Sarney recebe manifesto contra desarmamento



Representantes de 56 entidades que lutam contra a violência e pela aprovação do Estatuto do Desarmamento foram recebidos nesta terça-feira (11) pelo presidente do Senado, José Sarney, a quem entregaram um manifesto. Acompanhando o grupo, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) saiu otimista do encontro.

- Isso significa que, a cada dia, avançamos mais no rumo da aprovação da restrição à venda e ao uso da arma de fogo - disse ele.

De acordo com Calheiros, Sarney mostrou sensibilidade e disposição de ajudar, o que indica que, até o final do mês, o estatuto estará aprovado praticamente na forma em que foi votado anteriormente no Senado. O senador também afirmou que, se for necessário, pedirá urgência para a deliberação da matéria em Plenário.

- Mas, para pedirmos urgência, é fundamental que tenhamos um acordo de mérito. Como não há ainda esse acordo e há tempo suficiente para a matéria ser votada, não vemos nenhuma razão para pedir urgência. Está tudo caminhando muito bem, as lideranças querem ajudar, o presidente da Casa quer ajudar. As expectativas são as melhores possíveis - disse.

O presidente da organização não-governamental (ONG) Viva Rio, Rubem César Fernandes, falou com o mesmo otimismo da reunião com Sarney. Disse que o presidente do Senado expressou o desejo de ver o estatuto aprovado e de recuperar alguns dispositivos do texto, como a marcação de uma data para o referendum sobre o fim do comércio de armas.

Fernandes também disse que Sarney demonstrou concordância com alguns pontos do texto que foram melhorados na Câmara, como o controle dos corretores de armas, os chamados brokers, e a questão da marcação da munição, que o presidente da Viva Rio define como importante instrumento para que se possa rastreá-la.

- O controle da munição é importantíssimo, isso está na proposta da Câmara e a gente obteve do presidente do Senado uma manifestação de que é de fato um avanço - disse.

Fernandes também anunciou que conversará com o senador César Borges (PFL-BA), relator da matéria no Senado, sobre a questão dos brokers. Ele explicou que estes são operadores que fazem compras casadas, as quais, no meio do caminho, podem cair na ilegalidade.

- Então é importante que, no mínimo, seja regulamentada a responsabilidade de quem atua nessas transações - observou.

Sobre a marcação da munição, Fernandes disse que a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) alega ser isso impossível, mas na verdade já produz e exporta munição marcada para a Colômbia, cuja legislação faz essa exigência. Ele lembrou que -a arma sem munição não é nada-, frisando que, por isso, é tão importante rastrear a munição.

- Por que o que é bom para a Colômbia não é bom para o Brasil? - indagou o presidente da Viva Rio.



11/11/2003

Agência Senado


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