PE), nesta quinta-feira (15), à Agência Senado. O senador advertiu que se a reforma se prender apenas a alterações de nomes, mantendo idêntico tipo de relacionamento com a base de sustentação e as mesmas políticas, " será igual a trocar seis por meia dúzia". Freire disse esperar que o governo cumpra o seu papel. Para o parlamentar, o que menos importa nesta reforma ministerial é saber se o presidente da República manda mesmo. - Acho que ele manda, apesar de ser com dificuldades, por conta de seu temperamento, de sua personalidade e da sua fragilidade em tentar conter algumas lideranças caudilhescas de sua base de sustentação - observou.Com relação à reforma político-partidária em tramitação no Senado, Freire disse que ela não é democrática e tem por objetivo manter o atual status quo e o que chamou de "reserva de mercado". O senador acredita, no entanto, que a reforma defendida pelo bloco de sustentação do governo será derrotada.- As forças democráticas estão entendendo que a articulação PSDB/PFL não visa ao aprimoramento da democracia e sim a tentar manter o que está aí, impedindo o surgimento do novo - afirmou Roberto Freire, ao prever que neste segundo semestre as propostas sugeridas pelo governo, " de caráter autoritário e próprias do regime militar", serão derrotadas. Entre as iniciativas consideradas esdrúxulas por Roberto Freire e que fazem parte da reforma político-partidária, está a que proíbe a coligação dos partidos nas eleições proporcionais. Ele entende que se a proposta vier a ser aprovada, quebrará a autonomia dos municípios. Segundo o senador, a iniciativa chega a ser paradoxal, porque, ao mesmo tempo em que impede a coligação de candidatos nas eleições proporcionais, permite a coligação nas majoritárias, sob o argumento de que ela fortalece os partidos.- Essa não é uma argumentação séria. Se a coligação poderá ser permitida nas eleições majoritárias, por que não permitir nas proporcionais quando existir interesse de partidos que tenham um programa comum? - indagou Freire, para quem a reforma política não é coerente e tem por finalidade criar obstáculos para os pequenos partidos.

15/07/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


ROBERTO FREIRE QUER URGÊNCIA NA VOTAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA

ROBERTO FREIRE QUER SUSPENDER VERBAS PARA OBRAS DE TRIBUNAIS

ROBERTO FREIRE QUER APRECIAR VINCULAÇÃO ORÇAMENTÁRIA PARA SAÚDE

ROBERTO FREIRE CRITICA REFORMA POLÍTICA

ROBERTO FREIRE: REFORMA TRIBUTÁRIA É PRIORIDADE

ROBERTO FREIRE QUER VOTAR VINCULAÇÃO DE RECURSOS PARA ÁREA DA SAÚDE