Ruben Figueiró questiona leilões do governo para rodovias e ferrovias



O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) disse nesta quinta-feira (22) que está preocupado com os leilões de obras de infraestrutura nos setores rodoviário e ferroviário. Em seu pronunciamento, o senador chamou a atenção para os reiterados alertas dos empresários sobre a possibilidade de fracasso e a falta de interessados no investimento que, segundo ele, podem prejudicar o processo de crescimento da economia brasileira nas próximas décadas.

O parlamentar ressaltou que o pacote anunciado para o setor prevê investimentos de R$ 91 bilhões para a implantação de dez mil quilômetros de ferrovias, mas, até o momento, apenas uma das dez concessões previstas poderá de fato ser concluída: o trecho de 480 quilômetros entre Açailância, no Maranhão, e Vila Conde, no Pará.

Leilões atrasados

No caso das rodovias, o mesmo poderá ocorrer, alertou Figueiró, pois todos o leilões estão atrasados. Apenas dois podem acontecer, na BR-050, entre Brasília e Santos; e na BR-262, que sai de Vitória, no Espírito Santo, e termina em Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

De acordo com o senador, o governo ainda não conseguiu definir o modelo de gestão que deve ser adotado neste ambiente de negócios.

– Há muitas dúvidas, do ponto de vista técnico, sobre os reais valores de investimentos e a consequente taxa de retorno. O governo precisa vender confiabilidade, sendo mais transparente e determinado – afirmou.

Para o senador, o governo ainda se encontra preso a dogmas ideológicos, e há quase uma "obsessão" em negar a realidade, uma "birra infantil" em não querer notabilizar o processo de privatização "porque isso vai contra tudo aquilo que o PT pregou nas últimas campanhas presidenciais".

– Sem a participação maciça da iniciativa privada, não haverá retomada de investimentos de grande monta no Brasil nos próximos anos – disse.

Na avaliação de Figueiró, a sociedade brasileira está suficientemente madura para compreender que o importante na economia são os resultados socioeconômicos com benefícios diretos e indiretos à população e não o rótulo que embala esse processo.

Ruben Figueiró lembrou que experiências históricas demonstram que a parceria entre a iniciativa privada e os governos promovem o desenvolvimento de grandes obras. Ele acrescentou que o Brasil "está atrasado", pois o melhor momento da nossa economia ocorreu há três anos e advertiu que a privatização "enfrenta os humores da crise mundial".

– O governo acerta no diagnóstico e aponta corretamente no rumo das soluções dos nossos problemas de infraestrutura. Mas erra solenemente na hora da execução, ficando perdido, em meio a picuinhas ideológicas - resumiu.



22/08/2013

Agência Senado


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