Roberto Teixeira comunica que não vai depor na CPI dos Bingos nesta terça-feira



O advogado e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira, não vai mais depor nesta terça-feira (18) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos como estava programado. A comunicação foi feita à secretaria da CPI no início da noite desta segunda-feira (17) pelo advogado Cristiano Zanin. O principal motivo apontado para o não deslocamento do seu cliente até Brasília foi a entrega tardia da intimação pela Polícia Federal.

Além desse fato, Zanin argumentou que Roberto Teixeira só poderia comparecer à CPI depois de uma avaliação médica rigorosa, já que teria sofrido, em janeiro, uma cirurgia cardíaca. O advogado também ponderou que, no ofício de convocação, não ficava claro se Teixeira deporia na comissão como testemunha ou acusado.

Teixeira foi acusado pelo ex-secretário de Finanças de Campinas e São José dos Campos, Paulo de Tarso Venceslau, de ter comandado na década de 1990 um esquema de arrecadação irregular de dinheiro junto a prefeituras petistas em cidades do estado de São Paulo. Os recursos teriam sido utilizados em campanhas eleitorais.

Em recente depoimento à CPI dos Bingos, Venceslau acusou Roberto Teixeira de ter usado a Consultoria para Empresas e Municípios S/C (CPEM) para desviar dinheiro e montar o caixa dois do PT. De acordo com o ex-secretário, Teixeira agia com outro amigo do presidente Lula, Paulo Okamotto, atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Tanto Okamotto quanto Teixeira - padrinho do filho caçula de Lula, Luiz Cláudio - negam as acusações.

Caseiro

A CPI dos Bingos manteve a reunião administrativa convocada para as 11h desta terça-feira. Na ocasião será discutido o cancelamento do depoimento de Teixeira e também poderá ser votado o requerimento do senador José Jorge (PFL-PE) que convoca para depor o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, acusado de ser um dos principais responsáveis pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa Santos - o Nildo. O caseiro declarou que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci freqüentava uma mansão no Lago Sul, em Brasília, alugada por assessores seus na prefeitura deRibeirão Preto (SP).

Constam da pauta ainda três requerimentos que convocam para depor dois assessores do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. São eles: Cláudio Demzuk de Alencar e Daniel Krepel Goldberg, acusados de terem participado da articulação que culminou com a quebra do sigilo bancário de Francenildo. Os requerimentos são de autoriados senadores Romeu Tuma (PFL-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR) e José Jorge.

Também deverá ser votada a convocação do jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa do ex-ministro Palocci. Netto é acusado de ter vazado para a revista Época informações sobre a movimentação bancária do caseiro Francenildo. O requerimento é do senador Romeu Tuma.



17/04/2006

Agência Senado


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