Sarney: reforma da Previdência será a possível e não abalará o país



Durante café da manhã oferecido nesta quarta-feira (18) a jornalistas que trabalham na cobertura do Legislativo, o presidente do Senado, José Sarney, disse que, das reformas propostas pelo governo Lula, a mais difícil será a da Previdência, por ser a de maior repercussão na vida da população. Sarney acha que, de todo o debate, sairá a reforma possível, não a ideal.

Ele explicou que toda reforma é resultado da realidade política e das forças que atuam no Congresso. E disse que, de outra forma, não seria uma decisão democrática, mas um édito do Executivo. Para Sarney, é exatamente essa a grande virtude da democracia - não se imporem soluções que não sejam tomadas com a participação e a aceitação da sociedade, por meio dos seus representantes.

Ele também disse que a função do Congresso é a de harmonizar os conflitos e as reivindicações que vão surgindo. -Não acredito que tenhamos a reforma ideal, nem que consigamos uma reforma que vá abalar profundamente o país-, avaliou Sarney. -Eu acredito que nós vamos encontrar soluções consensuais e que serão as soluções que o país pode suportar-.

O presidente do Senado também antecipou o que deverá ser a pauta de votações no Senado durante a convocação de julho. Deverá ser votada a proposta de reforma do Judiciário que, em sua opinião, há muitos anos é pedida pelo país, além de cerca de 40 medidas provisórias que estavam em vigor antes da emenda constitucional que mudou a forma de decisão desses textos legais.

Indagado sobre a hipótese de a CPI do Banestado paralisar os trabalhos do Legislativo, Sarney afirmou que não acredita que isso aconteça, mas reconheceu que -ela será, sem dúvida, um foco de muita tensão-. A CPI visa investigar remessas supostamente ilegais de US$ 30 bilhões para o exterior por meio do extinto Banco do Estado do Paraná (Banestado).

FHC

Sarney também foi indagado sobre as críticas que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez, na página do PSDB na Internet, ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do Senado respondeu que sempre silenciou sobre seus sucessores.

- Eu não posso falar sobre o que diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso porque, como ex-presidente da República, sempre fiquei muito silente sobre todos os meus sucessores, entre eles, o próprio Fernando Henrique Cardoso. Então, eu não me sinto à vontade para censurar ninguém - afirmou Sarney.



18/06/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Sarney corrige manchete do Jornal do Senado e diz que reforma da Previdência ainda será debatida

LÚDIO: REFORMA DA PREVIDÊNCIA É A POSSÍVEL

Sarney diz que CPI do Cachoeira será instalada o mais rápido possível

Juízes e promotores debatem a reforma da Previdência com Sarney

Sarney diz que reforma da Previdência poder ser promulgada em outubro

Reitores pedem a Sarney mudanças na reforma da Previdência