Ruben Figueiró questiona contratação de médicos cubanos



O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS), em pronunciamento nesta segunda-feira (26), classificou como "duvidoso e nem um pouco transparente" o acordo que permitiu a contratação de médicos cubanos para as vagas não preenchidas por brasileiros no programa Mais Médicos. Em sua avaliação, a medida é paliativa e destinada a populismo eleitoral, e merece ser questionada quanto à falta de comprovação de formação dos médicos e aos aspectos trabalhistas do exercício profissional.

-- O que a sociedade brasielira pensa sobre esse verdadeiro escambo humano? -- indagou.

Figueiró se declarou favorável ao Mais Médicos, mas ressaltou críticas feitas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que manifestaram temor de que os cubanos sejam submetidos a uma espécie de trabalho escravo - em convênios com outros países, o governo cubano teria retido até 80% dos salários dos médicos. Ele lembrou que, em 8 de julho, o governo tinha anunciado ter desistido da vinda dos cubanos ao ter ouvido as reclamações da classe médica brasileira - o que, para Figueiró, foi um "recuo estratégico".

-- Não é desse jeito que se constrói credibilidade -- lamentou.

O parlamentar, que cobrou investimentos a médio e longo prazo para o setor de saúde, ainda expressou dúvidas sobre a formação dos médicos cubanos e a possibilidade de que venham a praticar ações contrárias ao "espírito democrático" brasileiro.

Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) propôs questionar a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sobre o acordo, e questionou a experiência efetiva dos médicos cubanos para trabalhar em condições adversas em país estrangeiro.

Róger Molina

Ruben Figueiró cumprimentou a senadora Ana Amélia (PP-RS) por seu discurso sobre a operação que trouxe o senador boliviano Róger Pinto Molina ao território brasileiro. Ele opinou que não existe o princípio da reciprocidade entre o Brasil e muitos países da América Latina e disse suspeitar que tenha havido alguma forma de cumplicidade entre os dois países para que a caravana de carros diplomáticos pudesse percorrer 1.600 quilômetros sem ser percebida pelas autoridades da Bolívia.

-- As coisas aconteceram mediante um acerto de cuja origem não vamos conhecer as origens, mas que houve, houve.

Ana Amélia, em aparte, alertou que o Brasil não pode ser submisso diante de "algumas lideranças regionais" e que a diplomacia brasileira deve rejeitar a preponderância das ideologias.



26/08/2013

Agência Senado


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