Santos defende reforma tributária a médio prazo



O senador Ricardo Santos (PSDB-ES) afirmou nesta segunda-feira (dia 19) que é possível realizar uma reforma tributária sem restringir as escolhas a duas soluções extremas: manter o que já existe ou partir para o "ideal tributário". Para Santos, é preciso, a médio prazo, buscar um sistema tributário mais racional, com menor número de tributos, mais justo socialmente, com menor carga tributária sobre os assalariados e os mais pobres, e menos oneroso para o sistema produtivo.

Santos lembrou que a proposta de emenda constitucional (PEC) 175, de autoria do Poder Executivo e que trata da reforma tributária, já está tramitando no Congresso Nacional há quase seis anos, apesar de todos concordarem com a sua prioridade. "Entendemos que reescrever de uma única penada um código tributário não tem precedentes em ambiente democrático, no Brasil ou no exterior", reconheceu o senador. "Ou seja, trata-se de uma sistemática que desconhece a natureza normalmente evolutiva das instituições públicas e, em particular, dos sistemas tributários".

Segundo o senador, o Brasil pratica níveis exagerados de tributação sobre o consumo, o que traz como conseqüência a perda de funcionalidade do próprio sistema tributário, gerando também o incentivo à sonegação desses mesmos impostos e contribuições. Santos defendeu a redução dos impostos sobre o consumo para apenas dois: um imposto sobre valor adicionado em nível estadual e um imposto seletivo sobre o consumo, de âmbito federal. Ele ainda sugeriu a elevação da arrecadação do imposto sobre a renda da pessoa física por meio do aumento do número de contribuintes, do alcance mais efetivo da renda do capital e da ampliação da base do imposto.

- Estamos, obviamente, falando de uma maior participação dos rendimentos provenientes do capital ou segmentos mais abastados da sociedade na composição da receita do imposto de renda, podendo-se com isso reduzir gradativamente a carga tributária média sobre os mais pobres e sobre os assalariados, através da menor incidência do imposto sobre o consumo e do próprio imposto de renda sobre os assalariados, que hoje respondem pela maior parcela da arrecadação desse imposto - explicou Santos.

19/03/2001

Agência Senado


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