Sarney diz que Senado está aberto para debater proposta da Previdência
Acompanhado do 1º vice-presidente da Casa, senador Paulo Paim (PT-RS), o presidente do Senado, José Sarney, recebeu nesta terça-feira (19) o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, que veio pedir a aprovação das mudanças não aceitas pela Câmara na proposta de reforma da Previdência Social. Sarney disse que a Casa está sempre aberta ao debate.
Marinho disse que a CUT quer discutir especialmente a regra de transição, taxação dos inativos, teto salarial e a necessidade de garantir, de fato, a inclusão previdenciária dos 40 milhões de excluídos.
- Há pontos importantes já resolvidos, mas o Senado precisa também deixar sua marca, até porque não é um departamento de homologação do que decide a Câmara, como quer o governo - disse ele.
Tanto Sarney quanto Paim disseram ao presidente da CUT que o trâmite da matéria no Senado é diferente do realizado na Câmara e que o mais importante agora é agir junto à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), levando suas posições e suas idéias de emendas.
Marinho disse que a CUT cumprirá esse roteiro, até para que não perdure a impressão de que a Câmara debateu tudo à exaustão e resolveu todos os problemas da proposta.
- Não faço essa distinção de a Câmara ser a Casa do Povo e o Senado não ser a Casa do Povo, até porque senadores também precisam de votos. Aqui também o povo deve ter voz. Na Câmara também houve o interesse dos governadores, pressionando para não atenderem nossas reivindicações. Com os altos salários, a Câmara já foi bastante complacente, agora falta proteger-se os baixos.
Paim disse que viu com simpatia a audiência, identificando nela boa vontade para o diálogo e a negociação.
- Eu participei de uma discussão no Plenário e houve a intervenção de oito senadores, todos dizendo que vão ouvir a sociedade, vão dialogar e vão mexer na proposta vinda da Câmara. Eu estou convencido de que o Senado há de alterar essa proposta - disse Paim.
19/08/2003
Agência Senado
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