Sarney diz que PMDB não pode deixar de apoiar o presidente Lula



"Já que o PMDB apoiou todos os presidentes, não pode deixar de apoiar o presidente Lula", afirmou o presidente do Senado, José Sarney, no início da tarde desta quarta-feira (10), algumas horas depois da reunião em que o PMDB resolveu realizar convenções estaduais para decidir se deve continuar apoiando ou não o governo.

Ao argumentar que o partido não pode abandonar Luiz Inácio Lula da Silva, Sarney disse que o presidente da República é um operário, que ganhou a eleição para fazer um governo de inclusão social, o que está fazendo.

- Esta é uma bandeira do PMDB e nós não podemos deixar, de nenhuma maneira, de apoiar um presidente que está sintonizado com as bandeiras do PMDB. Lula está fazendo um governo bom, voltado para as causas sociais. O governo está dando tranqüilidade para o país. O país hoje está muito mais distensionado do ponto de vista social. 

O presidente do Senado também disse não acreditar que seu partido venha a sair do governo. Mas afirmou ter estranhado, na reunião realizada de manhã, a decisão de realizar convenções estaduais, sem que esse assunto estivesse na pauta de convocação do encontro.

- Este item não estava no edital, pelo menos quando me convocaram. E eu achei que, não sendo eu da comissão executiva, aquele assunto deveria ser discutido na comissão executiva. Também acho que uma decisão dessa envergadura não pode ser tomada assim no prazo de 20 dias.

Indagado por um repórter sobre se o partido está rachado, Sarney afirmou que o PMDB sempre foi assim.

- Isso é a democracia interna do partido. Tanto assim que, no próprio estatuto do partido, se assegura o direito de divergência e a existência de grupos de opinião.

A questionamento sobre a hipótese de essa divisão interna relacionar-se com a proposta de emenda à Constituição que permite a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, o presidente do Senado observou que a divergência não tem nada a ver com a reeleição, mas com "as cicatrizes da luta das eleições municipais".

- Eu acho que hoje o que ocorreu, realmente, foi uma luta entre grupos de uma reunião de uma só corrente: a que quer tentar ver se o PMDB sai do governo. Eu acho que, na convenção do dia 12, teremos a opinião de todos os estados brasileiros.  

Para Sarney, a proposta de desligamento do partido do governo não sinaliza a antecipação do início da corrida presidencial para 2006.

- Eu acho que não, porque o PMDB não tem nenhum candidato para colocar na disputa em 2006. Eu acho que aqui existem dois grupos. Um que deseja que o partido continue apoiando o governo e outro que deseja que o partido vá para a oposição e apóie o PSDB.

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10/11/2004

Agência Senado


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