Álvaro Dias condena privatização da Copel



O empenho do governo do estado do Paraná em privatizar a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) foi questionado nesta segunda-feira (dia 2) pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), ao revelar que a empresa é considerada um modelo no setor, com um lucro de R$ 430,6 milhões no ano passado. "A Copel não apenas é uma empresa lucrativa, mas também é moderna, enxuta e eficiente", afirmou.

Álvaro Dias informou que a Copel tem 6.148 empregados, um ativo de R$ 8 bilhões contra uma dívida total de R$ 1,4 bilhão e um parque gerador composto por 18 usinas com 6,7 mil quilômetros de linhas de transmissão, e atende a 2,8 milhões de consumidores. Além disso, suas vendas de megawatt-hora por empregado dobraram entre 1994 e 2000.

- É realmente incompreensível que o governo do estado do Paraná não tenha coragem de admitir que quer vender uma empresa como essa, saudável, lucrativa e eficiente. O governo paranaense utiliza-se de subterfúgio, afirmando que vai vendê-la por uma imposição do governo federal - denunciou.

Segundo o senador, esse argumento não é verdadeiro, uma vez que a lei inclui empresas elétricas como a Copel na lista das instituições que "poderão ser objeto de desestatização", não havendo, portanto, obrigatoriedade de venda. No seu entender, prova disso é a empresa mineira de energia elétrica (Cemig), de situação semelhante à da Copel, que certamente não será privatizada na gestão atual. Se existe alguma obrigatoriedade, acrescentou o senador, é a de descentralizar as atividades de geração, transmissão e distribuição, exigência constante dos contratos de concessão assinados pelas empresas do setor com a Agência Nacional de Energia Elétrica.

Com base em entrevista dada pelos dirigentes do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), entidade responsável pela organização do seminário Energia Elétrica: privatização, regulação econômica e seus impactos para o consumidor, realizado em Curitiba, Álvaro Dias apresentou mais um argumento contra a venda da Copel. Segundo ele, os mais prejudicados após a privatização são os consumidores de baixa renda.

- É que, diferentemente da empresa estatal, que também tem compromisso social, a empresa privada somente tem compromisso com o seu lucro. As tarifas sobem, sem que haja qualquer preocupação com o já minguado orçamento doméstico dos menos aquinhoados. Na verdade, a única preocupação é a de que elas subam, para melhorar os resultados da empresa - concluiu.

02/04/2001

Agência Senado


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