Sai acordo contra intermediários do PAC
Representantes das centrais sindicais, do governo e dos empresários da construção civil chegaram ao um acordo nesta quinta-feira (31), durante reunião no Palácio do Planalto, para que a contratação de trabalhadores para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deverá ser feita por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine). O objetivo é acabar com a ação dos agenciadores de mão de obra – os chamados “gatos” – que atuam em maior escala no segmento da construção civil.
Para isso, o governo deverá estruturar as agências do Sine, braço do Ministério do Trabalho e Emprego, a quem caberá a oferta de vagas para os trabalhadores que buscam oportunidades neste segmento da economia nacional. O acordo foi um dos itens acertados, durante a reunião em Brasília, intermediada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, que incluiu adiantamento do reajuste de 5% previsto para abril, folgas e passagens aéreas para que os operários possam visitar suas famílias.
“A reunião que aconteceu hoje [quinta-feira, 31] pela manhã teve dois pontos importantes: o fim dos gatos e a questão da qualificação profissional. Além disso, deixamos para os empregadores uma pauta composta de 15 itens”, informou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.
Uma nova reunião no Palácio do Planalto ficou agendada para o dia 14 de abril. Para os sindicalistas a expectativa é de novos avanços nas próximas semanas.
De acordo com o líder sindical, esta questão deve valer para todas as obras em curso no país, sejam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou empreendimentos privados. Artur Henrique explicou que muitas cidades estão recebendo milhares de trabalhadores e não se encontram devidamente preparadas. Ele disse que apenas o município de Jaci Paraná, no estado de Rondônia, que fica a 30 quilômetros do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, viveu a expansão da oferta de emprego e não estava preparado para receber cerca de 25 mil operários.
As mobilizações dos trabalhadores em Jirau e na Usina Hidrelétrica Santo Antônio, obras em curso no rio Madeira, também foram tratadas na reunião que aconteceu no Palácio do Planalto. Segundo o presidente da CUT, o impasse no canteiro da usina Santo Antônio está próximo de ser resolvido. No encontro com representantes da Odebrecht foi oferecido aumento salarial de 5% a título de antecipação do dissídio previsto para maio; aumento da cesta básica de R$ 110,00 para R$ 132,00; volta para casa a cada três meses de trabalho com ônus para o consórcio Santo Antônio em passagens de avião e ônibus (quando necessário); opções de outros planos de saúde e mudança do cartão BIG Card, já que o comércio cobra ágio de 20% na utilização deste cartão.
“Teremos assembleia amanhã (1/4) ou na segunda-feira (4/4) com indicativo para o fim da greve”, explicou o presidente da CUT.
Já a solução para a paralisação no canteiro da Usina de Jirau, segundo o sindicalista, vai demorar a acontecer. Artur Henrique disse uma reunião estava programada para a tarde desta quinta-feira (31), em Porto Velho (RO), para estabelecer um canal de negociação entre os operários e a empresa que toca as obras. Lá houve conflito com destruição de alojamentos e restaurantes.
Mais cedo, o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ao deixar o Palácio do Planalto, acusou práticas de torturas no canteiro de obras da Usina São Domingos, em Águas Claras, Mato Grosso do Sul. Torres mostrou fotos de supostos trabalhadores agredidos. Além disso, o sindicalista informou que existe atrito entre trabalhadores e seguranças de Jirau; o mesmo foi apontado pelo presidente da CUT. Ambos querem que o consórcio “pare com o empurra empurra”.
Fonte:
Blog do Planalto
Agência Brasil
31/03/2011 21:32
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