Sarney elogia governo pela volta da Sudam e da Sudene



Em discurso no Plenário, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), elogiou o governo, nesta segunda-feira (07), pela reestruturação das Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Amazônia (Sudam), compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, está prestes a cumprir. Ele considerou um equívoco a extinção desses dois organismos no governo passado.

- Protestei contra a extinção da Sudene e da Sudam, anunciadas como uma medida de moralidade. Se havia distorções, elas não ocorriam somente na Sudene e na Sudam. Elas ocorriam no turismo, no reflorestamento, na pesquisa científica, na informática, no esporte, na exportação. É necessária a apuração de todas as fraudes, desvios e apropriações criminosas, a avaliação do modelo e o exame de toda a legislação e, para isto, de nada adiantou acabar com os órgãos - disse.

Na opinião de Sarney, o grande problema brasileiro que precisa ser urgentemente enfrentado é a concentração de renda, entre pessoas e regiões, que cresce a cada dia. Ele mencionou estudos sobre a década de 90, reveladores de que nunca esse processo foi tão veloz. E lastimou que, nesse quadro de debilidade política e econômica, tenham acabado com a Sudene e a Sudam.

O presidente do Senado também sublinhou que o país sempre encarou os problemas do Nordeste e da Amazônia como problemas regionais, quando são nacionais. Depois de sustentar que o segredo de desenvolvimento dos Estados Unidos foi sua expansão e democratização, Sarney afirmou que, no Brasil, quando se falou em criar pólos de desenvolvimento fora do Centro-Sul, a reação sempre foi brutal.

- Basta constatar que até hoje não conseguimos descentralizar o desenvolvimento. Quando se pensou na Ferrovia Norte-Sul foi um Deus nos acuda. Juscelino, ao abrir a Belém-Brasília, uma estrada tecnicamente franciscana, foi combatido como o construtor da -estrada das onças-. Não é por acaso que os gasodutos que se constroem são todos eles na direção sul - disse.

Sarney repetiu ainda o que vem afirmando ao longo dos últimos anos: -é preciso repensar o Nordeste e o Norte-.

- A Sudene e a Sudam devem ser retomadas agora com uma face nova. O Brasil mudou, mudaram as visões mundiais - afirmou.

Os senadores Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) e Mão Santa (PMDB-PI) apartearam Sarney para elogiar seu discurso.



07/07/2003

Agência Senado


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