RONALDO CUNHA LIMA APLAUDE A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
O senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) aplaudiu em plenário, nesta sexta-feira (dia 16), a decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso, anunciada nesta semana, de realizar a transposição das águas do Rio São Francisco.- Este é um sonho mais do que centenário. Finalmente há a firme disposição do governo de iniciar as obras do projeto que não apenas transpõe água para o sedento e sofrido semi-árido nordestino, mas cuidará também de trechos e da navegabilidade do Velho Chico, assim como do umidecimento de suas calhas fluviais secas, permitindo o restabelecimento da flora e da fauna - afirmou Cunha Lima, lembrando ainda a insistência com que a idéia foi defendida.Para o senador, que considera urgente a transposição do rio, são equivocadas as afirmações de que os problemas de assoreamento do rio e a destruição de suas matas ciliares seriam agravados após as obras. - Levantamento recentemente concluído pelo ministério da Integração Nacional aponta a expansão descontrolada da agricultura na bacia do São Francisco como responsável pelo desmatamento e assoreamento da foz. Conclui também que a construção das barragens da Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco (Chesf) motivaram as erosões - disse, salientando que ações igualmente prioritárias serão desenvolvidas a partir da implementação de um amplo programa de revitalização do rio, em fase final de elaboração. Ronaldo Cunha Lima procurou refutar as críticas contra o projeto. - A transposição em nada prejudicará o São Francisco. Não haverá prejuízo algum no tocante ao seu volume de água. O único prejuízo, na verdade, ocorrerá sobre a geração da Chesf e equivale a 3% da demanda atualmente produzida, mas somente a partir de 2010. Isto, porém, será compensado com a futura construção do Parque Térmico a Gás Natural, previsto no Plano 2015 da Eletrobrás, e com a geração da 2ª etapa da Tucuruí - explicou Cunha Lima, negando também qualquer interferência quanto à barragem de Sobradinho, distante 200 km do projeto, e quanto ao trecho navegável do rio.Ele enumerou, ainda, as vantagens provenientes da obra, que considera a resposta às "súplicas dos nordestinos".- Haverá um aumento da oferta de água no semi-árido setentrional. Atualmente, só é possível dispor de 3% da água garantida para um contingente superior a 30% da população da região. A obra trará benefícios diretos a cerca de sete milhões de pessoas. Nenhum outro projeto para o Nordeste é tão abrangente e traz tantos benefícios. O custo total é da ordem R$ 2,8 bilhões, equivalente aos gastos do governo com as frentes de emergência na última seca - concluiu Cunha Lima, classificando a obra de irrecusável e inadiável.
16/06/2000
Agência Senado
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