Sarney homenageia Euclides da Cunha



O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), prestou homenagem ao escritor Euclides da Cunha, no centésimo aniversário de sua morte, lembrado com a realização de uma sessão especial nesta terça-feira (18). Em discurso lido pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), Sarney analisa a obra prima do escritor, o livro Os Sertões, comparando-o a uma sinfonia e ressaltando a capacidade de Euclides de, a um só tempo, descer ao detalhe e se manter "no vôo alto".

- Ainda hoje quem abrir este livro logo sentirá a atração do vórtice que nos arrasta ao desespero das páginas finais, o coração se acelerando até se dilacerar - disse.

Sarney ressaltou que em Os Sertões há não só a sabedoria da construção metafórica, mas também o verso puro assinalado em decassílabos e alexandrinos perfeitos ou em linhas encadeadas. Ao mesmo tempo, observou, o escritor pretende ter a distância e a frieza do cientista e aplicar o método científico ao descrever o cenário em "A Terra" e o personagem em "O Homem", somente depois passando à história da campanha de Canudos em "A Luta".

- Os Sertões não tem a força da acusação, tem a força dos fatos. Não é um processo como o J'Accuse, não pretende reverter a história, derrubar o sistema político: ele é o legista que descreve o cadáver, mexe nas vísceras, identifica os ferimentos, determina a causa mortis. Expõe o crime - afirmou.

18/08/2009

Agência Senado


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