ROBERTO REQUIÃO CRITICA PRIVATIZAÇÃO DO BANCO DO ESTADO DO PARANÁ



A liquidação ou privatização do Banco do Estado do Paraná (Banestado), que está sendo encaminhada pelo governo daquele estado, foi criticada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR).Para o senador, o governo estadual tenta impingir a crise do Banestado à liquidação do Banco de Desenvolvimento do Estado do Paraná (Badep), iniciada por Álvaro Dias e consolidada durante o governo do próprio Requião.

Ele disse que o governador Jaime Lerner se esconde atrás de seus secretários da Fazenda e do Planejamento, omitindo-se sobre o assunto. Segundo Requião, o Badep quebrou devido a dívidas não saldadas decorrentes de financiamentos feitos à Prefeitura Municipal de Curitiba e a empreendimentos implantados na Cidade Industrial de Curitiba, quando Lerner era o prefeito da cidade.

Essas dívidas, somadas às do grupo Atalla e Cocelpa, foram transferidas para o Fundo de Desenvolvimento Econômico do Paraná (FDE) e, assim, colocadas sob a responsabilidade do próprio Estado, e não do Banestado, afirmou o parlamentar.

Para Requião, são três as causas da bancarrota do Banestado: em primeiro lugar, apontou a compra de Letras Financeiras do Tesouro dos Estados de Alagoas, Pernambuco e Santa Catarina, no que ficou conhecido como o escândalo dos precatórios.

- O valor deste estrago deve andar por volta de R$ 400 milhões - acusou o senador.

Outra causa seria a emissão de debêntures, através do Banestado Leasing, no valor de R$ 300 milhões. Requião acusou o pagamento de "comissões absurdas" ao que chamou de "viabilizadores técnicos" e ao tomador final. Por fim, apontou um prejuízo de R$ 500 milhões em operações inadimplentes, principalmente as realizadas pelo Banestado Leasing.

Para evitar a liquidação do banco, Requiãosugeriu a substituição de sua direção por outra, aprovada previamente pelo Banco Central (BC). Isso viabilizaria uma chamada de capital, com o apoio dos paranaenses. Pediu também uma contrapartida de R$ 350 milhões em ações de empresas públicas, como a Copel e a Senepar, para viabilizar o suporte de capital exigido pelo BC. Sugeriu ainda a viabilização de recursos a longo prazo pelo Programa de Saneamento dos Bancos Estaduais (Proes).

O senador afirmou que somente os gastos de publicidade do governo Jaime Lerner são quase duas vezes a quantia necessária para a recuperação e saneamento do Banestado. Já o financiamento de R$ 1,8 bilhão para a instalação da fábrica da Renault no Paraná supera em cinco vezes esse valor.

- Destruíram tudo o que foi possível destruir. E, agora, de maneira sórdida, mentirosa e falsa, atribuem aos outros o que eles próprios fizeram- afirmou.



30/04/1998

Agência Senado


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