São Paulo lança campanha e apresenta tecnologia inédita para localizar crianças desaparecidas
Programa de Progressão de Idade em 3D permitirá saber como está hoje a fisionomia de uma criança desaparecida há anos
O Governo do Estado de São Paulo lançou nesta sexta-feira, 25, o programa “São Paulo em Busca das Crianças e dos Adolescentes Desaparecidos”. Duas ações são destaques na iniciativa: uma tecnologia inédita que permite saber como está a fisionomia de uma criança desaparecida há anos e a conscientização sobre a denúncia, que não precisa aguardar 24 horas para ser feita por meio de Boletim de Ocorrência.
O governador Geraldo Alckmin assinou decreto que estabelece 25 de maio como o Dia Estadual da Criança Desaparecida. A data faz referência ao caso Etan Patz, de 6 anos, que desapareceu no dia 25 de maio de 1979 a caminho da escola nas ruas de Nova York, nos Estados Unidos, e nunca foi encontrado. O decreto assinado pelo governador também criou a Comissão Permanente da Criança e Adolescente Desaparecido, envolvendo as secretarias estaduais de Segurança Pública, Justiça e Defesa da Cidadania, Direitos das Pessoas com Deficiência, Desenvolvimento Social, Educação e Saúde.
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Alckmin apresentou dados sobre a localização de crianças desaparecidas no Estado. Em 2010 foram encontrados 74,8% dos desaparecidos; no ano passado, 79%. “Queremos reduzir ao mínimo o número de crianças e jovens desaparecidos e faremos todo o esfoço para reencontrarmos. Não vamos desistir de ninguém”, disse o governador, que acrescentou: “não pode haver nada mais cruel do que a dor desta ausência”.
Software
Uma das ações mais importantes do programa apresentado nesta sexta-feira foi o lançamento da tecnologia de progressão de idade em 3D, da Polícia Civil. Um software desenha os rostos em alta definição das crianças e adolescentes desaparecidos, a partir do Banco de Imagem do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e permite saber como eles estão hoje.
Realizada pelo Setor de Arte Forense da Polícia Civil, a Progressão de Idade em 3D é inédita no Brasil. Ela usa as técnicas de estudos de hereditariedade e comparação com parentes de primeiro grau da vítima para projetar de forma fidedigna como uma criança desaparecida há anos está atualmente. “Entre as crianças que desaparecem, 5% são adotadas e por isso não podemos usar o DNA para ajudar nas buscas. A foto continua sendo uma ferramenta fundamental, por isso, precisamos de imagens atualizadas”, afirmou Linamara Rizzo Battistella, secretária da pasta dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Denúncia
O Governo do Estado busca também esclarecer alguns pontos amplamente difundidos mas que nem sempre correspondem à verdade, como a suposta necessidade de esperar 24 horas para registrar o Boletim de Ocorrência. Essa recomendação não existe e atrapalha o trabalho da polícia. Segundo o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, a providência da polícia deve ser imediata. “É muito importante comunicar imediatamente, seja pela Delegacia Eletrônica, através das viaturas da Polícia Militar, pelo 190 ou pessoalmente nas delegacias de polícia”, orientou. Quanto mais rápido for o aviso, maiores são as chances de resgate.
Para mais informações, acesse o site do "Programa São Paulo em busca das crianças e adolescentes desaparecidos".
Do Portal do Governo do Estado
05/25/2012
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