Romero Jucá nega participação na demissão do presidente da Funai



O senador Romero Jucá (PSDB-RR) negou, nesta sexta-feira (14), ter qualquer participação na demissão do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Glênio da Costa Alvarez, que se manifestou contrário à aprovação de projeto de sua autoria permitindo a mineração em terras indígenas. Segundo Jucá, as acusações feitas pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), atribuindo a ele a demissão do presidente da Funai, "não passam de colocações de baixíssimo nível e eleitoreiras".

- Repudio essas insinuações descabidas e despropositadas feitas pelo senador Mozarildo Cavalcanti, que tomou por base apenas um artigo assinado pelo antropólogo João Dal Poz, da Universidade Federal de Mato Grosso - disse Jucá, ao informar que jamais interferiu na área administrativa da Fundação Nacional do Índio.

Ex-presidente da Funai, Jucá explicou que o projeto permitindo a mineração em terras indígenas, já aprovado pelo Senado, está em tramitação há seis anos na Câmara dos Deputados, tendo recebido, inclusive, pareceres favoráveis em duas comissões técnicas. O senador informou que o projeto apenas regulamenta dispositivo da Constituição de 1988 que autoriza a mineração em solo indígena.

Jucá acrescentou que a matéria, na época, foi longamente debatida entre lideranças indígenas, técnicos do governo e demais segmentos ligados à questão indigenista, razão pela qual estranha o posicionamento de Mozarildo Cavalcanti que, lembrou, quando deputado constituinte, não se levantou contra o dispositivo inserido na Constituição que permitiu a mineração em terras indígenas.

Jornalista

Ainda na sessão desta sexta-feira, Jucá encaminhou à Mesa do Senado pedido de esclarecimento sobre a lotação, em 2001, no gabinete da 4ª Secretaria da Casa, do jornalista Expedido Araújo Perônico para exercer o cargo, em comissão, de assistente parlamentar. É que, segundo informou, o jornalista não dá expediente na Secretaria, "já que vive, mora e trabalha em Rondônia". Jucá garantiu que foi Mozarildo Cavalcanti quem autorizou a ida do jornalista para Rondônia, na qualidade de 4º Secretário.

- É uma denúncia grave, uma vez que auxiliares que prestam serviços à Mesa do Senado não podem trabalhar nos gabinetes de parlamentares em outros estados. Trata-se de desvio de recursos públicos e quebra de decoro parlamentar por parte do senador Mozarildo - salientou Jucá, ao exigir da diretoria-geral da Casa a adoção de medidas punitivas, entre as quais o ressarcimento de todos os salários que o jornalista recebeu ao longo dos últimos meses pela 4ª Secretaria.



14/06/2002

Agência Senado


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