Roberto Requião defende política desenvolvimentista e convergente dos países da América do Sul




Em discurso nesta segunda-feira (28), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu a união dos países sul-americanos em torno de uma política econômica que priorize crescimento e desenvolvimento, estabilidade de preços e pleno emprego. O senador leu, na íntegra, o documento "Consenso do Rio - Ideias gerais para uma política macroeconômica desenvolvimentista convergente dos países da América do Sul".

- Para se opor ao Consenso de Washington e ao seu decálogo de recomendações que favorecessem, sem qualquer restrição, aos interesses do mercado, um grupo de economistas brasileiros, reunidos pelo Instituto de Estudos Estratégicos para a Integração da América do Sul, o Intersul, está propondo o Consenso do Rio, um brado de independência em relação às políticas macroeconômicas que há mais de duas décadas desgraçam nações e povos em todo o mundo - resumiu.

O documento é assinado, entre outros, por Luiz Gonzaga Belluzzo, Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa, Luiz Carlos Bresser Pereira, Theotônio dos Santos, João Sicsú, Denise Gentil, Luiz Pinguelli Rosa, Roberto Saturnino Braga e Luiz Nassif.

Atual presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, Requião adiantou que também discursará sobre as ideias apresentadas no Consenso do Rio na próxima reunião do Parlasul, em Montevidéu, Uruguai, na sexta-feira (2).

De acordo com o senador, o Consenso do Rio recomenda que os países sul-americanos trabalhem em conjunto para a eliminação da miséria, estabilidade econômica interna e externa, aumento do bem-estar das populações e redução da concentração de renda e riqueza. O documento também apresenta críticas ao neoliberalismo, por trazer "resultados econômicos pífios" e agravamento dos problemas sociais para os países da América do Sul nas últimas três décadas, acrescentou Requião.

Segundo o texto lido pelo senador, o Consenso do Rio defende ainda o planejamento público em vistas do desenvolvimento econômico, sistema tributário justo e progressivo, política cambial semi-flutuante, política fiscal anticíclica, investimentos em infraestrutura e outros.

- Este é o caminho. Não há alternativas para fugir das garras gananciosas e perniciosas do mercado que não apoiarmos em nossas próprias forças e uni-las às forças de outros países sul-americanos - declarou.

Ele apontou para a crise vivida pela Europa e pediu que o Brasil, junto à America Latina, siga rumo próprio, balizado pelo Consenso do Rio.

- Do contrário, é entregar o país à condução de um executivo do Goldman Sachs, como está fazendo a Itália. Ou ser humilhado como a Grécia, o berço da democracia, do governo do povo, que foi proibida pelos credores de consultar o seu próprio povo, para saber se ele concordava ou não com os cortes na previdência, na saúde, na educação, na moradia, com a redução de empregos e de salários. Ou ajoelhar-se como os portugueses e os espanhóis estão fazendo. O que somos, um país ou um mercado? Qual será a resposta da América do Sul, do governo federal e do Parlamento brasileiro a essas questões que estão sendo tão pouco discutidas no nosso Plenário? - questionou Requião.



28/11/2011

Agência Senado


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