Sarney lembra Clóvis Bevilácqua



O senador José Sarney (PMDB-AP) lembrou nesta segunda-feira (9) os 150 anos de nascimento de Clóvis Bevilácqua. Na última semana, o Congresso Nacional realizou sessão solene em homenagem ao jurista, destacando seu papel na história do Direito brasileiro. Bevilácqua, que nasceu em 4 de outubro de 1859 e faleceu em 1944, aos 84 anos, foi responsável pela elaboração do Código Civil, que vigorou de 1916 a 2002, e autor de mais de 30 obras.

Em seu pronunciamento, José Sarney destacou a vida humilde e franciscana de Bevilácqua e de sua esposa, Dona Amélia, no Rio de Janeiro, onde era reverenciado por estudantes e profissionais de Direito, acadêmicos e amigos. Natural da Viçosa (CE) e professor da Universidade Federal do Recife, o jurista passou na capital fluminense, de acordo com o senador, a parte mais significativa de sua vida.

O senador também destacou o desapego de Beviláqua pelos bens materiais.

- Clóvis Beviláqua tinha como característica um grande desapego pelo dinheiro. Seus pareceres, que podiam ser dados por amizade, custavam no máximo um conto de réis, decidindo às vezes causas de milhões e milhões de contos - disse.

Sarney também contou que, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Bevilácqua renunciou à "condição de imortal" quando sua esposa, Amélia Bevilácqua, que possuía vasta produção intelectual, teve sua candidatura a uma cadeira recusada sob o argumento de que o regimento da ABL não permitia a participação de mulheres.

- O casal era uma referência na vida carioca. Sempre descendo juntos do bonde do Andaraí e visitando as livrarias do centro do Rio de Janeiro - disse.

O projeto do Código Civil, prosseguiu o senador, encomendado pelo então presidente Epitácio Cafeteira, foi entregue em seis meses e superou as obras iniciadas por Teixeira de Freitas e Nabuco de Araújo. Sarney contou que Bevilácqua atravessou com serenidade o período de intensas críticas que se seguiram, sem alterar sua rotina de "dedicação incansável ao universo jurídico" - somente Ruy Barbosa teria escrito milhares de páginas apenas para criticar os erros de português da obra.

- Ser o autor do Código Civil, esse monumento que, por tantos anos, iluminou o Direito brasileiro não alterou a rotina do professor e do jurisconsulto; não alterou, sobretudo, a sua trajetória humana, a grande figura humana que ele foi - disse.



09/11/2009

Agência Senado


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