Roberto Requião repudia privatização da Copel
Para Requião, que listou inúmeras razões para justificar sua oposição à venda da estatal paranaense, o único motivo para o ímpeto privatista de Lerner é fazer caixa e quitar débitos com fornecedores, diante da ruína financeira a que chegou o governo do estado. O senador lembrou que a Copel é uma empresa-modelo, com o melhor desempenho entre as empresas de energia do país, sendo internacionalmente reconhecida por seu avanço tecnológico nos setores de geração, transmissão e distribuição de energia.
De acordo com os dados divulgados pelo senador, no ano passado, até setembro - portanto antes dos meses de mais alto consumo de energia elétrica, que são outubro, novembro e dezembro - a Copel, que tem ações negociadas nas bolsas de São Paulo e de Nova Iorque, deu um lucro líquido de R$ 288,7 milhões, enquanto a paulista Força e Luz lucrou apenas R$ 28,2 milhões, e a privatizada Light, do Rio de Janeiro, teve um prejuízo de R$ 80,7 milhões. A Celesc, de Santa Catarina, ficou com um prejuízo de R$ 3,2 milhões.
Requião salientou que, graças à Copel, o Paraná desenvolveu um eficiente sistema de eletrificação rural e urbana, favorecendo o desenvolvimento industrial e possibilitando ao pequeno agricultor acesso a implementos agrícolas modernos, o que aumentou a produtividade e atraiu investimentos. Além disso, a empresa paranaense tem uma estrutura administrativa e funcional enxuta, com funcionários altamente qualificados.
Segundo o senador, se for privatizada, a Copel deixará de praticar uma política tarifária que estimule a competitividade das empresas paranaenses e fomente a atividade econômica, e venderá energia preferencialmente onde o preço for mais atrativo, o que prejudica as pequenas comunidades do interior do estado.
- Sem a Copel, o governo estadual perde a capacidade de adotar uma política energética que seja instrumento de desenvolvimento econômico e social. A Copel é nossa! - afirmou Requião.
02/02/2001
Agência Senado
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