Sarney promete manter independência, autonomia e dignidade do Senado
Logo após assumir pela terceira vez a Presidência do Senado, o senador José Sarney (PMDB-AP) prometeu, nesta segunda-feira (2), manter "a independência, a autonomia e a dignidade" da Casa. Ele ressaltou o caráter colegiado do comando do Senado, com a participação da Mesa e do Plenário, e pediu a todos os senadores que não sejam "avarentos" nos conselhos destinados a aperfeiçoar a sua gestão.
- Tenho deveres de amizades, deveres partidários e deveres políticos. Mas não será com o Senado que resgatarei qualquer dever de amizade, político ou partidário. Acima de tudo isso, estão a independência, a autonomia, a dignidade e os grandes interesses de nossa Casa. Que o Senado tenha a certeza de que reafirmaremos nossa independência e exigiremos cada vez mais respeito à nossa instituição - disse Sarney.
Ao agradecer os votos que o elegeram presidente, o senador reafirmou sua paixão pela vida pública. Ele observou que esse sentimento só foi dividido, ao longo de sua vida, com a paixão pela literatura - ele escreveu mais de 60 obras, como relatou ao Plenário, e é atualmente o decano da Academia Brasileira de Letras.
Além de registrar sua gratidão pelos senadores que o elegeram para a Presidência, Sarney homenageou os senadores que votaram no candidato Tião Viana (PT-AC), a quem classificou como "merecedor da admiração, do carinho e do respeito" de todos os colegas. Agradeceu ainda a Deus pelo destino que lhe reservou.
Primeiro senador a cumprimentá-lo durante o pronunciamento, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) disse sentir-se homenageado com a mensagem de Sarney aos que haviam votado em Tião Viana. Ele afirmou que o novo presidente do Senado poderia contar com o apoio de seu partido.
O líder do DEM, senador José Agripino (RN), também cumprimentou Sarney, que poderá ser, na sua opinião, "o intérprete do Congresso" na construção de "caminhos de saída da crise econômica". Por sua vez, o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), manifestou sua intenção de trabalhar por uma "agenda positiva" no Senado, destinada a ajudar o país a enfrentar a mais grave crise econômica da história.
Em nome do PTB, o líder do partido, senador Gim Argello (DF), observou que o Brasil precisa de alguém com a "sabedoria" de Sarney para conduzir o Congresso Nacional em um momento de crise internacional . Da mesma forma, o líder do PR, senador João Ribeiro (TO), considerou Sarney preparado para liderar a Casa em tempo de dificuldade.
Por sua vez, o líder do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), afirmou que o novo presidente dispõe de "equilíbrio, firmeza e competência" para conduzir o Senado diante da "grave crise econômica e da carga emocional das eleições presidenciais" de 2010. O líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), disse, por sua vez, que Sarney poderá contar com o apoio de sua bancada na gestão que se inicia.
02/02/2009
Agência Senado
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