SATURNINO ALERTA PARA PERIGO DE EXPLOSÃO SOCIAL
O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) alertou, nesta terça-feira (dia 16), para o perigo de uma explosão social no país. Para ele, a política econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso privilegia os capitais internacionais, os banqueiros e os grandes empresários em detrimento das políticas sociais que poderiam beneficiar a população, gerando emprego e diminuindo as desigualdades sociais. "Essa situação não vai acabar bem", garantiu.Saturnino ressaltou que a verdadeira guerra travada na segunda-feira (dia 15) entre polícia e traficantes de drogas em Copacabana (bairro do Rio de Janeiro) não foi um episódio isolado. Lembrou que casos de violência estão acontecendo em todas as grandes cidades brasileiras e disse que não se pode culpar, apenas, os governadores estaduais, sejam os atuais ou aqueles que o precederam. Para combater essa situação de violência, o governo federal precisa destinar recursos substanciais e continuados, numa ação integrada, explicou.Para o senador, não se trata de organizar um ministério para cuidar da violência, porque mais estrutura burocrática não resolve.- Ao lado dos recursos maciços para combater a violência, o governo precisa cuidar do social, aumentando as oportunidades de emprego, principalmente entre os jovens, para que eles não optem por trabalhar para o tráfico de drogas. O governo federal demonstra alienação em relação às questões sociais, preferindo pagar em dia as parcelas da dívida interna e externa, para mostrar bom comportamento junto ao FMI - disse.Como exemplo do que se poderia fazer no plano social, Saturnino afirmou que uma mera redução de 0,5% nas taxas que o governo paga na rolagem das dívidas interna e externa liberaria bilhões de dólares que poderiam ser direcionados para programas sociais de combate à pobreza, geração de empregos, melhor atendimento na educação e na saúde e cerceamento da violência urbana.O senador observou que em relação à dívida interna essa medida só depende do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e que, no que diz respeito à dívida externa, "o governo precisaria se preocupar menos em agradar aos credores internacionais e usar o potencial da economia brasileira para exigir spreads menores".Em apartes, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Eduardo Dutra (PT-SE) afirmaram que o governo federal é omisso em relação às questões sociais.
16/05/2000
Agência Senado
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