MARIA DO CARMO ALERTA PARA PERIGOS DA TRANSPOSIÇÃO DO S. FRANCISCO
A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) alertou, nesta segunda-feira (dia 24), para a possibilidade da morte do rio São Francisco caso a transposição de suas águas seja feita "a qualquer preço", sem a devida atenção a estudos de impacto ambiental, viabilidade técnico-econômica, inserção regional e cartografia.Maria do Carmo, que participou de uma reunião do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, com a bancada de Sergipe, para tratar do assunto, disse que o projeto somente ficará pronto no decorrer do semestre, mas, pelas discussões preliminares, não parece contemplar todos os aspectos essenciais. "A reunião não serviu para acalmar minhas preocupações. Até pelo contrário", enfatizou.Para a senadora por Sergipe, não se trata de ser contra ou favor do projeto. "Estou convencida de que existem saídas tecnicamente viáveis que podem atender tanto aos estados banhados pelo São Francisco, como Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, quanto aos estados do Nordeste Setentrional como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, que já chegaram à exaustão de seus parcos recursos hídricos e precisam do rio para sua sobrevivência".Maria do Carmo citou duas ações que considera inadiáveis: o reforço da vazão da calha central do rio e um permanente projeto para sua revitalização. "O próprio São Francisco tem afluentes que podem socorrê-lo, além de afluentes do Tocantins e do Paraná. Com planejamento racional das obras para transposição dessas águas para a calha central do São Francisco, poderíamos acrescentrar um volume superior a 1000 metros cúbicos por segundo, resultando na triplicação do potencial irrigável da bacia", garantiu.Na avaliação da senadora, essas obras de reforço teriam que ser acompanhadas de ações para revitalização do rio, tais como o reflorestamento das margens, a imediata correção da erosão e as dragagens corretivas para assegurar a navegabilidade. "Sem projetos básicos, a transposição das águas do São Francisco pode virar o maior crime já cometido contra os nordestinos. Seguir pelo caminho correto, seria uma obra para imortalizar seus autores".
24/01/2000
Agência Senado
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