SÃO FRANCISCO DEVE SER REVITALIZADO ANTES DA TRANSPOSIÇÃO, DIZ MARIA DO CARMO



A transposição do Rio São Francisco só deve ser pensada depois de executado um programa que garanta a revitalização do rio. Essa é a opinião da senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE), que defende a adoção de critérios técnicos, antes de argumentos políticos, para balizar as decisões sobre o "Rio da Integração Nacional".
- Se formos pelo critério político, está tudo acabado. A briga toda deveria estar sendo para revitalizar o São Francisco, não para transpor. Isso tem sido dito por todos os técnicos, por todo mundo. Depois de revitalizado, de regularizado, então nós vamos dar água para quem precisa - afirmou a senadora, que ressalta a situação de penúria do rio.
Maria do Carmo condena a controvérsia criada entre os estados do Nordeste banhados pelo São Francisco e os que não são. Segundo ela, não interessa a Sergipe negar socorro aos demais estados, pois o Nordeste "só conseguirá ser forte se todos os estados forem fortes".
- Esse clima é péssimo. Devemos ter equilíbrio de forma a não prejudicar os estados que são banhados pelo rio nem os estados que necessitam das águas. Mas o governo começa a colocar um contra o outro. O próprio governo deveria chamar todas as bancadas, explicar o projeto e ouvir os parlamentares - afirmou, lembrando os graves problemas que a falta d"água traz para o povo e a economia de Pernambuco e da Paraíba.
A senadora esclareceu que, caso a transposição não seja feita de uma maneira criteriosa, a parte mais pobre do Nordeste, Alagoas e Sergipe, sairá prejudicada. Na sua opinião, em uma comparação com os demais estados cortados pelo rio (Minas, Bahia, Pernambuco e Alagoas), Sergipe será mais afetado, pois é um estado pequeno, sem muitas opções de desenvolvimento.
Maria do Carmo se diz ainda "profundamente contrária" à privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Ela reagiu à iniciativa do governo federal, que mandou fazer um estudo para dividir a empresa em quatro, de forma a facilitar a venda- Em lugar nenhum do mundo o uso da água é de domínio particular e sim de domínio público. Na revitalização, os donos das quatro empresas vão se reunir, querer investir no rio? Empresário não vai estar preocupado com isso. Fica inviável. Estamos desconhecendo essa realidade - criticou.

13/12/1999

Agência Senado


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