Ronaldo: intransigência impede fim de greve
O senador Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) fez um apelo nesta segunda-feira (25) para que o governador José Maranhão e as demais autoridades, tanto da área da Educação como da Fazenda, conduzam, de maneira "responsável, amistosa e célere", uma negociação justa para os docentes e funcionários da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB ), em greve há cerca de cinco meses.
- O que querem os grevistas? Apenas o diálogo, nada mais que o diálogo. Infelizmente, o governador se mostra insensível e se recusa terminantemente a discutir o problema, como se nada existisse - lamentou Ronaldo.
O movimento grevista da UEPB, de acordo com o senador, tem como fundo a reivindicação salarial, "justa e imprescindível", pois se trata da instituição pública de ensino superior que apresenta os mais baixos salários do Brasil. Um auxiliar de ensino daquela universidade recebe R$ 272,00 mensais, atingindo um teto de cerca de R$ 2.600,00 quando se torna titular, portador do título de doutor e dedicação exclusiva à universidade, afirmou.
Em conseqüência da intransigência do governador, disse Ronaldo, mais de 28 mil vestibulandos e 12 mil formandos estão sendo prejudicados pela suspensão das atividades seletivas e acadêmicas da UEPB.
Ronaldo Cunha Lima destacou ainda que, além da greve na sua principal universidade, a Paraíba sofre "significativa depressão econômica" que atinge algumas das suas cidades, como Campina Grande, Guarabira, Sousa, Catolé do Rocha e Lagoa Seca, nas quais a atividade estudantil representa geração de riqueza e emprego relevante para suas comunidades.
A série de greves que têm caracterizado o sistema universitário público brasileiro, tanto sob responsabilidade do governo federal como de governos estaduais, "atinge a todos", segundo o senador:
- Todos somos atingidos. São muitos os amigos, quando não alguns de nós mesmos, que temos nossos filhos, sobrinhos, ou mesmo netos, envolvidos no turbilhão dos calendários diferidos, causando sérios prejuízos à regularidade de sua vida escolar e impactos na vida de suas famílias, que são obrigadas a alterar sua programação de atividades - protestou o senador.
25/02/2002
Agência Senado
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