Sarney: "Aqui é o lugar onde o povo pode questionar tudo, inclusive o próprio Parlamento"



Na sessão solene que o Congresso Nacional realizou nesta quinta-feira (13) para celebrar os 180 anos do Poder Legislativo, o presidente do Senado, José Sarney, fez um emocionado discurso explicando que o Brasil foi construído não em batalhas campais, mas dentro do Parlamento. Ele afirmou que no Congresso se faz a história do Brasil e que no Parlamento o povo pode questionar tudo, inclusive o próprio Parlamento.

Sarney foi o mais aplaudido dos oradores da solenidade e, antes de encerrar seu discurso, chamou um a um, -com os olhos do tempo-, renomados homens que fizeram o Legislativo. Entre eles, José Bonifácio, Diogo Feijó, Duque de Caxias, Princesa Isabel, José de Alencar, Joaquim Nabuco, Prudente de Morais, Aliomar Baleeiro, Franco Montoro, João Amazonas, Luiz Vianna Filho, Milton Campos, Nelson Carneiro, Pedro Aleixo, Talhes Ramalho, Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.

Sarney disse que nossa história é a história de homens que defenderam o povo brasileiro. Ele celebrou o fato de o Brasil ter começado instalando uma assembléia constituinte e construindo instituições civis que se solidificaram ao longo de sua história. Disse que o Congresso é uma Casa acima do tempo e que é dentro do Parlamento que encontraremos todas as soluções para nossos problemas.

- Aqui, com a simples força das palavras e das idéias, foi sendo construída, pela lei, nossa nação - afirmou.

O presidente do Senado observou que aqueles legisladores discutiam liberdade de imprensa quando o Brasil não tinha prelo nem imprensa, debatendo também as prerrogativas da magistratura quando o país ainda não tinha Justiça.

- Lembrou que eles deliberavam que ninguém podia ser preso a não ser em flagrante delito, quando o canhão estava à porta - recordou Sarney, acrescentando que aqueles constituintes discutiam liberdade intelectual quando o poder absoluto e total ainda era de Portugal.

Com essas inovações, Sarney disse que construímos um país diferente com -a idéia da unidade nacional, de que éramos, e somos, um só país, irmanado num desejo de fraternidade e de superação das diferenças-. Outro elogio de Sarney contemplou a generosidade daqueles constituintes.

- A primeira matéria que os parlamentares resolveram discutir foi o projeto da anistia, da conciliação, da consideração entre nativos e adotivos. Nas memórias, nos anteprojetos de lei preparados para apresentação à Constituinte, a idéia do bem comum é o problema dominante. Idéia que, em suas várias faces, permaneceu e permanecerá no imaginário brasileiro - afirmou.



13/11/2003

Agência Senado


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