BENEDITA ALERTA PARA PERIGO DA DENGUE
Ao saudar a posse do novo ministro da Saúde, José Serra, e sua determinação de começar sua gestão pelo combate à dengue no estado do Rio de Janeiro, a senadora Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que a atual epidemia de dengue poderia ter sido evitada, caso o trabalho do ex-ministro Adib Jatene, em l996, tivesse continuidade. "Na ocasião, o presidente Fernando Henrique Cardoso prometeu executá-lo, mas nada fez", enfatizou.
Para Benedita, em l996, mesmo com um repasse de apenas 20% da verba prevista de R$ 443 milhões, Jatene conseguiu evitar a situação de epidemia. A dengue parecia estar sob controle, devido à campanha de erradicação do mosquito Aedes Egypti. "Todos sabemos: sem política de prevenção,não pode haver combate à dengue".
Os alertas do ex-ministro foram desconsiderados e, como conseqüência,houve 226.912 casos de dengue, em 1997, e, no corrente ano, já foram registrados 100 mil novos casos, relatou Benedita. "O pior é que a dengue é apenas a ponta do iceberg para um problema muito maior, a febre amarela urbana, um problema gravíssimo de saúde pública que foi erradicado do Brasil há 76 anos".
"Como se trata de uma doença transmitida pelo mesmo mosquito, a presençada dengue indica que a febre amarela pode voltar a infestar nossas cidades", explicou. A senadora reiterou que não se cansa de fazer denúncias contra o descaso sobre o problema e de pedir a retomada da política preventiva da dengue.
Benedita elogiou a abordagem da imprensa sobre o assunto, citando um artigo recentemente publicado pelo Correio Braziliense intitulado 'Crônica de uma Epidemia Anunciada'. Segundo a senadora, as denúncias de nada adiantaram "porque faltou sensibilidade ao governo para identificar uma grave ameaça à saúde pública. Esperemos que Serra possa dar uma nova diretriz política ao Ministério da Saúde, garantindo que os recursos da CPMF (o imposto do cheque) sejam efetivamente gastos com os programas de saúde. Aliás, foi para essa finalidade que o Congresso aprovou sua criação e prorrogação", concluiu.
04/01/1998
Agência Senado
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